Mangueira de todos os santos

 

Os comentários que vejo na rede, de chamado capitão, me lembram menção de índios quando pescam com rede: deu cascudo.  Peixe difícil de desembaraçar dos fios, cascudo é peixe de fundo das águas, bom para limpar pedras, e bom de comer também, carne branca e sem espinhos sob o grosso couro. Mas enfim, os comentários do presidente são rimas escusas à líderes, palavras do fundo, lugares de pouca luz.

 

A Mangueira, a tradição entre tantas do bom samba e seus artistas, deuses ou astronautas, nos envolve em sua vitória.

 

É lindo e glória. É índio, é preto, é a velha índia que chora, é Marielle, é Beatriz Angel. Nos farão ninar bem nessa noite de gente grande.

Tão indecente ou de gosto obscuro o fugaz vídeo do chefe em posto, cai em desuso. A verde rosa, dita Estação Primeira, nem liga.

É uma gente em cima da pedra ou arte, coisa linda os homens esculpindo sua fé ou protesto, festa e euforia. Se acaso outros maculam com impropriedades a festa, dança o povo a verdade impávida, colossal vontade dos homens.

Mangueira, tu é sombra fresca para abrigo, tu é pão, tu é pandeiro, criança grande que brinca na lagoa, mulheres do mundo.

 

 

*imagens por G.R.E.S Estação Primeira© e Helio Carlos Mello©.

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