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Direitos Sociais

EXCLUSIVO: Estrutura do prédio Wilton Paes de Almeida propagou o fogo e causou desabamento

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Por Patrícia Cornils, especial para os Jornalistas Livres

 

Assim que se soube do incêndio e desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, centro de São Paulo, a imprensa paulista e nacional, a polícia e o Judiciário iniciaram uma caçada implacável a provas que permitissem jogar a culpa pela tragédia sobre os movimentos de moradia que ocupam edifícios abandonados do centro de São Paulo. O engenheiro Paulo Helene, diretor da PHD Engenharia e professor da Universidade de São Paulo, entretanto, trabalhando com uma equipe composta por 44 pessoas (engenheiros em carreiras de gestão pública, professores universitários e peritos, além de estudantes de engenharia), elaborou parecer que sustenta a tese de que o Wilton Paes de Almeida ruiu por características de seu projeto estrutural.

Ao menos sete pessoas, inclusive crianças, perderam a vida naquele dia 1º de maio de 2018, o que serviu para aumentar os apetites sensacionalistas da grande imprensa. Mas, esfriados os ânimos, o parecer técnico assinado pelo engenheiro Helene, apresentado no último dia 1º de agosto no Instituto de Engenharia, tornou-se um alerta para os acusadores levianos.

Construído na década de 60, o edifício Wilton Paes de Almeida foi apresentado como jóia modernista na cobertura da mídia. O que não se disse é que o prédio não incluía (nem nunca incluiu), medidas de segurança obrigatórias segundo a legislação atual, como a compartimentação (portas corta-fogo, paredes corta-fogo, espaços entre os andares, espaço entre edificações), para evitar que incêndios se alastrassem por partes diferentes do edifício. Também tinha uma planta assimétrica, em que a posição do centro de gravidade não coincidia com o centro de torção. E um ponto terrivelmente fraco: um de seus pilares era a parede de um fosso de elevadores, que não suportou o movimento de torção causado pelo calor gerado no incêndio. Ao se romper, foi um componente a menos a suportar o peso da estrutura. Este peso foi redistribuído por outros pilares, vigas e lajes do edifício que, também afetados pela torção, não aguentaram a carga extra, causando o desabamento.

Muito técnico? Sim, era uma palestra para engenheiros e essa descrição já é uma simplificação das conclusões do Parecer, que tem 216 páginas e que está disponível neste link: (https://www.phd.eng.br/wp-content/uploads/2019/04/19.04.30ParecerCompletoPaesAlmeida.pdf). Mas sua conclusão é importante porque afeta milhares de outros prédios na cidade com problemas de projetos de infraestrutura e segurança contra incêndios elaborados antes de 1974. Naquele ano, um incêndio no Edifício Joelma causou a morte de 189 pessoas e levou a mudanças na legislação de normas de segurança para prédios. De acordo com matéria publicada pela Folha de S. Paulo em maio de 2018 (https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/05/quase-metade-dos-predios-de-sp-sao-anteriores-as-regras-duras-anti-incendio.shtml), “a capital paulista tem 53 mil prédios, conforme consta na base de dados do IPTU de 2017, da Prefeitura de São Paulo. Destes, 24,7 mil foram construídos antes de 1974.” A proporção de construções antigas é grande no Centro de São Paulo — na Sé, 85% dos prédios são anteriores a 1974. Na República, 87%. Todos eles foram vistoriados e adequados ao que se aprendeu nas décadas de 70 e 80?

Não.

Na apresentação, Helene mostrou o retrato de um edifício na Avenida Rio Branco, vizinho ao Wilton Paes de Almeida, sem o que os técnicos chamam de “compartimentação vertical”. Toda a fachada é feita de vidro (“pele de vidro”) e a distância entre o fim da janela de um andar e o início da janela de outro andar não prevê a necessidade de evitar que labaredas se propaguem pelas janelas. Está lá, o prédio. Hoje. E não se trata de uma ocupação. “Eu mesmo vivo em um prédio assim”, disse Helene na palestra. “Um projeto do Mário Franco, de 1964, tremendo edifício, gosto muito dele, mas não tem porta corta-fogo, escada pressurizada. E moro no 20º andar.” O prédio de Helene recebeu uma ligação entre suas duas torres, para dar maior segurança aos moradores em caso de incêndio.

 

Não são apenas prédios ocupados por movimentos de moradia que pegam fogo. O Edifício Grande Avenida, por exemplo, sofreu um incêndio em 1981 no qual 17 pessoas morreram e 53 ficaram feridas. Neste prédio, na Avenida Paulista, ficavam os escritórios da Construtora Figueiredo Ferraz, fundada por José Carlos de Figueiredo Ferraz, que foi secretário municipal de Obras (1957) e de Transportes (1968), além de prefeito de São Paulo (1971). O Wilton Paes de Almeida era uma estrutura de concreto armado, da mesma forma que outros que sofreram incêndios em São Paulo. O Andraus, em 1972, queimou por 240 minutos. O Joelma (1974) queimou por 390 minutos. O Grande Avenida queimou em 1969 e também em 1981 — desta vez por 280 minutos. Nenhum dos três desabou ou “colapsou”, como dizem os engenheiros. Os três foram recuperados e voltaram a ser usados. Já o Wilton Paes de Almeida colapsou completamente com apenas 80 minutos de fogo. Por quê?

 

Edifícios projetados e construídos em concreto armado costumam resistir a incêndios. Podem se deteriorar, mas não caem. François Hennebique, patenteou o concreto armado em 1892, para substituir metais, alvenaria e madeira nas estruturas dos prédios. Seu slogan: “Chega de incêndios desastrosos”.

No caso do Wilton Paes de Almeida, a equipe que participou do Parecer Técnico nem sequer conseguiu encontrar o projeto estrutural do prédio, apesar de pesquisas realizadas com a colaboração, inclusive, de profissionais contemporâneos de Roger Zmekhol — autor do projeto de arquitetura. A equipe considerou a possibilidade de Zmekhol ter feito o projeto estrutural. No entanto, a filha de Zmekhol, Denise Zmekhol, informa que todos os projetos do escritório de seu pai, formado na primeira turma da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, onde também lecionou até sua morte, em 1976, eram calculados por outros profissionais. [Este trecho foi corrigido dia 7 de agosto]. Outra possibilidade é que a construtora responsável pela obra, a Morse & Bierrenbach, fechada em 2000, tenha feito o projeto estrutural.

Três das lições aprendidas com a elaboração do parecer são que 1. estruturas de concreto mal projetadas podem ruir em incêndios, sim, mesmo que a duração seja curta; 2. que existem muitos prédios em situação similar em São Paulo, incluindo os legalmente habitados e os  abandonados. Incêndio, de novo, não é uma maldição das ocupações. E 3., que cabe aos proprietários a responsabilidade pela segurança dos edifícios, mas eles precisam ser fiscalizados. Uma das recomendações, básicas, é que sejam arquivados os projetos executivos estruturais ou projetos “como construído” — no momento de receber o Habite-se da Prefeitura.

Helene deixou claro, em sua exposição, que o objetivo de todo este trabalho não é apontar “culpados”, mas entender o que houve. Deste entendimento fazem parte medidas a serem tomadas pelo poder público e pelos projetistas, construtores, proprietários e moradores dos prédios. A simples lista dos atores envolvidos permite dizer, também, que a responsabilidade pela segurança é compartilhada, ainda que de formas desiguais, por todos esses atores. E é um alerta para a imprensa que segue a cantilena fácil de agentes da polícia, de governos e do Judiciário paulistano, que acusam sempre o elo mais fraco da corrente, no caso, os movimentos de moradia. Se o objetivo de todos é ter edifícios mais seguros, não faz nenhum sentido voltar o olhar — e as acusações — exclusivamente a movimentos e pessoas que ocupam prédios abandonados por não ter onde morar.

No parecer apresentado por Helene, há um manifesto do Instituto Brasileiro de Concreto (Ibracon) que fala dessas responsabilidades. Publicado em maio de 2018, o documento diz:

“Qualquer edificação deve ser vistoriada periodicamente, como ocorre com outros bens de valor, como um automóvel ou um equipamento industrial, e deve ser alvo – automática e rotineiramente – de intervenções e modificações corretivas e de manutenção. Este acidente com vítimas fatais demonstra o descaso do Estado, proprietário do edifício, com seus imóveis e seus cidadãos, colocando em risco usuários e patrimônio, além de toda uma vizinhança, ameaçada com a falta de manutenção. (…)

Para o Estado, o melhor seria implementar de imediato um programa de vistoria e diagnóstico desses edifícios públicos, seguido de eventual recuperação e retrofit, dando novos usos e mitigando a ocorrência de acidentes futuros.

Uma ocupação regular, mal administrada e mal orientada é tão nefasta quanto uma ocupação irregular. Essa constatação significa que muitos condomínios e edifícios públicos acabam sofrendo, seja por desconhecimento, seja por omissão, alterações de carregamento e de segurança, que aceleram a degradação do edifício, potencializando os riscos de acidentes.”

Destroços do prédio. No desabamento, fragmentos do edifício atingiram a igreja luterana que fica bem ao lado da construção sinistrada

 

Direitos Sociais

ZELADORIA ILEGAL DE BRUNO COVAS “varre” pertences de moradores em situação de rua

Denúncias mostram que a ação foi ilegal, e fere o decreto Nº 59.246 de 2020, que dispõe
sobre os procedimentos e o tratamento à população em situação de rua.

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Mais uma vez, ação truculenta de agentes da prefeitura acontece na Praça Princesa Isabel, centro de São Paulo, e desobedece o DECRETO nº 59.246/2020 que dispões sobre o tratamento à população em situação de rua. Um problema que requer ações de assistência social, de saúde e de humanidade, é substituído por violência e descaso com os mais necessitados. Além do sequestro dos poucos bens dessas pessoas, incluindo documentos, e material doado para que a sua subsistência na condição de rua seja menos caótica.

A Ação ilegal se deu na manhã de, dia 13/10, entre 8 e 9 horas.  Uma grande equipe de limpeza urbana e vários Guardas Civil Metropolitanos estiveram na Praça Princesa Isabel e retiraram das pessoas seus bens, tais como barracas, documentos, roupas, cobertores e ameaçaram as pessoas, conforme os primeiros depoimentos.

Moradora idosa desabafa: “Que prefeito é esse?” … ” Fazendo a gente de cachorro…” 
“A gente não tá aqui por que a gente quer” desabafa moradora
“Essa prefeitura está destruindo nós” declaração da moradora em situação de rua
“Levaram até roupa, até a ração do meu cachorro” moradores desabafam
Recebemos doações e a GCM vem todo dia e tira as barracas da gente, desabafa Bruna moradora
Morador em situação de rua faz denúncia de truculência em ação de zeladoria ilegal, centro de SP.
“Nem pegar as coisas que tem dentro da barraca, roupa de vestir, coberta, eles deixaram” diz morador
“Mais um dia de caos na praça…. chegaram arrebentando” desabafa morador
PLAYLIST COM TODOS OS DEPOIMENTOS
Imagine se a gente tivesse roubando? A gente é gente de bem, procurando a reciclagem fala morador



Os depoimento foram colhidos pela A Craco Resiste, coletivo de ativista que atua na região com projetos de redução de danos, e proteção da população, entre outros.

Uma rotina de truculência ilegal

Segundo o decreto e portaria isto não poderia ser realizado. Conforme obriga o DECRETO Nº 59.246 de 2020 que dispõe sobre os procedimentos e o tratamento à população em situação de rua durante a realização de ações de zeladoria urbana.

A conduta, ainda, é vedada pela mesma normativa:

Art. 10. As equipes de zeladoria urbana deverão respeitar os bens das

>pessoas em situação de rua.

§ 1º É vedada a subtração, inutilização, destruição ou a apreensão dos

seguintes pertences da população em situação de rua:

I – bens pessoais, tais como documentos de qualquer natureza, cartões

bancários, sacolas, medicamentos e receitas médicas, livros, malas,

mochilas, roupas, sapatos, cadeiras de rodas, muletas, panelas, fogareiros,

utensílios de cozinhar e comer, alimentos, colchonetes, travesseiros,

tapetes, carpetes, cobertores, mantas, lençóis, toalhas e barracas

desmontáveis;

II – instrumentos de trabalho, tais como ferramentas, malabares,

instrumentos musicais, carroças e material de reciclagem, desde que dentro da carroça.

Ao ser questionado sobre a irregularidade da ação, funcionário presente ao local, que não se identifica, pede que o repórter procure a assessoria de imprensa da subprefeitura.

Fizemos contato por email, com a da assessoria de imprensa das Sub-Prefeituras do Município de São Paulo, até as 15h30 (horário de publicação deste vídeo no youtube), e fechamento desta matéria, não haviamos recebido resposta sobre o por que da ação ilegal. ABAIXO a nota da Prefeitura enviada às 17h30 do dia de hoje (13.10.2020).

Funcionário não se identifica, e pede que se procure a assessoria de imprensa da subprefeitura

Nota da Secretaria de Segurança Pública da Prefeitura

Boa tarde

Seguem informações

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Subprefeitura Sé, esclarece que a ação citada aconteceu em 09/10 e que realiza diariamente operações de zeladoria urbana em áreas aonde vivem pessoas em situação de vulnerabilidade, como a Praça Princesa Isabel. As ações ocorrem em conjunto com as equipes de zeladoria e limpeza, e a Guarda Civil Metropolitana (GCM).

A administração regional cumpre o Decreto Nº 59.246/20, que dispõe sobre os procedimentos e o tratamento dado à população em situação de rua durante as ações de zeladoria urbana na cidade de São Paulo.

É vedada a retirada de pertences pessoais, como documentos, bolsas, mochilas, roupas, muletas e cadeiras de rodas. Podem ser recolhidos objetos que caracterizem estabelecimento permanente em local público, principalmente quando impedirem a livre circulação de pedestres e veículos, tais como camas, sofás, colchões e barracas montadas ou outros bens duráveis que não se caracterizem como de uso pessoal.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana informa que Guarda Civil Metropolitana apoia os agentes da Subprefeitura nas ações de zeladoria urbana e limpeza, bem como os agentes de Saúde e Assistência Social, sempre que solicitada. A GCM está orientada a não retirar nenhum pertence dos moradores de rua.


Enviamos os vídeos com as denúncias dos moradores, como resposta.

Com Informações da A Craco Resiste

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Campinas

A Vila Paula se reconstrói após a tragédia

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Solidariedade, resistência e as doações têm sido fundamentais para reerguer a comunidade

Um incêndio que iniciou na madrugada de segunda-feira (28)  desalojou 24 famílias na Comunidade Vila Paula na região da CDHU do bairro San Martin, em Campinas .  

Segundo informações da Prefeitura de Campinas, entre as pessoas atingidas  estão 36 adultos, 27 crianças,  dois adolescentes e dois idosos. Essas pessoas foram acolhidas na Escola Estadual Maria de Lourdes Bordini e em duas instituições religiosas nas proximidades.

A maioria dos moradores deixou suas casas só com a roupa do corpo. Todos os seus pertences  foram destruídos pelo fogo.

Na terça-feira, a reconstrução dos barracos foi iniciada no mesmo local em que as habitações de madeiras foram destruídas pelas chamas.   Paulo César Santos, uma das lideranças da comunidade,  relembra o drama  desastre que consumiu os barracos e as dificuldades  das famílias.


“ Foi uma tragédia muito grande na nossa vila. Foi duro para construir,  foi duro para assentar as famílias . Foi difícil  construir os barracos de madeira, estamos aqui faz um bom tempo.  No início era só lona e o incêndio devorador acabou com tudo.”

Paulo Cesar é uma das lideranças da Comunidade Vila Paula e trabalha na reconstrução da vila

A comunidade existe há cerca de cinco anos e abriga aproximadamente 176 famílias que moram no local e outras 70 suplentes, que não moram ali. No total, segundo Paulo, são ao menos 700 pessoas, entre crianças, idosos e adultos.

Elas perderam tudo

As 24 famílias perderam tudo e ficaram apenas com a roupa do corpo.

Lourrane , mãe de Abdias e grávida de sete meses conta que ficou muita assustada. A vizinha tentou  alertá-la  sobre o incêndio mas o fogo estava intenso.

“ Foi desesperador. Eu tenho um sono pesado e não ouvi as batidas em minha porta. Quando eu  me atentei  e abri a porta, um calor intenso e fumaça invadiram  minha casa. Eu peguei meu filho e  minha bolsa com documentos e saí correndo. Assim que eu saí algo que me pareceu  como um botijão de gás estourou e  a chama do fogo  começou a incendiar o meu barraco. Perdi tudo. Tinha acabado de chegar cesta básica e verduras. Estava tudo abastecido.”

Mãe e filho tem a esperança de reconstruir o barraco

“ É desanimador olhar para tudo aquilo que a gente construiu com tanto sacrifício e ver tudo em cinzas , mas eu também agradeço por estar viva com meu filho e bem.”

Do mesmo modo,  Isadora também relembra com pesar . Casada, mãe de dois filhos  morava  com eles e seu marido no barraco que também foi destruído.

A família de Isadora perdeu tudo e ficou apenas com a roupa que estava no corpo

“ Ficamos só com a roupa do corpo. Tentamos até tirar algo da nossa casa mas não deu certo. Não deu tempo. Salvamos os nossos filhos.”

O casal trabalha  e tiveram que faltar esses dias no trabalho mas pretendem retornar o mais breve possível.

Paulo Cesar segurando uma cavadeira fala de peito aberto esperançoso

“ Estamos começando a fase de reconstrução. A nossa casa está sendo reconstruída. Nosso povo está aí trabalhando para isso.  A prefeitura está com equipes no trabalho de reconstrução. Os barracos serão de madeira. Recebemos muitas doações Campinas se mobilizou e algumas cidades da região também como  Paulínia e Valinhos. Temos que agradecer muito a solidariedade”

As doações vindas de Campinas e algumas cidades da região

A futura mamãe também se sente esperançosa.

“ Sei que posso ter meu bebê e voltar para a casa e terei uma casa”

Ela havia sido presenteada com um berço e uma cômoda para o bebê, os  móveis foram consumidos pelas chamas durante incêndio.

Abdias, um garoto esperto de cinco anos, vivenciou a experiência da tragédia.

Abdias perdeu todas as suas roupas e brinquedos no incêndio.

“ Todos os meus brinquedos  foram queimados. Perdi todos os meus brinquedos e roupas. Quero voltar para a minha casa”.

 A mãe do garoto agradece as pessoas que se solidarizaram  com as famílias da Vila Paula e fizeram doações.

Isadora  diz se sentir aliviada  pelas doações e também pela reconstrução.

“ As doações dão um ânimo da gente. Também já vai começar a reconstruir. Isso  também  já ajuda muito. Porque tudo que passamos  é muito triste”

Crianças brincam entre as madeiras “kits barracos” – como está sendo chamado – providenciados pela Secretaria de Habitação , em um total de 35 , para a construção de moradias de 20 metros quadrados com banheiro

“As doações são importantes para a Comunidade da Vila Paula sobretudo quando os barracos estiverem prontos novamente. Vamos precisar montar morada. Móveis. geladeiras. Comida.” segundo Paulo Cesar

Onde entregar as doações :

1-Comunidade Frei Galvão da Paróquia São Marcos, O Evangelista – Rua Valentino Biff, s/n – em frente ao CDHU San Martin

2- Escola Maria de Lourdes Bondine no CDHU San Martin, entre as quadras R e U.

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Campinas

Famílias da Comunidade Mandela fazem ato em frente à Prefeitura de Campinas

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Comunidade Mandela Luta por Moradia

Em busca de uma solução, mais uma vez, moradores tentam ser atendidos

Os Moradores da Comunidade Mandela  fizeram nesta quinta-feira (17), um ato de protesto em frente à Prefeitura  de Campinas. O motivo da manifestação  é o   impasse  para o  problema da moradia das famílias que se arrasta desde 2016. E mais uma vez,  as famílias sem-teto  estão ameaçadas pela reintegração de posse, de acordo com despacho  do juiz  Cássio Modenesi Barbosa, responsável pelo processo a  sua decisão  só será tomada após a manifestação do proprietário.
Entretanto, o juiz  não considerou as petições as Ministério Público, da Defensoria Pública que solicitam o adiamento de qualquer reintegração de posse por conta da pandemia da Covid-19, e das especificidades do caso concreto.
O prazo  final   para a  saída das famílias de forma espontânea  foi encerrado no dia 31 de agosto, no dia  10 de setembro, dez dias depois de esgotado o a data  limite.

As 104 famílias da Comunidade ” Nelson Mandela II” ocupam uma área de de 5 mil metros quadrados do terreno – que possui 300 mil no total – e fica  localizado na região do Ouro Verde, em Campinas . A Comunidade  Mandela se estabeleceu  nessa área em abril de 2017,  após sofrer  uma violenta reintegração de posse no bairro Capivari.

Negociação entre o proprietário do terreno e a municipalidade

A área de 300 mil metros quadrados é de propriedade de Celso Aparecido Fidélis. A propriedade não cumpre função social e  possui diversas irregularidades com a municipalidade.

 As famílias da Comunidade Mandela já demonstraram interesse em negociar a área, com o proprietário para adquirir em forma de cooperativa popular ou programa habitacional. Fidélis ora manifesta desejo de negociação, ora rejeita qualquer acordo de negócio.

Mas o proprietário  e a municipalidade  – por intermédio da COAB (Cia de Habitação Popular de Campinas) – estão negociando diretamente, sem a participação das famílias da Comunidade Mandela que ficam na incerteza do destino.

As famílias querem ser ouvidas

Durante o ato, uma comissão de moradores  da Ocupação conseguiu ser liberada  pelo contingente de Guardas Municipais que fazia  pressão sobre os manifestantes , em sua grande maioria formada pelas mulheres  da Comunidade com seus filhos e filhas. Uma das características da ocupação é a liderança da Comunidade ser ocupada por mulheres,  são as mães que  lideram a luta por moradia.

A reunião com o presidente da COAB de Campinas  e  Secretário de  Habitação  – Vinícius Riverete foi marcada para o dia 28 de setembro.

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