No segundo discurso realizado em cadeia nacional, hoje, Bolsonaro finalmente assume os riscos que o coronavírus (COVID-19) apresenta. Mas ainda segue vacilante com relação a medidas a serem adotadas. A postura só veio depois do presidente se ver completamente isolado, seja no país, onde aliados desertaram e outros chefes de poderes começaram a pedir sua cabeça, ou no mundo, vendo Trump e seus aliados negarem o negacionismo.
No vídeo, que durou cerca de oito minutos, o zero zero tentou enumerar as medidas que o governo federal já adotou contra a crise do coronavírus, mas apenas listou ações do exército como a recuperação dos isolados na China no começo da crise e a produção de cloroquina pelos laboratórios das forças armadas.
O presidente vinha negando a crise mundial do coronavírus, que até este momento já matou mais de 200 pessoas no Brasil e se aproximou de 6 mil casos confirmados.
Em um discurso que mencionou diversas vezes a palavra emprego não fez menção à lei aprovada ontem, no congresso, que disponibiliza ajuda para trabalhadores autônomos, beneficiários do bolsa família, MEIs e pessoas de baixa renda, mesmo que dependa apenas da sanção presidencial para que passe a valer. Também não anunciou nenhuma medida concreta para manutenção destes empregos.
Bolsonaro também pediu união entre os poderes da República, mas não deu sinais claros de apoio aos Estados e Municípios para fortalecer as medidas de saúde e isolamento. No tocante a saúde, se restringiu a não falar bobagens. Nada disse sobre as situações de desrespeito claro com relação ao seu próprio ministro da saúde ou as medidas apontadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Em um singelo agradecimento aos profissionais de saúde, de serviços essenciais e caminhoneiros esqueceu de desculpar-se por transitar publicamente e insuflar a circulação de pessoas, aumentando a possibilidade de contágio. A palavra ciência não foi mencionada.
Uma resposta
Bolsonaro parece a tartaruga em cima do poste:
Enquanto suturava um ferimento na mão de um velho gari, o médico do Mais Médicos e o paciente começaram a conversar sobre o país, o governo, e fatalmente sobre o BOLSONARO. O velhinho disse:
— Bom, o senhor sabe, o BOLSONARO é como uma tartaruga em cima do poste…
Sem saber o que o gari quis dizer, o médico perguntou:
— O que significa uma tartaruga num poste?
Calmamente, o gari explicou:
— Quando o senhor vai indo por uma estradinha, vê um poste, e lá em cima tem uma tartaruga tentando se equilibrar. Isso é uma tartaruga num poste.
Diante da cara de interrogação do médico, o velho acrescentou:
— A gente não entende como ela chegou lá; não acredita que ela esteja lá; sabe que ela não subiu lá sozinha; sabe que ela não deveria nem poderia estar lá; sabe que ela não vai fazer absolutamente nada enquanto estiver lá; não entende porque a colocaram lá. Então, tudo o que temos a fazer é ajudá-la a descer de lá. E providenciar para que nunca mais suba lá, pois lá em cima, definitivamente, não é o lugar dela.
Autor desconhecido.