Mensagem ao Presidente

 

O futuro trará as armas, cantou curiango no chão, agora mesmo.

Nem sei de armas e seus benefícios ou sua displasia no metal, sei apenas que arma fere até a mais leve pluma e, em terra sem lei, que são muitas, impõem mazelas e torturas. A arma não protege ou sai em defesas, apenas põem fim a encantos ou desvios.

Não serei eu cidadão a mandar maus agouros ao futuro dono da cadeira, ao inverso todo universo quero que sente a teu lado na cadeira de couro, e sejam lúcidos teus anjos.

Deixo aqui apenas pedido tímido, retorto: senhor presidente, não proíba pipas, passarinhos ou a vontade de abraçar. Ordene sim livros de graça nas livrarias por um dia, que toda semana, feriado, dia do soldado ou do índio seja dia de ler, sem perdão. Tire a criançada da rua ou aqueles que barbados dormem em papelão e nem votaram, há tempo não votam, e cubra-os com livros.

Ninguém precisa de arma, senhor presidente, a gente precisa de livro.

Aliás que tu seja presidente, cargo como qualquer outro que ao povo deve servir, que em qualquer canto, aldeia ou viela vive. Em teus desígnios te desejo livro e livros, arma não tá com nada, presidente. Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure, disse o poeta certa feita.

*imagens por Helio Carlos Mello©

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