Diário do Bolso: Os apelidos da nossa turma

José Roberto Torero*

Diário, esses dias a Maria Beltrão, da Globonews, me chamou de “Bozonaro”. Eu achei sacanagem. Mas não reclamei, senão o apelido pega. E eu entendo bem disso, porque botei apelido em todo meu pessoal. Nos churrascos, eu só chamo eles assim:

 

A Joice Hasselman é a “Miss Xerox”. É que a nossa candidata do PSL à prefeitura de São Paulo foi acusada de plagiar 65 reportagens de 42 jornalistas.

 

O Ricardo Salles é o “Tocha Humana”.

 

A Damares eu chamo de “Goiaba”.

 

O Witzel é o “Tiro ao alvo”. Se bem que, pensando bem, ele nunca acerta um alvo. Só negro.

 

Pro Mourão eu inventei um apelido especial. Como ele gosta daquele negócio de caminho do meio e quer dar a impressão de que é um sujeito ponderado, estou chamando ele de “Buda”. Mas às vezes chamo de “Bunda” mesmo. Ainda mais que o que ele quer mesmo é sentar na minha cadeira.

 

O Weintraub virou “Kafta”. Mas podia ser o “Suspenção” ou o “Paralizia”.

 

O Marcelo Álvaro, ministro do turismo que teve problemas com umas candidatas laranjas, eu apelidei de “Jaca”. É que quando ele cair vai fazer o maior estrago e a coisa vai feder.

 

O Paulo Guedes eu podia chamar de “Tio Patinhas”, porque ele só quer saber de guardar as moedinhas dele. Mas preferi chamar de “Chão Molhado”. É que chão molhado é o que acaba com a vida dos velhinhos, kkk!

 

O 01 eu apelidei de “02”, por que ele se borrou todo naquele debate. O Dudu é o “Dãbuquizondanteibol”, que é um apelido meio comprido, mas que eu coloquei porque ele passa o dia todo com um fone de ouvido repetindo isso. E o Carluxo eu chamo de “Lombardi”, porque ele é a minha voz, que nem o Lombardi era do Silvio Santos.

 

A Tereza Cristina, que libera os agrotóxicos, só podia ser “Menina Veneno”. Eu até canto a musiquinha pra ela.

 

O Marcos Pontes é o “Peixonauta”, porque torce pro Santos e foi astronauta. Eu até pensei em dar pra ele o apelido de “Lunático”, mas esse ficou pro Ernesto Araújo.

 

O Olavo de Carvalho é o “Crente”, porque ele acredita que a terra é plana e que o Foro de São Paulo quer dominar o mundo.

 

O Onyx é o “Chuveiro”.

 

E o Moro eu chamo de “Refém”.

 

@diariodobolso

*José Roberto Torero é autor de livros, como “O Chalaça”, vencedor do Prêmio Jabuti de 1995. Além disso, escreveu roteiros para cinema e tevê, como em Retrato Falado para Rede Globo do Brasil. Também foi colunista de Esportes da Folha de S. Paulo entre 1998 e 2012.

 

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