Mãe de ministro das Comunicações é acusada de ocupar cargo fantasma

De acordo com denúncia, Nina Salustino chegou a receber mais de R$ 153,4 mil da Prefeitura de Parnamirim, na região Metropolitana de Natal, sem trabalhar

Por Isabela Santos, da agência Saiba Mais

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) denunciou Maria Nina Salustino de Faria, mãe do ministro das Comunicações, Fábio Faria, e ex-esposa do ex-governador do RN Robinson Faria, por peculato, falsidade ideológica. De acordo com a denúncia, ela teria sido funcionária fantasma da Prefeitura de Parnamirim durante sete anos, entre 2009 e 2016, chegando a receber mais de R$ 153,4 mil sem trabalhar.

Além dela, três pessoas responsáveis pelos pontos dos servidores foram denunciadas pela 6ª Promotoria de Justiça de Parnamirim, por supostamente protegerem o crime: José Maria da Silva, Manoel Lenilton Soares e Raíssia Faustino Ferreira. De acordo com a acusação, eles “permitiam que a mesma assinasse todas as folhas de ponto, em horário britânico, sem sequer prestar o serviço pelo qual estava sendo remunerada”.

O documento relata ainda que a lotação formal de acusada sempre foi o Gabinete Civil, mas que ela nunca foi vinculada de fato ao órgão, e sim à Controladoria Geral do Município (Control), conforme comprovam as suas folhas de ponto assinadas pelos servidores da Controladoria.

Apesar de Nina Salustino estar vinculada, de fato, à Control desde setembro de 2009, “as pessoas ouvidas sequer se lembram dela por lá durante o 1º mandato do Prefeito Maurício Marques (2009 a 2012)”, ressalta o registro.

Segundo o documento da acusação, algumas testemunhas citarem que Nina Salustino trabalhava muito pouco porque estava sempre com atestado de cuidadora do marido, mas não existe nenhum atestado ou registro de passagem da ex-servidora pela junta médica.

A investigação foi instaurada em 2018 e constam dos autos informações como ficha funcional e financeira de Nina Salustino relativas ao cargo de Assessor de Nível Técnico 2, histórico de lotações no Município de Parnamirim, portarias de nomeação e exoneração, folhas de ponto, histórico de viajante fornecido pela Polícia Federal, bem como constam os termos de depoimentos dos acusados e de testemunhas ouvidas.

Ação impetrada na Vara da Fazenda Pública de Parnamirim pediu indisponibilidade de bens dos investigados para devolução dos valores recebidos que causaram dano ao erário e enriquecimento ilícito, além do pagamento de multa de R$ 460 mil.

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