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A Democracia é inegociável! Fora Temer! Volta, Querida!

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Eleita por 54 milhões de votos em 2014, a maioria do povo brasileiro, a presidenta Dilma Rousseff encontra-se afastada do cargo por um golpe que envolveu amplamente a burguesia rentista, os setores da mídia oligopolizada e o aparato jurídico nacional.

Incapazes de vencer nas urnas, defensores que são de um projeto político que em tudo e por tudo é hostil à classe trabalhadora e aos interesses nacionais, esses setores montaram sua armadilha fatal à Democracia nas eleições de 2014. Se, por um lado amargaram a derrota na disputa pelo principal mandato da República, lograram conquistar vasta maioria de deputados naquela que se tornou a campanha eleitoral mais cara da história do Parlamento brasileiro.

Em vez do debate de ideias e propostas, o que se viu na disputa para deputados foi a força da grana, do poder econômico, da bufunfa, operando no sistema político. Com honrosas exceções, as quais homenageamos por sua coerência e integridade de propósitos, elegeram-se centenas de representantes do empresariado, do agronegócio, dos lobbies, das igrejas evangélicas mais ricas. É o que se convencionou chamar de bancada BBB (do Boi, da Bíblia e da Bala, numa referência às representações do agronegócio, das igrejas e do lobby das polícias e da indústria de armas).

No fatídico ano de 2013, quando aconteceram as imensas Jornadas de Luta, que se iniciaram pela exigência de congelamento das tarifas de ônibus, levantou-se um clamor nacional pela Reforma Política. Estava claro que a representação política –desde a mais humilde câmara municipal, até o Senado da República—havia deixado de representar a maioria do povo. Necessário era enfrentar o desafio de construir uma nova ordem política, que aprofundasse a Democracia, que desse voz ativa às reivindicações da maioria dos brasileiros.

Não foi o que aconteceu.

Em vez disso, mais uma vez (como é tradição no país), tentou-se uma acomodação pela cúpula. E se deixou para lá a reforma política.

Em 2014 veio a fatura.

Nas eleições presidenciais, chamado a escolher entre um programa de aprofundamento das conquistas sociais e o neoliberalismo mais anti-povo de Aécio Neves (PSDB), o resultado foi a vitória de Dilma Rousseff por estreita, mas legítima, margem de votos.

No Congresso, entretanto, o veneno corria solto. E foi o Congresso que golpeou a Democracia, apeando a presidenta eleita, pessoa honesta e honrada, sem que nenhuma acusação contra ela se sustente em pé, e elegendo como sucessor o traidor Michel Temer.

O golpe de Estado jurídico-empresarial-midiático foi dado porque a plutocracia brasileira sabe que não passa pelo crivo das urnas o retorno radical de políticas privatizantes, redutoras de direitos trabalhistas e sociais, bem como o agravamento da recessão e do desemprego.

A mídia independente, Jornalistas Livres incluídos, e os órgãos mais prestigiosos da imprensa internacional recusaram-se a fazer coro à mentira de que sucedera um “impeachment constitucional”. Em vez disso, apontaram as falhas processuais, a ausência de provas, a seletividade das acusações (contra o PT e os movimentos sociais), a manipulação midiática da Globo, Folha, Veja e demais veículos.

O resultado é um golpe de Estado ao qual faltam mínimos requisitos de legitimidade. O governo Temer está sitiado no palácio, alvejado diariamente por denúncias de corrupção. Artistas, mulheres, comunidade LGBTTT, negros, sindicatos, estudantes e a classe trabalhadora em geral recusam-se a lhe conceder um cheque em branco.

Ao povo brasileiro repugnam Judas e Joaquim Silvério dos Reis. Traidores não têm perdão.

É neste contexto que surge a proposta de um plebiscito para decidir o futuro do país, patrocinada por uma parte da esquerda brasileira, que acredita na possibilidade de “ganhar” aliados abrindo mão do princípio mais sagrado da Luta Democrática, que é o respeito ao voto.

Segundo essa proposta, “o povo deve decidir” ou “dar a última palavra”.

Ora, o povo já deu a “última palavra” quando elegeu a presidenta Dilma Rousseff e seu programa. Se a bancada BBB não acatou uma eleição presidencial, porque acataria o resultado de um plebiscito que contrarie seus interesses?

O momento é de fazer valer a decisão soberana do povo que elegeu Dilma.

O momento é de exigir dos golpistas o respeito à decisão popular. O resto é a velha prática de fazer os acordos pela cúpula e chamar os aplausos da claque, para legitimar o acordão.

Foi assim com a abolição da escravidão, perpetuando as senzalinhas dentro dos apartamentos da classe média. Foi assim com a anistia da Ditadura Militar, que nunca puniu os torturadores e assassinos, e permitiu a perpetuação de seus métodos nas ações das polícias de todo o país. Foi assim com a terrível reedição até nossos dias do genocídio dos povos tradicionais do Brasil. Chega.

A Democracia é inegociável.
A vontade do povo tem de ser respeitada.
Fora Temer!
Volta, Querida!

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1 Comment

1 Comments

  1. Karen Cabral

    13/07/16 at 19:40

    Primeiramente meus sinceros parabéns aos jornalistas ! Essa postagem é verdadeira e justa,como deveriam ser todos os sites de jornalismo.O dever dos jornalistas honrados é investigar e informar a quantos cidadãos puderem os acontecimentos diários.Sou uma simples estudante ainda do Ensino Médio,porém,filha de um jornalista e uma professora,sou bastante crítica.AMO E ADMIRO OS TRABALHOS DOS REPÓRTERES,JORNALISTAS,ENTREVISTADORES E…(sinceramente não sei mais quem rs..) ESPERO QUE ASSIM COMO TODOS VOCÊS QUE FAZEM PARTE DESSE SITE,UM DIA TERMOS UM JORNALISMO LIMPO E DE ACESSO PARA TODOS. <3 <3 <3 <3 Escrevo de forma simples mas de todo o meu coração !

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#EleNão

Moradores da Maré são bailarinos em espetáculo com temporada na Suiça

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Foto: Andi Gantenbein, de Zurique, Suíça, para os Jornalistas Livres

Denúncias sobre os atuais tempos de antidemocracia, assassinatos da população preta, pobre e periférica e o da vereadora Marielle Franco aparecem em cartazes erguidos pelos bailarinos de “Fúria”, espetáculo de Lia Rodrigues, considerada uma das maiores coreógrafas brasileiras da atualidade e uma das mais engajadas na realidade política do país.

A foto é da noite deste sábado (16), durante apresentação do grupo brasileiro no ‘Zürcher Theaterspektakel’, em Zurique, Suíça.

No Brasil, Fúria estreou em Abril, no Festival de Curitiba. A montagem evidencia, de maneira crítica, relações de poder, desigualdades, e as interligações entre racismo e capitalismo.

O espetáculo foi concebido no Centro de Artes da Maré, na Maré, RJ. O local foi inaugurado em 2009, e o projeto nasceu do encontro de Lia Rodrigues Companhia de Danças com a Redes da Maré. Os bailarinos são moradores da favela e de periferias do RJ.

Fruto dessa mesma parceria é a Escola Livre de Dança da Maré que resiste, em meio ao caos do governo violento de Witzel contra as favelas do RJ.

 

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Temer/Kassab preparam ataque ao seu direito à Internet

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O método Temer de solapar direitos dos cidadãos brasileiros tem novo alvo: a Internet. Sem qualquer discussão prévia, os golpistas querem mudar a composição do Comitê Gestor da Internet.

A consulta pública determinada pelo governo, sem diálogo prévio com os membros do Comitê e com apenas 30 dias de duração, certamente pretende aumentar o poder e servir apenas aos interesses das empresas privadas. As operadoras de telefonia têm todo o interesse do mundo em abafar as vozes de técnicos, acadêmicos e ativistas que lutam pela neutralidade da rede, por uma Internet livre, plural e aberta.

Veja, abaixo, a nota de repúdio ao atropelo antidemocrático da consulta pública determinada por Temer/Kassab. A nota é da Coalizão Direitos na Rede que exige o cancelamento imediato desta consulta.

Nota de repúdio

Contra os ataques do governo Temer ao Comitê Gestor da Internet no Brasil

A Coalizão Direitos na Rede vem a público repudiar e denunciar a mais recente medida da gestão Temer contra os direitos dos internautas no Brasil. De forma unilateral, o Governo Federal publicou nesta terça-feira, 8 de agosto, no Diário Oficial da União (D.O.U.), uma consulta pública visando alterações na composição, no processo de eleição e nas atribuições do Comitê Gestor da Internet (CGI.br).

Composto por representantes do governo, do setor privado, da sociedade civil e por especialistas técnicos e acadêmicos, o CGI.br é, desde sua criação, em 1995, responsável por estabelecer as normas e procedimentos para o uso e desenvolvimento da rede no Brasil.

Referência internacional de governança multissetorial da Internet,

o Comitê teve seu papel fortalecido após a

promulgação do Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014)

e de seu decreto regulamentador, que estabelece que cabe ao órgão definir as diretrizes para todos os temas relacionados ao setor. A partir de então, o CGI.br passou a ser alvo de disputa e grande interesse do setor privado.

Ao publicar uma consulta para alterar significativamente o modelo do Comitê Gestor de forma unilateral e sem qualquer diálogo prévio no interior do próprio CGI.br, o Governo passa por cima da lei e quebra com a multissetorialidade que marca os debates sobre a Internet e sua governança no Brasil.

A consulta não foi pauta da última reunião do CGI.br, realizada em maio, e nesta segunda-feira, véspera da publicação no D.O.U., o coordenador do Comitê, Maximiliano Martinhão, apenas enviou um e-mail à lista dos conselheiros relatando que o Governo Federal pretendia debater a questão – sem, no entanto, informar que tudo já estava pronto, em vias de publicação oficial. Vale registrar que, no próximo dia 18 de agosto, ocorre a primeira reunião da nova gestão do CGI.br, e o governo poderia ter aguardado para pautar o tema de forma democrática com os conselheiros/as.

Porém, preferiu agir de forma autocrática.

Desde sua posse à frente do CGI.br, no ano passado, Martinhão – que também é Secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – tem feito declarações públicas defendendo alterações no Comitê Gestor da Internet. Já em junho de 2016, na primeira reunião que presidiu no CGI.br, após a troca no comando do Governo Federal, ele declarou que estava “recebendo demandas de pequenos provedores, de provedores de conteúdos e de investidores” para alterar a composição do órgão.

A pressão para rever a força da sociedade civil no Comitê cresceu,

principalmente por parte das operadoras de telecomunicações,

apoiadoras do governo.

Em dezembro, durante o Fórum de Governança da Internet no México, organizado pelas Nações Unidas, um conjunto de entidades da sociedade civil de mais de 20 países manifestou preocupação e denunciou as tentativas de enfraquecimento do CGI.br por parte da gestão Temer. No primeiro semestre de 2017, o Governo manobrou para impor uma paralisação de atividades em nome de uma questionável “economia de recursos”.

Martinhão e outros integrantes da gestão Kassab/Temer também têm defendido publicamente que sejam revistas conquistas obtidas no Marco Civil da Internet, propondo a flexibilização da neutralidade de rede e criticando a necessidade de consentimento dos usuários para o tratamento de seus dados pessoais. Neste contexto, a composição multissetorial do CGI.br tem sido fundamental para a defesa dos postulados do MCI e de princípios basilares para a garantia de uma internet livre, aberta e plural.

Por isso, esta Coalizão – articulação que reúne pesquisadores, acadêmicos, desenvolvedores, ativistas e entidades de defesa do consumidor e da liberdade de expressão – lançou, durante o último processo eleitoral do CGI, uma plataforma pública que clamava pelo “fortalecimento do Comitê Gestor da Internet no Brasil, preservando suas atribuições e seu caráter multissetorial, como garantia da governança multiparticipativa e democrática da Internet” no país. Afinal, mudar o CGI é estratégico para os setores que querem alterar os rumos das políticas de internet até então em curso no país.

Nesse sentido, considerando o que estabelece o Marco Civil da Internet, o caráter multissetorial do CGI e também o momento político que o país atravessa – de um governo interino, de legitimidade questionável para empreender tais mudanças –

a Coalizão Direitos na Rede exige o cancelamento imediato desta consulta.

É repudiável que um processo diretamente relacionado à governança da Internet seja travestido de consulta pública sem que as linhas orientadoras para sua revisão tenham sido debatidas antes, internamente, pelo próprio CGI.br. É mais um exemplo do modus operandi da gestão que ocupa o Palácio do Planalto e que tem pouco apreço por processos democráticos.

Seguiremos denunciando tais ataques e buscando apoio de diferentes setores,

dentro e fora do Brasil,

contra o desmonte do Comitê Gestor da Internet.

 

8 de agosto de 2017, Coalizão Direitos na Rede

 

Notas

1 A Coalizão Direitos na Rede é uma rede independente de organizações da sociedade civil, ativistas e acadêmicos em defesa da Internet livre e aberta no Brasil. Formada em julho de 2016, busca contribuir para a conscientização sobre o direito ao acesso à Internet, a privacidade e a liberdade de expressão de maneira ampla. O coletivo atua em diferentes frentes por meio de suas organizações, de modo horizontal e colaborativo. A nota está em https://direitosnarede.org.br/c/governo-temer-ataca-CGI/ .

2 Para ouvir a entrevista, à Rádio Brasil Atual, de Flávia Lefévre, conselheira da Proteste e representante do terceiro setor no Comitê Gestor da Internet, que afirma que as mudanças visam a atender interesses do setor privado e ferem caráter multiparticipativo do Comitê: https://soundcloud.com/redebrasilatual/1008-enrevista-flavia-lefevre

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FRAGMENTO E SÍNTESE

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Ligar a tv logo cedo num pequeno quarto de hotel no interior do país é desentender-se dos fatos nos telejornais matutinos. Abre-se a janela e uma menina vai à escola à beira do rio, um menino faz gol de bicicleta entre guris e o homem ergue a parede de sua casa.  Tudo tão distinto das ruas em alvoroço de protestos urbanos ou políticos insanos.  No rincão o que se busca é continuar vivo entre chuvas e trovões, sem não ou talvez. Tudo é certo. Sem modernidades calam ou arremedam nossa urbanidade, gente que se defende com pimentas e ervas, oração e vizinhança. Voz sem boca, boca sem voz, essa gente não é parte nas notícias selvagens dos jornais distantes.  Se resolvem entre cozidos, arte, bola e santos. No país de tantos cantos, muitos voam fora da asa e sem golpes entre si vão tocando suas mazelas e graça.

Mas vivemos tempos obscuros, a noite persiste em nossos avançados quinhentos e tantos anos e muitos santos. Dizem que burro velho é difícil se corrigir nos hábitos. Em manhã chuvosa na grande São Paulo, ligo a tv e o notbook, as janelas se abrem antes que a cortina deixe entrar o novo dia. Surpreendente ver na tv o deputado Jair Bolsonaro afirmando em um clube israelita na cidade do Rio, que se presidente for, não teremos mais terras indígenas no país. Ao mesmo tempo o computador expõe na rede social a opinião de meu amigo Ianuculá Kaiabi Suiá, jovem liderança do Parque Indígena do Xingu, onde leio ao som do deputado que ladra:

Jair Bolsonaro, obrigado por você existir. Graças a você, hoje, temos noção de quanto a população brasileira carece de conhecimento, decência, consciência, juízo, amor e que carrega um imenso sentimento de ódio sem saber o porque. Sim, sim, não sabem. Um exemplo? Veja a bandeira de quem te aplaude, é de um povo que, assim como nós, sofreu as piores atrocidades cometidas pelas pessoas que pensavam como você. Enfim, eu não sei se essa parcela do povo brasileiro pode ser curada, mas vou pedir para um pajé fumar um charuto sagrado e revelar se o espírito maligno que se apossou da tua alma pode ser desfeita com uma grande pajelança.

Ianuculá sabe o que diz, sabe de todo martírio vivido pelos povos originários, e mesmo assim se propõe a consultar o mundo dos espíritos.

 

É deus e diabo na terra do sol, a mesma terra que ofende também abriga e anuncia uma mostra de cinema indígena nos próximos dias. Terra de etnias e corpos na terra, a cidade maravilhosa do Rio não se calará diante do fascismo desses tempos sombrios, acompanhe.

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