Lula Livre
As vozes do III Festival Lula Livre
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6 anos atrásem
por
João Bacellar
Neste domingo dia 2 de Julho, ocorre na Praça da República o III Festival Lula Livre. Milhares de manifestantes encaram o mal tempo e a intermitente e gelada garoa paulistana® para mandar um recado à (sic) justiça brasileira: O presidente Lula pode ter inimigos biliares em todas as instâncias do judiciário, dispostos a negar-lhe um processo minimamente imparcial, porém possui milhões de companheiras e companheiros dentre todos os estratos sociais, sobretudo entre os desfavorecidos economicamente, dispostos a defender por todos os meios seu legado de luta e trabalho pelo desenvolvimento do Brasil.
A despeito de um bombardeio midiático – uma campanha de difamação diuturna, implacável e aviltante sem paralelos – de quase 4 décadas, que minou sua popularidade entre uma parcela considerável da população, Lula mostra-se um estadista do raro tipo que grava seu nome e trajetória no coração do povo de seu País. Parcelas do poder econômico que inconformadas com o sucesso do peão do ABC sonham em destruir tal vínculo deveriam compreender, vendo manifestações como as de hoje, que não se trata apenas de uma tarefa árdua; convencer o povo brasileiro da má fé de Lula na condução de políticas que levassem à melhoria de vida da maioria da população é simplesmente impossível. Invistam milhões de reais – bilhões que sejam – não vai acontecer.
Tal sentimento pode ser facilmente constatado nos depoimentos das pessoas que formam a massa presente ao Festival; as amigas Ariadne, 19, auxiliar de escritório e estudante de ciências contábeis, Aline, 22, auxiliar de informática e Giorgia, 21, babá compareceram à República menos pelos shows e mais pela oportunidade de demonstrar apoio ao presidente. Nas palavras de Ariadne: “-Ele é muito importante para mim. Estamos sofrendo uma grande angústia com um governo que com certeza é fascista. Nos sentimos menores. O brasileiro parece que esquece que antes não tinha carro, não tinha casa. Agora se sente superior aos que não ascenderam de classe. Perdemos uma pessoa muito importante que olhava para o que realmente importa.” Para Giorgia trata-se de retribuir o auxílio de um companheiro: “Eu estou aqui pelo que ele fez pela gente. Fez tantas coisas boas e as pessoas esqueceram disso. A gente tem que estar aqui mostrando onde a gente chegou até agora, não regredir, pegar o projeto que ele tinha e levar para frente.” “-A mulher negra já é marginalizada, no Brasil e no Mundo inteiro, e fica mais difícil quando o ódio tem a porta aberta. A gente se sente sempre ameaçada. Não que nós não nos sentíssemos ameaçadas antes – as pessoas tem o ódio na mente – mas com esse governo, em apenas 5 meses a gente vê muitos casos…As pessoas (racistas) estão se sentindo livres para fazerem o que quiserem agora, despejar o ódio com facilidade!” complementa Ariadne.
O populismo de direita bolsonarista também reflete nas questões econômicas, para a babá Giorgia: -“Eu falo por mim, que já estou há muito tempo procurando emprego e não aparece nada, como mulher e negra – vejam as pesquisas – a taxa de desemprego é maior para a gente.” Ariadne complementa: – “Agora será mais difícil. O mercado de trabalho nunca tem a mulher negra num corte de poder nas empresas. Quando tem é uma porcentagem muito baixa. A maioria das pessoas em posição de poder adoram esse presidente (Bolsonaro) e são conservadoras. A gente vive isso – sempre viveu – mas agora será cada vez mais difícil.”
Diversas categorias profissionais compareceram ao Festival. Como sempre os combativos petroleiros – que assistem de camarote ao desmonte de uma das empresas estrategicamente mais importantes entre as estatais brasileiras e mais relevantes na composição do PIB e das cadeias produtivas e econômicas do Brasil; a Petrobrás – marcaram posição. Tiago Franco, diretor de base do Sindipetro SP apontou a importância do presidente Lula dentro da história recente da empresa: “- A gente veio defender o Lula. Estamos aqui por gratidão, não só gratidão como pelos nossos interesses, os recursos para a Petrobrás destinados no governo dele foram importantes para que nós conseguíssemos fazer descobertas e aumentar o parque industrial da cadeia de óleo e gás do Brasil, para essa riqueza ficar no Brasil e financiar saúde e educação para o desenvolvimento do País. A gente entende que a prisão de Lula é um ataque a toda e qualquer luta popular. Foi um recado da elite brasileira para o povo; se você lutar vão inventar qualquer coisa para te prender. Defender a liberdade do Lula é defender nossa liberdade para ser ativista. Você inventa um processo e sai prendendo e achacando empresários para que delatem e se possa criar um processo fraudulento… Colocaram ele lá (Lula na prisão) para impedir que as empresas nacionais se fortaleçam, que a riqueza nacional fique com o País e que o povo brasileiro seja sujeito de sua História. A prisão de Lula é um instrumento político.”
O companheiro de Tiago, Raul Amorim, estudante da UFSCAR e membro do Levante Popular da Juventude, também resaltou o caráter notoriamente político da prisão de Lula: “- É o preso político mais importante do Mundo nesse momento, não é só a gente que fala, não é só o Brasil que fala, o Mundo inteiro entende que a prisão dele não é apenas arbitrária; ela tem um objetivo.” Segundo o jovem: “- Ela tem o objetivo de destruir a soberania brasileira, ela tem como objetivo destruir tudo que foi construído nas últimas duas décadas, que não foi pouca coisa. Eles não estavam preparados para ver um Brasil andando pelas próprias pernas. O ataque ao Lula também é um ataque contra a educação, à saúde pública, às aposentadorias e à política como um todo. O Lula está preso, mas outros políticos também estão sendo ameaçados. No dia 14 (greve geral) a pauta Lula Livre estará presente.”
Ao contrário do que pregam os babuínos da horda digital conservadora diversas famílias, sem quaisquer ligações com movimentos sociais ou partidos políticos ajudaram a engrossar o caldo do Festival. A professora de dança e bailarina Camila, 28, carregava a sua pequena filha Clara, de apenas 7 anos nas costas, e ressaltou a importância da formação política (alô Escola Sem Partido) das crianças desde cedo: “-Eu trouxe minha filha por que eu acredito que as crianças tem de estar inseridas nas discussões como elas puderem. De uma forma protegida mas real. Elas fazem parte, elas tem voz. É importante apoiar os movimentos agora que eles estão cada vez mais fortes. Está mais do que demonstrado que Lula é um preso político e na História desse País nós não podemos mais permitir a existência de um preso político.”
Os shows de artistas como Chico Cesar, Fernanda Takai, Zeca Baleiro, Criolo, Emicida, Odair José, Anelis Assumpção, Thaíde, Otto entre diversos outros consagrados e conscientes representantes da arte brasileira sem dúvida animaram o público. Mas a grande estrela do Festival foi o povo resistente e com incrível capacidade de compreensão do momento que vivemos. Lula não está sozinho. Que esse bonito e importante evento seja o último necessário para clamarmos pela justiça e por sua liberdade.
#LULALIVRE
Fotos e texto; João Bacellar
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AO VIVO
O Amor vai vencer o Ódio – Lula no Encontro Nacional do PT
Publicadoo
6 anos atrásem
23/11/19
Durante 580 dias fui isolado da família, dos amigos e companheiros, apartado do povo, mesmo tendo o direito constitucional de recorrer em liberdade contra a sentença injusta e fraudulenta de um juiz parcial. Um direito que somente agora foi proclamado pelo Supremo Tribunal Federal, para todos, sem exceção.
um ex-juiz que atuou fora da lei, grampeou advogados, mentiu ao país e aos tribunais, antes de desnudar seus objetivos políticos. Lutarei para que seja anulada a sentença e me deem o julgamento justo que não tive.
Desde que foi criado, há quase 40 anos, o PT disputou dentro da lei e pacificamente todas as eleições neste país. Quando perdemos, aceitamos o resultado e fizemos oposição, como determinaram as urnas. Quando vencemos, governamos com diálogo social, participação popular e respeito às instituições.
Aos que criticam ou temem a polarização, temos que ter a coragem de dizer: nós somos, sim, o oposto de Bolsonaro. Não dá para ficar em cima do muro ou no meio do caminho: somos e seremos oposição a esse governo de extrema-direita que gera desemprego e exige que os desempregados paguem a conta.
Andam negando essa verdade científica, mas a Terra é redonda e nós estamos, sim, em polos opostos: enquanto eles semeiam o ódio, nós vamos mostrar a eles o que o amor é capaz de fazer por este país.
Para o mercado decidir quem pode e quem não pode se aposentar, quanto vai custar o gás de cozinha, o combustível, a energia elétrica, visando somente o lucro, o Brasil não precisaria do PT.
Porque o maior inimigo do Brasil hoje e desde sempre é a desigualdade, esse vergonhoso fosso em que 1% da população detém 30% da renda nacional e para a metade mais pobre sobram 17%, as migalhas de um banquete indecente.
O peso da injustiça recai hoje sobre os motoristas de aplicativos, os jovens que perdem a saúde e arriscam a vida fazendo entregas em motos, bicicletas, ou mesmo a pé. Os que não têm a quem recorrer por seus direitos, porque a única relação de trabalho que conhecem não é a carteira profissional, mas um telefone celular que ele precisa recarregar desesperadamente.
O maior erro que nós cometemos foi não ter feito mais e melhor, de uma forma tão contundente que jamais fosse possível esse país voltar a ser governado contra o povo, contra os interesses nacionais, contra a liberdade e a democracia, como está sendo hoje.
Também tínhamos de ter trabalhado muito mais para democratizar o acesso à informação e aos meios de comunicação, apoiado mais as rádios comunitárias, fortalecido mais a televisão pública, a imprensa regional, o jornalismo independente na internet.
Entendo que democratizar a comunicação não é fechar uma TV, é abrir muitas. É fazer a regulação constitucional que está parada há 31 anos, à espera de um momento de coragem do Congresso Nacional. É fazer cumprir a lei do direito de resposta. E é principalmente abrir mais escolas e universidades, levar mais informação e consciência para que as pessoas se libertem do monopólio.
A autocrítica que o Brasil espera é a dos que apoiaram, nos últimos três anos, a implantação do projeto neoliberal que não deu certo em lugar nenhum do mundo, que vai destruir a previdência pública e que ao invés de gerar os empregos que o povo precisa está implantando novas formas de exploração.
Que ética é essa que condena 2 milhões de trabalhadores, sem apelação, destruindo empresas para salvar os patrões acusados de corrupção?
Temos muito o que falar sobre ética, sobre combate à corrupção e à impunidade. Mas acima de tudo temos que falar a verdade.
Os indicadores econômicos do Brasil pioraram: a balança comercial em queda, a economia paralisada, setores da indústria destruídos, o investimento público e privado inexistente, o rombo nas contas aumentado irresponsavelmente por razões políticas. O custo de vida dos pobres aumentou e as pessoas voltaram a cozinhar com lenha porque não podem comprar um botijão de gás.
O Brasil só não está passando por uma convulsão social extrema por causa da herança dos governos do PT. Porque não conseguiram acabar com o Bolsa Família, último recurso de milhões de deserdados. Porque milhões de famílias ainda produzem no campo, para onde levamos água, energia, tecnologia e recursos em nosso governo. E também porque não conseguiram destruir ainda os sistemas públicos de saúde, educação e segurança, mas fatalmente isso irá ocorrer pela criminosa política de cortes do investimento público.
Fiquem alertas os que estão se aproveitando dessa farra de entreguismo e privatização predatória, porque não vai durar para sempre. O povo brasileiro há de encontrar os meios de recuperar aquilo que lhe pertence. E saberá cobrar os crimes dos que estão traindo, entregando e destruindo o país.
Um país que não garante educação pública de qualidade a todas as suas crianças, adolescentes e jovens não se prepara para o futuro.
O Brasil precisa embarcar de volta para o futuro. E não tem ninguém melhor para pilotar essa máquina do tempo do que a juventude desse país. Porque essa juventude, seja ela branca, negra ou indígena, ela quer ensino de qualidade, quer adquirir conhecimento, quer de volta as oportunidades de trabalho digno, sem alienação e sem humilhações.
Luiz Inácio Lula da Silva
Os Jornalistas Livres também fizemos a transmissão ao vivo que pode ser assistida em https://www.youtube.com/watch?v=XJTUbyFB5II&feature=youtu.be

Por Ricardo Melo*, especial para os Jornalistas Livres
Pode soar incrível. Saíram da boca do usurpador Bolsonaro duas palavras úteis além de bravatas escatológicas de padrão fascista: Lula está “momentaneamente solto”.
Mais do que despeito diante do revés imposto aos golpistas, a definição guarda significado estratégico. O grande capital e seus associados na mídia, judiciário, executivo e legislativo insistem no objetivo de eliminar Lula e o que ele representa. A decisão do Supremo é sintomática: cederam-se alguns anéis para tentar outro bote para recuperá-los (com lucro) mais à frente. Sobretudo mantiveram-se os dedos que apertam gatilhos simbólica e literalmente, como aconteceu com Marielle/Anderson.
Os elogios derramados ao presidente do STF pelo voto de minerva mal abafaram o constrangimento. Nem bem terminou a sessão, Toffoli saiu a dizer que o Congresso pode mudar o decidido pouco antes. “Basta uma emenda”. Quanta hipocrisia. Nenhuma das chamadas cláusulas pétreas pode ser modificada exceto por outra Assembleia Constituinte. Nenhuma. Entre elas, as relativas a direitos e garantias individuais, como a do direito à defesa até o último recurso ser julgado. A Constituição é inequívoca a respeito –assim como inequívoco é o percurso tortuoso de Toffoli nos tribunais.

Ato em São Bernardo, para receber Lula – Foto de Bacellar
É indiferente então que Lula tenha saído da solitária? Nem um tolo pensaria isto. Trata-se de uma vitória tática da maior importância. Deixe-se em papelada o raciocínio malabarista de que Lula fora da cadeia favorece a direita, disposta a se reaglutinar com receio do fantasma petista. Pensamento tão razoável quanto imaginar que o inimigo solto, mesmo momentaneamente, é mais seguro do que preso!
Dúvida? Com a palavra Steve Bannon, um dos gurus da extrema direita, conselheiro de todas horas da famiglia Bolsonaro e ex-queridinho de Donald Trump: “Lula é uma figura trágica […] ele é alguém que foi corrompido por dinheiro e poder. É evidente e, para mim, isso agora vai causar uma enorme perturbação política no Brasil”.
Bannon sabe do que fala. Já para o povo pobre do Brasil, para os democratas de verdade, o alcance da liberdade provisória de Lula ficou expresso nas demonstrações incontidas de alegria, satisfação e esperança. Impossível para quem deseja um país decente ficar imóvel diante da recepção a Lula tanto em Curitiba como em São Bernardo. Se Lula ainda não está livre das acusações que pesam sobre ele, é fato que o recuo imposto aos golpistas tornou-se um combustível pronto a incendiar-se diante de um governo interventor.
Agenda de ruínas
Lições da história demonstram que o Brasil reúne as chamadas condições objetivas para entrar nos trilhos da democracia. Os de baixo não podem mais viver como agora. A miséria se alastra a toda velocidade; direitos trabalhistas e previdenciários viraram pó; o setor público vem sendo desmantelado impiedosamente; a soberania nacional sofre ataques sucessivos; estatais são vendidas na bacia das almas; os parcos ganhos salariais dos anos pré-golpe começam a ser revertidos. E o desemprego permanece nas alturas, mesmo com as maquiagens estatísticas de “informalidade”, “intermitência” e outros eufemismos abjetos. O esmagamento das liberdades e das minorias, a entrega do poder a milicianos e o desprezo pelo povo equivalem à expressão política necessária para o êxito da agenda de ruínas.
Só que no topo da pirâmide o ambiente está longe de ser tranquilo. Mesmo o mais cínico dos extremistas de direita sabe que a “vitória” de Bolsonaro emergiu da fraude e da manipulação descaradas, a começar pelo banimento de Lula das eleições. O capitão medíocre foi o que restou aos tubarões assustados com o desmoronamento das candidaturas de direita tidas como “civilizadas”. Há, porém, um desconforto inquietante nessa esfera em face da brutalidade da gangue aboletada no Planalto. Também medo de que a implosão do PSL exponha mazelas muito maiores e fétidas além da fronteira do partido.
A divergência não é de fundo, claro. Preocupa esta “gente limpinha”, alinhada desde sempre com os golpistas, que a desfaçatez bolsonarista multiplique a oposição às contrarreformas, cuja aprovação é objetivo maior da elite apodrecida. O pano de fundo internacional não ajuda, com as grandes potências travando uma batalha encarniçada para assegurar fatias crescentes do mercado. Isto num momento em que os próprios teóricos neo-liberais do FMI, Banco Mundial e Cia. admitem que a economia mundial patina e o horizonte se torna mais e mais sombrio.
Não à toa Trump faz gato e sapato do “grande aliado” Bolsonaro, transformado o Brasil em chacota mundial. As multinacionais esnobam Guedes e seus asseclas nos leilões de petróleo e exigem benefícios ainda mais indecentes. Em resposta, Guedes providencia mais contrarreformas para chilenizar o Brasil a toque de caixa antes que aventureiros de outros países o façam. O golpe na Bolívia que derrubou Evo Morales –responsável por um dos maiores índices de crescimento e inclusão social em seus governos– prova que o grande capital não está para brincadeira. Ele compreende muito bem a origem da onda de revoltas espalhadas mundo afora.
Ninguém se engane: neste cenário, a artilharia contra Lula de forma alguma arrefeceu. Seu nome está associado à ideia de conquistas sociais, de liberdade, democracia, menos desigualdade e limites à exploração desenfreada. Tudo o que contradiz a cartilha do grande capital. Obrigados a recuar um pouco, os donos do dinheiro já anunciam nova ofensiva em todas as instâncias. Provocadores esparramados em redes sociais também não pensarão duas vezes em passar das palavras à ação. Contam com a mesma impunidade que cerca, por exemplo, a famiglia Bolsonaro, os assassinos de Marielle/Anderson e o poder miliciano infiltrado no Estado. O reforço da segurança do ex-presidente Lula é questão de honra para o movimento popular, assim como a anulação de todos os processos mentirosos abertos contra ele.
A melhor defesa é o ataque. Como bem disse Lula, o combate imediato é contra a agenda de destruição do Brasil colocada em prática desde a derrubada de Dilma Rousseff. Algo muito maior que uma guerra de palavras parlamentar ou batalha de twitters. A disputa, mais do que nunca, ocorre na ação: nas ruas, nos bairros, nas escolas, nas empresas, nas estatais, no comércio, nos movimentos sociais, nos agrupamentos de desempregados, nas caravanas pelo Brasil –na recusa permanente a todos os atos, leis e decretos que atentam contra a dignidade, sobrevivência e livre manifestação.
Lula é insubstituível como alavanca dessa contraofensiva progressista. Instrumento necessário para organizar os pobres e democratas, tanto quanto para construir uma frente política à altura das urgências do Brasil. O sucesso ou fracasso desse confronto cotidiano vai ditar o prazo de validade de Bolsonaro no poder.
*Ricardo Melo é jornalista, ex-presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) e apresentador do programa ‘Contraponto’ na rádio Trianon de S.Paulo (AM 740)

Ato em São Bernardo, para receber Luiz Inácio Lula da Silva, depois de 580 dias de prisão na sede da Polícia Federal de Curitiba – Foto de Ricardo Stuckert

Por Ivan Hegenberg para o Jornalistas Livres.
Lula é o novo Mandela e não pode haver receio ou hesitação na celebração de sua liberdade. Na Lava Jato foi cobrado do ex-presidente algo que em um Estado de Direito jamais se pode exigir, que é uma prova de inocência irrefutável. Poucas lideranças políticas de grande envergadura poderiam ter suas contas devassadas como as do ex-presidente sem apresentar uma prova material comprometedora. Mesmo partindo em desvantagem, a defesa técnica tem muito o que dizer sobre as perícias solicitadas, sobre o fato de o triplex ter sido penhorado pela OAS e pode contrapor as delações acusatórias com muitas delações que absolveriam o réu.
Dallagnol e Moro ficaram frustrados por não conseguirem nada além de ilações e delações duvidosas, mas tiveram sucesso na intensificação de questionamentos sobre a ética lulista. Em aliança com a mídia, conseguiram criar em grande parte da população o sentimento de que para deter Lula seria aceitável inverter o ônus da prova.
A ideia de se forçar uma condenação exemplar sem as impressões digitais do ex-presidente é uma farsa jurídica insustentável, e precisa ser vista como uma usurpação da vontade popular. Pode-se desaprovar as escolhas políticas feitas ao longo dos anos petistas, mas não houve legitimidade na criminalização de suas ações. Apenas a imolação de um bode expiatório para todo um sistema que seria corrupto com ou sem Lula.
E como se trata de um julgamento político, não há maior prova de inocência para Lula do que o bolsonarismo. Nada demonstra de maneira mais cristalina que a perseguição ao PT não tinha como devir o combate à corrupção, e que o antipetismo oficial sempre significou um projeto de poder retrógrado e criminoso. Projeto do qual fazem parte muitos corruptos da grande imprensa, do judiciário e do empresariado.
Lula livre é luta nossa! É hora de celebrar e união contra os retrocessos.
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