Milicianos do MBL forçam desocupações em Curitiba

Foto: Roger Pereira

Por Manoel Ramires, do Terra Sem Males

 

A Polícia Militar do Paraná foi acionada para intervir no Colégio Lysimaco Ferreira da Costa, no Água Verde, depois que militantes do MBL tentaram invadir o local na noite desta quinta-feira (27). Ainda hoje, a Justiça do Paraná concedeu reintegração de posse de 21 escolas para o Estado, mas entre elas não está o Lysimaco. A liminar para desocupação tem efeito imediato, no entanto, a Defensoria Pública do Paraná já trabalha para reverter a decisão no plantão judiciário.

 

Segundo relatos de secundaristas, mesmo sem ter o mandado, os militantes do MBL, liderados por Eder Borges, que estava com carro de som e postou vídeo em seu perfil no facebook, tentaram invadir o colégio, causando confusão. Os estudantes denunciam que o diretor do colégio, Jailson da Silva Neco, teria ajudado a forçar a entrada na escola de membros do MBL. A Polícia Militar foi chamada e teria feito a proteção dos milicianos ligados ao Movimento.

 

De acordo com a página “Ocupa Paraná”, estudantes do Lysimaco foram agredidos pela PM. O advogado Vitor Leme, que foi até o Lysimaco para tentar auxiliar os estudantes, denunciou hostilização dos militantes e as agressões aos estudantes. O movimento também denuncia que os militantes de extrema direita estariam em direção ao Colégio Estadual Pedro Macedo, no Portão, para forçar a reintegração de posse.

 

O movimento Ocupa Paraná divulgou um comunicado em sua fanpage pedindo apoio em frente às escolas para evitar novas tentativas de desocupação força e proteção aos estudantes e familiares.

 

Ação ilegal

De acordo com os Advogadxs pela Democracia, a ação do MBL é ilegal. A liminar que concede a reintegração ainda não foi publicada. Amanhã (28), é Dia do Servidor Público e o Tribunal de Justiça não tem expediente porque foi decretado feriado. Segundo a legislação, as reintegrações de posse só podem ocorrer entre às 06h00 e às 20h00. Logo, qualquer ato que ocorra depois desse horário e na madrugada é ilegal.

 

Os advogados alertam que a PM foi chamada para fazer evitar conflitos e deveria coibir os membros do MBL que estão fazendo arruaça na frente das escolas. “Os militantes têm ido a escola para provocar os secundaristas em uma verdadeira guerra psicológica. Eles querem arrumar confusão para legitimar a força policial”, alerta o advogado Marcelo Veneri.

 

Ato em defesa das ocupações e contra a MP do Ensino Médio

Na noite desta quinta-feira também foi realizada uma manifestação de apoio à luta dos estudantes secundaristas, com uma passeata no centro de Curitiba, entre a Praça 19 de dezembro e o Colégio Estadual do Paraná. A manifestação estava prevista para ser encerrada no prédio da reitoria da UFPR, mas por segurança foi encerrada no CEP. Os manifestantes defendiam o lema Ocupar e Resistir. (Com informações de Márcio Mittelbach e Paulo de Jesus)

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