Educadores ocupam Secretaria Estadual da Educação contra “Resolução da Maldade” de Beto Richa

Foto: APP-Sindicato

Por Gibran Mendes, especial para os Jornalistas Livres

 

Aproximadamente 300 educadores e educadoras ocuparam na manhã desta quinta-feira (26) a sede da Secretaria Estadual de Educação, em Curitiba. Os trabalhadores e trabalhadoras participariam de um seminário para debater a resolução da maldade contra a categoria, explícitas no documento de número 113/2017, publicado pelo órgão responsável pela educação pública no Estado.

 

“A ocupação tem como objetivo reabrir a negociação com o Governo do Estado para que ele revogue a resolução da maldade”, explica o secretário de comunicação da APP-Sindicato, Luiz Fernando Rodrigues.

 

De acordo com ele, uma reunião foi realizada com a secretária de educação, Ana Seres Comim, que colocou como condição para tentar reabrir as negociações a desocupação do prédio. “Decidimos manter a ocupação e ficaremos até que o governo reabra a negociação. Estamos preparados para ficar”, avisa Rodrigues.

 

Entre as medidas adotadas pelo governo de Beto Richa (PSDB) com a nova resolução estão a redução da hora-atividade, não cumprindo o mínimo de 33% estabelecido pela legislação e a proibição da contratação de aulas extraordinárias de professores que estiveram afastados por 30 dias ou mais em 2016, mesmo que em licença médica.

 

Curiosamente, um dos principais defensores da medida, o chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, tem um histórico de faltas nos seus dois primeiros anos como deputado federal pelo Paraná. De acordo com levantamento feito pelo Congresso em Foco, em 2015 o deputado teve 40 faltas em 125 dias de sessões, o que representa 32% de ausência em plenário. No ano seguinte, antes de assumir o atual cargo, Rossoni faltou em quatro das 13 sessões da Câmara Federal, com um percentual de 30% de faltas.

 

Rossoni é o coordenador do Comitê de Política Salarial do Governo do Paraná, responsável pela adoção das medidas. “Eu vejo uma incoerência muito grande cobrar dos professores falta por atestado médico enquanto ele tem faltas injustificadas no Congresso Nacional”, ponderou Luiz Fernando Rodrigues.

 

De acordo com a APP-Sindicato, participariam do seminário em média 10 representantes de cada um dos 29 núcleos sindicais da entidade.

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