DE CARA NO CHÃO

Como numa tarde meio bye bye brasil, sinto um país envergonhado. Novos casais trazem seus filhos nos braços e os pequenos estão curiosos.  Há tantos jovens no Largo e seus bermudões, bonés e uma cara morena entre piercings, tatuagens e dreads. Os cinquentões também são muitos, e os cabelos grisalhos estão em nós, ainda crentes na democracia, sem se importar muito se bandeiras são verdes ou vermelhas.

 

A cara do presidente está à venda, estampada em tapetes para limpar os pés, pendurados na praça. Triste fim para a imagem de um político, Temer, pano de chão à venda na praça pública. Há uma paz geral e muitos apenas aguardam a tarde fria de sol passar em suas vidas; dez mil ou cem mil em multidão não muda muito o sentimento de espera de todos. Nem tanta alegria ou  empolgação vejo na multidão.

São muitos e de poucas bandeiras, querem unir o país escondendo nossas divergências, se unem em música e cerveja na praça, gente bonita e libertária, metropolitana, um país que  não cabe no Largo.

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