Dias 28, 29 e 30 de agosto de 2015, na Travessa da Fonte (Butantã, São Paulo), tem o Festival de arte do Morro do Querosene! Não dá pra perder. É de graça. Tem música, poesia, história, dança, capoeira, grafite, cultura e muito amor pela vida, pela luta, pela água, pela natureza.
Artistas encontram outros artistas, mostram suas obras, sentem o contato com seu público. A comunidade se reconhece, vivencia o movimento, interage com as várias manifestações artísticas, troca experiências e dança a dança que traz saúde. São cores, cheiros e sons que alimentam nossa alma, fortalecem os laços de amizade, a compreensão da realidade e nossa vontade de viver.
Morro do Querosene, herança da Villa Pirayuçara, milenar ponto de convergência de caminhos que cruzavam a América do Sul, o Peabiru. Hoje propomos este encontro onde tantos já se encontraram, tocaram e cantaram no passado. E isto acontecia, neste lugar, por causa da água de beber. E agora, nos encontraremos pela causa da Água e pela criação do Parque da Fonte.
O Morro do Querosene e o Parque da Fonte do Peabiru
Tudo começou devido à efervescência artística dos moradores do Morro do Querosene, um bairro tranquilo da zona oeste de São Paulo. São pintores, poetas, músicos, dançarinos, atores, bonequeiros, ceramistas e cineastas que se misturam aos que não se denominam artistas, se encontram pelas ruas, se cumprimentam, trocam ideias, fazem projetos e gostam de brincar de boi, jogar capoeira, tocar berimbau e dançar ciranda. Estas ruas guardam uma história incrível: integravam o milenar caminho do Peabiru. E na Vila Pirajuçara, nome oficial deste bairro, ainda podemos encontrar a Bica e a Fonte, parada obrigatória dos viajantes que por ali passavam.
A Fonte, e mais duas outras nascentes, numa reserva muito degradada de Mata Atlântica, com cerca de 40.000 m2, jorram e formam um córrego de águas límpidas que atualmente deságua num bueiro de águas pluviais descuidadas.
Há 15 anos a comunidade do Morro do Querosene luta pela preservação desta área e criação do Parque da Fonte. Em 2003 conseguimos, nas reuniões do Plano Diretor da Cidade, que a Chácara da Fonte fosse considerada ZEPEC (Zona Especial de Preservação Cultural); em 2011, conseguimos o DUP — decreto de utilidade pública para fins da criação do Parque; em 2012, o CONPRESP deliberou o Tombamento da Área como patrimônio ambiental, histórico e cultural; e, em 2014, a Revisão do Plano Diretor registrou esta área como ZPAM (Zona de Proteção Ambiental). Todas estas ações limitam o espaço construtivo e o tipo de construção e, assim, o valor de compra e venda caiu bastante. O Processo Administrativo para Desapropriação desta área (compra da área pela Prefeitura) está em fase final. Este momento é decisivo para que consigamos nosso tão sonhado Parque da Fonte do Peabiru!
O Festival
No dia 28 de agosto, sexta-feira, um cortejo percorrerá as ruas do bairro pedindo licença, convidando e semeando clima de paz e alegria na vizinhança. Após este cortejo, já na Rua da Fonte, uma Roda de Conversa com o tema “ÁGUA & CULTURA”.
Para esta Roda de Conversa são convidados especiais:
– os secretários de estado e do município do Meio Ambiente e da Cultura
– a Sub-Prefeita Rosa, do Butantã
– o historiador Júlio Abe Wakahara e Laura Capriglione, Jornalista Livre.
– o etno-musicólogo Eric Galm e o pesquisador de culturas populares Paulo Dias (Espaço Cachuera)
– o deputado federal Carlos Zarattini e o vereador Toninho Vespoli
– Luiz Campos e José Bueno, do coletivo Rios & Ruas, e Cachoeira, do Y-Butantã
– Hamilton Faria do Instituto Polis e Alessandro Azevedo pelos Pontos de Cultura da Lei Cultura Viva.
– Adriano Sampaio, da Praça das Nascentes, um representante da Aldeia Tekoá Pyau (do Pico do Jaraguá) e outro da Aldeia Tenondé Porã (de Parelheiros).
Nos dias 29 e 30 de agosto, a partir das 10h30, shows musicais, grafites, brincadeiras, poesia, danças, capoeira, oficinas e jongo.
Na programação:
– os músicos: Planta & Raiz, Barbatuques, Dinho Nascimento, Isca de Polícia, Peixelétrico, Tião Carvalho, Orquestra de Berimbaus do Morro do Querosene, Gaspar Rapsicordélico, Toninho Carrasqueira, Vitor da Trindade, Manos Urbanos, Ambulantes, Henrique Menezes, Marquinho Mendonça, Veja Luz e Lumumba, Marcos da Feira e o Terno Colorido, Filhas da Floresta, Edsão Mozum, Adler São Luiz, Gabriel Nascimento, Ideologia Fatal e Cabaret Três Vinténs.
– os poetas: Nicanor Jacinto, Maloqueiristas, Paulo Almeida, Cláudio Laureate, Tula Pilar, Hugo Paz, Zinho Trindade, Hamilton Faria e Mc Banks Back Spin
– os djs High Public e Bruninho
– os dançarinos: Treme Terra, Grupo Cupuaçu, Beija Fulô e Mara Moreira.
– Roda de Capoeira com os mestres Brasília, Meinha, Gladson, Kenura e Dofona
– Jongo com mestre Totonho do Tamandaré; Samba-de-Roda com Mestre Ananias e Garoa do Recôncavo
– grafitando e restaurando velhos grafites, Júlio Djcsar, Cipriano Souza, D’Ollynda Brasil e Wish.
– fazendo oficinas de cinema, bordados, pipas e sucos : Edu Abad, Mariana Acioli, Piparia e Alice Ramos.
– e barracas culturais divulgando os coletivos e seus movimentos.
Local de fácil acesso, servido por várias linhas de ônibus, próximo à Estação Butantã do Metrô.
Acessibilidade adequada para idosos e portadores de deficiência física.
FAMQ — Fonte de Artes do Morro do Querosene
Quando: dia 28, a partir das 17h, 29 e 30 de agosto, a partir das 10h30.
Onde: Travessa da Fonte e Rua Padre Justino (altura do nº 500 da Av. Corifeu de Az. Marques) — Vila Pirajussara (Morro do Querosene), Butantã
Ex-funcionária da Câmara de Vereadores de Itapecerica da Serra, região metropolitana de São Paulo, fez denúncia ao Ministério Público de SP, por ter sido obrigada a “rachar” parte dos seus honorários com a Presidência da casa.
Na “nova política” nos deparamos com situações como o escândalo da rachadinha que envolveu o filho de Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro, do Rio de Janeiro, e que até hoje segue impune. Para além do “conceito pizza” (que já é uma máxima da nossa história), sabemos quanto que a impunidade influência na perpetuação dessas práticas. Pois é, o número 3 do Seu Jair anticorrupção #SQN, está fazendo escola, agora em Itapecerica da Serra.
Quando Ivone (nome fictício) combinou o valor do seus salário, para trabalhar como Assessora da Diretoria da Câmara de Vereadores Itapecerica da Serra, ela ia receber cerca de R$ 3.500, 00 reais, com benefícios. Quem a indicou foi o Vereador Markinhos da Padaria, que avisou que o valor que passa-se disso do valor total ela iria devolver para ele. Estava então acertada a rachadinha.
Ao receber o primeiro mês de salário, ela foi abordada pelo vereador que pediu que ela entregar em dinheiro a quantia de R$ 2.500,00, num envelope pardo para sua esposa. Esse valor correspondia mais de 50% do valor total do salário do cargo que ela estava ocupando, e o valor líquido com descontos, mais a parte que ela estava sendo forçada a “rachar” e a entregar, não davam a soma combinada inicialmente. Indignada a servidora resolveu reclamar por diversas vezes e decidiu que não iria mais aderir ao esquema. A partir daí começou a sofrer diversas perseguições até que fez denúncia à polícia, que foi encaminhada ao Ministério Público de São Paulo.
No inquérito do MP-SP estão envolvidos no caso Marcos de Souza (Markinhos da Padaria), Márcio Roberto Pinto da Silva (Presidênte da Câmara de Vereadores) e Andreia Moreira Martins.
Boletim de ocorrência
Trecho da instalação de Inquérito civil do MPSP
Documentos da denúncia de rachadinha na Câmara de Vereadores de Itapecerica da Serra.
No Boletim de Ocorrência a vítima registra que os envelopes com o valor eram para ser entregues a mulher de Markinhos da Padaria Sra. Marta, mas na matéria feita pelo TUBENET, canal de notícias (em redes sociais) e entretenimento evangélico local, é possível ouvir áudio onde o Vereador Markinhos no trecho que vai do minuto 2:22 ao3:19, explica para vítima como deve ser feita a entrega do dinheiro à Presidência da Câmara. O vereador ainda dá mais detalhes sobre a negociação e diz que não quer encheção de saco, que não quer mais saber da história, e que não se suja por bobagem. A vítima se nega a participar mas começa a ser pressionada a entregar a quantia todo mês.
O depoimento da servidora para o repórter Diego Lima também revela o medo e as pressões que a servidora sofreu, por não concordar com o esquema. Além da perseguição que vem sofrendo, mesmo depois de exonerada.
Ivone, nos contou que está sendo denunciada em boletim de ocorrência pela pessoa que era seu chefe direto por calúnia e difamação. Essa denúncia foi feita logo depois de a servidora prestar queixa por assédio moral.
Enviamos email pelo portal da Câmara para pedir mais esclarecimentos, mas até o momento do fechamento desta edição não tivemos resposta.
Segundo matéria do Correio Braziliense, o Ministério Público do Rio de Janeiro abriu dois procedimentos contra Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), um pelo esquema da rachadinha outro por funcionários fantasmas. Os dois esquemas movimentaram em torno de R$ 7 milhões (valor atualizado em Setembro pela matéria) ao longo de 10 anos, recebidos por 11 pessoas suspeitas de agir como funcionários fantasmas no gabinete do vereador.
As primeira denúncias foram feitas pela revista Época em junho de 2019, Carlucho empregou cerca sete parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro segundo a reportagem. Apesar das denúncias, Carlos Bolsonaro é candidato a vereador no Rio de Janeiro.
Mas o Seô Jair já disse que acabou com a corrupção no Brasil, então podemos ficar tranquilos.
As famílias não querem auxílio aluguel que não contempla todas as famílias. A Comunidade Mandela luta por Moradia para todas as famílias Foto: Fabiana Ribeiro | Jornalistas Livres
Negociação entre o proprietário do terreno e a municipalidade
A área de 300 mil metros quadrados é de propriedade de Celso Aparecido Fidélis. A propriedade não cumpre função social e possui diversas irregularidades com a municipalidade.
As famílias da Comunidade Mandela já demonstraram interesse em negociar a área, com o proprietário para adquirir em forma de cooperativa popular ou programa habitacional. Fidélis ora manifesta desejo de negociação, ora rejeita qualquer acordo de negócio.
Mas o proprietário e a municipalidade – por intermédio da COAB (Cia de Habitação Popular de Campinas) – estão negociando diretamente, sem a participação das famílias da Comunidade Mandela que ficam na incerteza do destino.
As mulheres são a grande maioria da Comunidade e também são elas que estão nos atos lutando por direitos. Foto: Fabiana Ribeiro | Jornalistas Livres
As famílias querem ser ouvidas
Durante o ato, uma comissão de moradores da Ocupação conseguiu ser liberada pelo contingente de Guardas Municipais que fazia pressão sobre os manifestantes , em sua grande maioria formada pelas mulheres da Comunidade com seus filhos e filhas. Uma das características da ocupação é a liderança da Comunidade ser ocupada por mulheres, são as mães que lideram a luta por moradia.
A reunião com o presidente da COAB de Campinas e Secretário de Habitação – Vinícius Riverete foi marcada para o dia 28 de setembro.
A luta e a esperança de igualdade social Foto: Fabiana Ribeiro | Jornalistas Livres
As mulheres da Comunidade Mandela, em sua maioria são trabalhadoras informais, se organizam para lutar por moradia.
Depois de muita espera, dez dias após o encerramento do prazo para a saída das famílias da área que ocupam, o juiz despacha no processo de reintegração de posse contra da Comunidade Mandela, no interior de São Paulo. No despacho proferido , o juiz do processo – Cássio Modenesi Barbosa – diz que aguardará a manifestação do proprietário da área sobre eventual cumprimento de reintegração de posse. De acordo com o juiz, sua decisão será tomada após a manifestação do proprietário. A Comunidade, que ocupa essa área na cidade de Campinas desde 2017, lançou uma nota oficial na qual ressalta a profunda preocupação em relação ao despacho do juiz em plena pandemia e faz apontamento importante: não houve qualquer deliberação sobre as petições do Ministério Público, da Defensoria Pública, dos Advogados das famílias e mesmo sobre o ofício da Prefeitura, em que todas solicitaram adiamento de qualquer reintegração de posse por conta da pandemia da Covid-19 e das especificidades do caso concreto.
Ainda na nota a Comunidade Mandela reforça:
“ Gostaríamos de reforçar que as famílias da Ocupação Nelson Mandela manifestaram intenção de compra da área e receberam parecer favorável do Ministério Público nos autos. Também está pendente a discussão sobre a possibilidade de regularização fundiária de interesse social na área atualmente ocupada, alternativa que se mostra menos onerosa já que a prefeitura não cumpriu o compromisso de implementar um loteamento urbanizado, conforme acordo firmado no processo. Seguimos buscando junto ao Poder público soluções que contemplem todos os moradores da Ocupação, nos colocando à disposição para que a negociação de compra da área pelas famílias seja realizada.”
Hoje também foi realizada uma atividade on-line de Lançamento da Campanha Despejo Zero em Campinas -SP (
Campinas acaba prorrogar a quarentena até 06 de outubro, a medida publicada na edição desta quinta-feira (10) do Diário Oficial. Prefeitura também oficializou veto para retomada de atividades em escolas da cidade.
A Comunidade Mandela e as ocupações
A Comunidade Mandela luta desde 2016 por moradia e desde então tem buscado formas de diálogo e de inclusão em políticas públicas habitacionais. Em 2017, cerca de mais de 500 famílias que formavam a comunidade sofreram uma violenta reintegração de posse. Muitas famílias perderam tudo, não houve qualquer acolhimento do poder público. Famílias dormiram na rua, outras foram acolhidas por moradores e igrejas da região próxima à área que ocupavam. Desde abril de 2017, as 108 famílias ocupam essa área na região do Jardim Ouro Verde. O terreno não tem função social, também possui muitas irregularidades de documentação e de tributos com a municipalidade. As famílias têm buscado acordos e soluções junto ao proprietário e a Prefeitura. Leia mais sobre: https://jornalistaslivres.org/em-meio-a-pandemia-a-comunidade-mandela-amanhece-com-ameaca-de-despejo/