Índios Guarani ocupam sede da Funai, em Itanhaém

 

 

por Igor Santos e Cidinha Santos

 

 

 

No dia 25 de novembro, após saberem da exoneração do coordenador da Funai para a que em seu lugar assumisse um militar, as comunidades atendidas pela Funai, em Itanhaém, SP, ocuparam o prédio visando abrir um diálogo e fazer valer a lei que diz que toda atitude tomada em relação às comunidades indígenas precisa passar por consulta a estes povos.

 

Cerca de 120 indígenas de várias aldeias ocupam a sede da Funai, em Itanhaém, desde o dia 27 de novembro, contra a atual política do governo federal e reivindicam a revogação da exoneração de Cristiano Hunter, coordenador regional do litoral sudeste da FUNAI, unidade responsável pela Baixada Santista, que foi exonerado do cargo. Em seu lugar foi nomeado um militar.

Reivindicam ainda a participação na gestão do órgão, de acordo com a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que o Brasil é signatário.

Na segunda-feira, 02, após audiência pública no Ministério Público, os indígenas afirmam que vão resistir e não saem da sede da Funai.

Para as lideranças indígenas trata-se de mais uma arbitrariedade visando o desmonte da política indigenista. Cristiano Hutter é um profissional comprometido com a causa indígena, que trabalhou para o fortalecimento cultural e socioeconômico das comunidades com respeito às características de cada etnia e viabilização de projetos pertinentes, como o turismo de base comunitária e agroecologia. O seu esforço para a construção de redes profissionais de apoio aos indígenas foi determinante para que as aldeias da Baixada Santista tivessem maior visibilidade, respeito da população e fortalecimento cultural.

A posição dos indígenas é de resistir até serem atendidos. Eles estão preocupados, pois a imprensa não divulgou sobre a reintegração de posse e temem pela segurança de homens, mulheres e crianças que ocupam o imóvel, no caso de ação ofensiva por parte da polícia.

O atual governo se nega ao dialogo e empurra de forma violenta e arbitrária sua politica contra os povos indígenas e a natureza.

*Imagens por Igor Santos e Richard Werá Mirim    

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornalistas Livres

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