Centro Acadêmico de Direito do Mackenzie se posiciona contra Bolsonaro

O Centro Acadêmico João Mendes Júnior (CAJMJr), instituição representante dos discentes da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, com respaldo da consulta popular realizada em alento à nossa jovem democracia, torna pública suas considerações em relação às eleições presidenciais 2018.

Estamos atravessando uma crise política-econômica, em que as instituições do estado democrático de direito estão sendo atacadas constantemente. Nossa economia estagnada, e a geração de empregos paralisada. A crise de representação política assombra milhares de brasileiros, que indignados com a atual situação do país, acreditam na mudança.

Em respeito à história, é imperioso rememorar os 50 anos da Batalha da Maria Antônia, o maior confronto civil do Regime Militar que consistiu em um embate entre estudantes do Mackenzie, favoráveis ao regime, e da FFLCH-USP, contrários ao regime, que resultou na morte de um estudante secundarista, e inclusive foi fato utilizado como fundamento para a implementação do Ato Institucional nº 5.

A Constituição Federal de 1988, completa seus 30 anos em clima nada comemorativo. A Carta Magna que tem como objetivos fundamentais da República “construir uma sociedade livre, justa e solidária” e “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” atravessa um dos momentos mais contubardos e ameaçadores desde a sua criação.

Partimos do ponto da defesa intransigente da Democracia e do Estado democrático de direito. E nesse campo nos encontramos com vários segmentos de juristas, economistas, professores, jornalistas, acadêmicos, políticos e grupos da sociedade civil que já se manifestaram no sentido da ameaça do autoritarismo que representa Jair Messias Bolsonaro para o desenvolvimento do Brasil.

Não é de hoje que o candidato Bolsonaro coleciona ofensas a todos os brasileiros e instituições democráticas, além do evidente despreparo para assumir cargo de tamanha representatividade. Em uma breve análise de seu plano de governo é nítido a falta de conhecimento de questões fundamentais à sociedade brasileira, como educação, ecônomia e segurança pública.

O candidato, aparentemente estagnado na década de 60, demonstra não se importar com discussões relevantíssimas ao desenvolvimento humanitário do País, no mesmo sentido da comunidade internacional.

O discurso do candidato é tomado pelo ódio, o que já gerou diversas manifestações de intolerância pelo Brasil a fora. O candidato, ainda, fez apologia ao período da Ditadura no Brasil, manifestando adoração ao torturador Coronel Ustra. Ademais, destacou ser favorável a esse período que denomina como “regime militar” e que a seu ver teve como um dos erros “torturar e não matar”. Isso fora ao fato de clara ameaça de morte à diversos políticos e afirmar taxativamente que perseguirá seus opositores, numa clara tentativa de cercear a liberdade de expressão.

A lista de atrocidades vociferadas é imensa.

Assim, meia década depois, o CAJMJr reconhecendo a mea culpa histórica, manifesta, em defesa do Estado Democrático de Direito, o REPÚDIO à candidatura de Jair Messias Bolsonaro, para que não haja espaço para a intolerância, para a arbitrariedade, e para o ódio em nossa sociedade. E por fim declaramos nosso apoio ao Professor Fernando Haddad, por entender que se faz oposição no terreno das liberdades democráticas.

Gestão Plural
Centro Acadêmico João Mendes Júnior

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