Desembargadora que difamou Marielle e Jean Wyllys libera aumento da passagem no Rio

Desembargadora Marília de Castro Neves libera aumento da passagem no Rio

A desembargadora Marília de Castro Neves, que se tornou conhecida por atacar a vereadora Marielle Franco, mesmo depois de executada, e desejar a morte do deputado federal Jean Wyllys, liberou, nesta terça-feira (19), o aumento da tarifa de ônibus no Rio de Janeiro.

Com a decisão da desembargadora da 20ª Câmara Cível, a passagem pode subir de R$ 3,60 para R$ 3,90 ainda esta semana. Tudo vai depender da tentativa do Ministério Público de barrar a medida com uma ação na Justiça.

As tentativas de alteração no valor da passagem no Rio já se arrastam desde o dia 1º desde mês, quando o prefeito Marcelo Crivella (PRB) anunciou o aumento no Diário Oficial em uma edição extraordinária. A tarifa subiria de R$ 3,60 para R$ 3,95, mas no dia 14, o Ministério Público conseguiu liminar e anulou o acordo entre a Prefeitura e os empresários de transportes.

Segundo o vereador Tarcísio Motta (PSOL-RJ), que denuncia a existência de uma máfia dos transportes no Rio, há indícios de fraude nos dados financeiros fornecidos pelas empresas. “Nosso mandato foi ao Tribunal de Contas do Município para provar que qualquer reajuste neste momento seria ilegal”, disse Tarcísio após reunião com presidente do Tribunal de Contas do Município (TCU), Thiers Montebello.

Leia o relatório da CPI dos Ônibus: http://cpidosonibus.com.br

Através das suas redes sociais, o deputado Jean Wyllys, relembrou os ataques feitos pela desembargadora e a colocou como representante da “elite do atraso”. Veja o comentário na íntegra:

“Em prazo assustadoramente curto, uma desembargadora no Rio de Janeiro suspendeu a liminar obtida pelo Ministério Público Estadual que impedia o aumento no preço das passagens de ônibus na cidade, dos atuais 3,80 para 3,95. O preço está em disputa judicial desde que vieram à tona fraudes monumentais no setor de transportes, como superfaturamento de manutenção das viaturas, fraude em contratos com as garagens e declarações falsas de gratuidade.

O nome dessa desembargadora? Marília Castro Neves.

Sim. Isso, mesmo! A mesma que difamou Marielle depois do seu assassinato, a mesma que escreveu impropérios a respeito de uma professora com síndrome de Down… A mesma que, em um grupo de profissionais da justiça, ou seja, em um grupo onde estão aqueles em quem deveríamos confiar para garantia de julgamentos justos, afirmou que eu merecia ser executado e que não valia a bala que me matasse ou o pano que seria utilizado para limpar a lambança.

Até hoje o corregedor do CNJ, João Otávio Noronha, que parece não se abalar muito com o conteúdo publicado pela desembargadora e com os comentários homofóbicos que foram inscritos abaixo das provocações dela, como as piadas sobre o tamanho da bala e onde seriam dados os tiros, não conseguiu a punição da magistrada. Ele está FUGINDO de um encontro com a bancada do PSOL como se fossemos fantasmas.

No Brasil nunca foi tão nítida a tradição escravocrata que Sérgio Buarque de Holanda analisou em sua obra. A elite que se desenvolveu aqui, de costas para o restante do país, se forma e desenvolve para si, como se fosse uma casta. Usufrui de seus privilégios para se manter em posições de poder e, uma vez que consegue, atua para manter essa ordem de “casa grande” na qual alguns têm licença para tripudiar sobre a lei e outros já nascem culpados. Eis o exemplo”.

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