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As bandeirinhas coloridas do junho antifascista

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O antifascismo passa por um processo de hellokittyzação. De luta vinculada a campos políticos bem delineados com projetos políticos bem definidos, ela se transformou numa luta do bem contra o mal no último ciclo eleitoral, e hoje mobiliza de maconheiros a apreciadores de café, passando por ex-economista do Banco Mundial e influenciadores digitais.

Pelo menos os apreciadores de café não trocaram as cores. Podemos dizer que eles bebem tanto do anarquismo quanto do comunismo?

Por “hellokittyzação” eu quero dizer essa massificação despolitizada em que a estética se basta enquanto significado. A simbologia perde o vínculo com o objeto que pretende representar, e nesse caso temos uma legião de antifascistas sem um antifascismo, sem um movimento político de oposição ao movimento político que é o fascismo. Você já reparou que a Hello Kitty é uma gata muito estranha, que não tem boca? Ou já leu que na verdade a Hello Kitty não é oficialmente uma gata, mas uma menina? Alguém se importa? As pessoas usam na roupa, compram chinelo, tem carimbo pro caderno. As pessoas se identificam com ela. Tanto faz o que ela é. Ela é muito bonitinha e vende bem.

É uma descaracterização disfarçada de popularização. Apesar da famosa foto do Che feita por Alberto Korda ter virado estampa de camiseta na C&A, as pessoas pelo menos reconhecem o Che pela cara e compreendem vagamente que ele era um revolucionário. Já a Frida Kahlo deixa de ser a artista comunista militante e vira aquela moça de flor no cabelo, símbolo de não se sabe bem o que.

Mesmo com orelhinha de Mickey, o Che ainda é o Che

Não sei quem cometeu esse crime, mas depois da revolução certamente receberia uma multinha por propaganda anticomunista

Compartilho com desgosto a FridaMoji, cometida por um designer gráfico estadunidense, o Sam Cantor

Tem também a Fridinha Kawaii

Antifascistas sem antifascismo

Comentei sobre esses dois casos pra abrir uma discussão sobre essa nossa memetização dos símbolos de luta: nada contra “viralizar” as coisas, muito pelo contrário. Política tem é que ser popular. A gente faz militância pra popularizar as ideias que a gente defende, porque acreditamos que são as melhores e que se colocadas em prática vai todo mundo viver melhor. Quer dizer, pra militância de esquerda é todo mundo. Militância de direita defende outra coisa.

A camiseta do Che vendendo em shopping center é resultado de uma campanha de despolitização em torno da figura dele e também ajuda a avançar esse processo, neutralizando a sua imagem enquanto um símbolo de luta. Da mesma forma, a apropriação das bandeirinhas antifascistas por pessoas que não compreendem o que é fascismo (e por consequência não têm como se opor a ele) sinaliza uma onda de antifascistas sem antifascismo, com uma multidão que não é necessariamente antifascista, apenas “se identifica como”.

Veja bem, não estou criticando pessoas que expressam seu apoio ao antifascismo mas não se engajam na luta de formas mais orgânicas. Nem todo mundo vai ser militante, e uma massa de pessoas expressando o apoio a uma causa é um bom sinal de que a disputa ideológica está indo bem para tal causa. O que estou dizendo é que tem muita gente que está expressando apoio a qualquer coisa que por coincidência tem o mesmo nome do movimento histórico de combate ao fascismo que teve ampla participação de comunistas e anarquistas.

“Ah, mas as pessoas tão só se apropriando do símbolo de luta e transformando no delas”

É esse o problema. A mudança das cores é uma customização não só estética, mas simbólica. Ela sinaliza que é possível customizar o antifascismo com a sua ideologia preferida, e que ela pode ser nacionalista, de direita, conservadora, isentona, desvinculada da classe trabalhadora ou o que você preferir.

Outras customizações que tão rolando

Estou acompanhando 3 narrativas principais circulando sobre o fascismo (percebam que eu disse 3 narrativas e não 3 posições):

1) Fascistas e simpatizantes: Temos grupos como o famoso 300 do Brasil de Sara Winter, além de outros grupelhos neonazistas (ligados ou não ao atual presidente) e alguns grupos da base de apoio do presidente Bolsonaro que têm cara de nazifascistas, cheiro de nazifascistas, mas não se identificam publicamente como neonazistas ou fascistas. A ideologia é fascista, com elementos de ultra nacionalismo, militarismo, anticomunismo  e tradicionalismo, e a prática política é fascista, com alguns grupos – como os próprios 300 – se constituindo na forma de grupos paramilitares/milícias armadas. Mas eles não se dizem fascistas porque sua ideologia ainda não tem o apoio que eles precisam. Estão em um momento inicial de trabalho de base e disputa ideológica que seria comprometido caso se mostrassem abertamente fascistas.

Peguei aqui esse comentário aleatório para ilustrar por falta de fonte melhor. Mas o discurso é o mesmo. A tática aqui é se defender não do conteúdo da acusação, mas da acusação em si, se vitimizando.

Eles dizem que não são fascistas, que fascismo é crime e que todo extremismo deveria ser (como por exemplo o feminismo). Dizem que são antifascistas e anticomunistas. Daí vêm propostas como as defendidas pelos Bolsonaro como essa ideia legislativa aqui: “Tornar apologia ao comunismo, nazismo e fascismo um crime.” Nessa narrativa também cabe o discurso “anti antifa” do Trump, que diz que tratará “o grupo” como terrorista por meio de um tweet compartilhado pelo Bolsonaro.

2) É o felipenetismo: entra aqui um elemento despolitizador que defende que antifascismo não é uma posição política, e sim uma posição moral que todos devemos defender. A confusão aqui é que parte dessa afirmação é verdade: antifascismo é a única posição moralmente defensável (partindo de uma moral progressista e libertadora). Mas ela é a única posição política moralmente defensável. Antifascismo é política, e afirmar algo diferente é por coerência dizer que o próprio fascismo não é política. Vou jogar aqui a definição que aparece no próprio Google pra ninguém dizer que eu tô buscando significados obscuros ou inacessíveis:

Quando alguém diz que fascismo não é política só pode ser ignorância ou má fé. No caso da ignorância à la Felipe Neto, é dito que a oposição ao fascismo não é política porque as pessoas associam política a partidos, e essa seria uma forma de aumentar o apoio ao antifascismo entre aquelas pessoas que rejeitam a política representativa e os partidos políticos no geral. Não funciona, e vou argumentar por que: quando dizemos que o fascismo não é política, ele é apenas “o mal” e que precisa ser combatido, qual a proposta para combater efetivamente? Usar apenas a força da vontade expressa a partir de memes de bandeirinhas coloridas?

“A discussão, hoje, não é mais política. É sobre liberdade e opressão. Quando o presidente manda um jornalista ‘calar a boca’, não é mais um lado político. A gente não pode validar o fascismo” – Felipe Neto tentou explicar no Roda Viva que antifascismo não é uma posição política. Em defesa dele, o influencer tem também falado de política abertamente e pode ser uma boa influência para jovens no próximo ciclo eleitoral. Mas ainda precisa dar aquela afinadinha na estratégia, Felipe!

3) O terceiro grupo aqui é a esquerda de fato, que leva adiante a militância antifascista desde a época em que o fascismo e o nazismo eram regimes políticos. E isso é importante: dentre essa oposição política significou trabalho militante organizado para destruir o fascismo e o nazismo. E quem estava nessas frentes de luta em grande parte eram anarquistas e comunistas – daí vêm esse símbolo antifascista que conhecemos, e por isso as bandeiras dentro dele são a preta, simbolizando o anarquismo, e a vermelha, simbolizando o comunismo. Manter esse legado vivo tem uma importância que não é só histórica, mas também política: não se combate uma ideologia sem outra pra por no lugar. Precisamos de um projeto de sociedade para contrapor ao fascismo. A esquerda defende o socialismo.

É verdade que não é preciso ser anarquista nem comunista para ser antifascista. Mas não tem como apoiar um movimento e se opor a quem o constrói e à ideologia de quem o constrói. Quem propôs e se esforçou para construir uma frente ampla de combate ao fascismo foram esses anarquistas e comunistas, que compreendiam que é necessário construir alguns consensos sobre o que é e o que não é o fascismo (e por consequência o antifascismo), construir uma plataforma de oposição e partir para a ação. E que até hoje anarquistas e comunistas continuam engajados na luta de expor e combater o nazifascismo onde quer que ele apareça, construindo alianças com outros setores progressistas e disputando politicamente a sociedade.

Não temos como combater o fascismo sem fazer oposição política com nossos movimentos disputando as narrativas com outras ideologias, rejeitando não só o fascismo como algo abstrato, mas sua economia (que é capitalista e imperialista), sua noção de direito (que não considera os direitos humanos de outros povos, imigrantes, mulheres, homossexuais, pessoas com deficiência, judeus) e tudo mais que constitui o fascismo. E não temos como combater o fascismo quando ocupa espaço no Estado – com deputados e até o presidente sinalizando simpatia a ele – sem nossos partidos e candidatos de oposição. Mesmo que o sistema político esteja irreparavelmente corrompido e que sejamos críticos a ele.

Não vou entrar aqui nos motivos para isso porque seria um outro texto gigante, mas vou me limitar a dizer que a defesa do capitalismo e mesmo a indiferença a ele são incompatíveis ao combate do fascismo por que não apresentam outra proposta, e por que o capitalismo, ainda que não seja ele mesmo fascista, também não se opõe a ele necessariamente. E que o fascismo e o nazismo não teriam surgido sem interesses capitalistas, e que valores como o expansionismo, o militarismo e o imperialismo, partes fundamentais do nazifascismo, também só existem num contexto de capitalismo global. E vou deixar o lembrete de que tanto o nazifascismo quanto outros regimes autoritários (como a ditadura militar no Brasil!) foram implantados também com a justificativa de combater o comunismo.

Aqui é que entra a bagunça colorida que estamos vendo nesses últimos dias: quem olha sem atenção vê bandeira de tanta cor que pode achar que é alguma comemoração junina virtual que as pessoas estão fazendo por causa da quarentena. De anarquismo e comunismo mesmo não se vê quase nada. E tem organizações de esquerda entrando nesse arco-íris do bem contra o mal sem prestar atenção nesse processo de despolitização do antifascismo. Aqui vão alguns lastimáveis:

O amarelo é a cor dos anarcocapitalistas (bandeira da direita, em todos os sentidos, que de anarquistas não têm nada e são de extrema direita, compartilhando muitos valores justamente com os grupos que queremos combater.

Dá pra tentar entender qual a ideia aqui, mas qual o sentido de um antifascismo nacionalista que troca a bandeira vermelha pela verde e amarela? Só mesmo se for a galera do primeiro grupo.

Essas cores aí são do anarcoprimitivismo – aquela galera que defende desindustrialização e o fim da energia elétrica. Tem também um grupo de “terceira posição” (grupo 1) que usa essas cores e a combinação também agradou aos integralistas brasileiros. Infelizmente a Frente Brasil Popular, que também usa a cor verde na sua identidade visual, mirou no Brasil e acertou o tom da Nova Resistência. Verde no Brasil também é a cor do Partido Socialista Cristão.

Por mais que o movimento LGBT tenha se engajado historicamente no movimento antifascista, até por que homossexuais foram perseguidos pelo nazismo e pelo fascismo, eu questiono qual a ética por trás de priorizar a autoafirmação a ponto de preferir as cores da sua autoidentificação às do movimento a que quer se vincular. Parece que importa mesmo é a sua identidade, e não os valores do movimento que você diz fazer parte.

O junho antifascista exagerou nas cores das bandeirinhas

Na minha opinião, o grupo 2 acaba sem querer ajudando o grupo 1. O grupo 1 aposta na despolitização, tanto porque ela abre caminho para vincular essa luta contra o mal ao anticomunismo, ao dizer que ambos são extremismos e portanto errados, quanto porque ela enfraquece iniciativas efetivas de combate ao fascismo – que podem ir desde uma frente eleitoral que apresente boas alternativas até grupos de autodefesa para desmobilizar na marra atos fascistas e grupos armados de extrema-direita. E quando organizações da própria esquerda entram na onda do meme e tentam “viralizar” sem prestar atenção na mensagem, acabam contribuindo com o ruído que é o grupo 2 e fortalecendo a narrativa de que apagar o comunismo e o anarquismo da luta antifascista não traz prejuízo nenhum. Que é exatamente o que o grupo 1 quer agora. Depois eles mudam a narrativa, mas até lá as bandeiras vermelhas e pretas vão sumindo aos poucos. E a gente sabe quem sai perdendo disso aí.

Pra não dizer que só critiquei ou que eu sou contra adaptações e atualizações dos símbolos, vou terminar com alguns exemplos de uma galera que acertou o tom:

Essas sim são apropriações e adaptações que não descaracterizam a simbologia e nem se desvinculam da simbologia antifascista. Alguns tomaram mais liberdades que outros, mas todas são exemplo de que adaptações são bem vindas quando elas não descaracterizam a mensagem. São pessoas que tomam tanto o símbolo quanto a própria luta como delas, em vez de trocar o símbolo e alterar a luta pra caber na identidade política que elas já têm.

*O post foi editado para corrigir o símbolo do Palmeiras Antifascista. Na versão original a versão que aparecia era na verdade o símbolo “anti antifascista” que também está circulando pela internet e aparece quando buscamos “palmeiras antifascista”.

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O Bolsonaro de sempre: porrada na boca do povo e de quem revela seus crimes

Já para os amigos milicianos, a famiglia delinquente e o grande capital é sombra, água fresca, Rodrigo Maia e o STF acovardados

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Bolsonaro é porrada @Antonio Cruz/Agência Brasil

É conhecida a fábula do Sapo e o Escorpião. Certo dia, o escorpião pediu ajuda ao sapo para levá-lo a outra margem do rio. O sapo temia ser picado, mas o escorpião garantiu que não faria isso, pois se o sapo morresse, ele também morreria afogado. Com a explicação convincente, o sapo decidiu ajudar o “amigo”, mas no meio do rio recebeu a picada mortal. Antes de morrer perguntou: “Por que você fez isso?” O escorpião respondeu: “É da minha natureza”. Assim age Bolsonaro. Como o escorpião.

Por Dacio Malta*

Sempre foi assim, e assim continuará.

A trégua que ele deu ao país, após a prisão do amigo Queiroz, foi para inglês ver.

O capitão é caso perdido.

Nem curso intensivo da Socila  — escola tradicional no ensino de etiqueta e boas maneiras — daria jeito no capitão meio bandido, meio desastrado, mas completamente ignorante.

A resposta dada ao repórter de “O Globo”, que perguntou ao presidente por que a terceira primeira-dama Michelle recebeu R$ 89 mil de Queiroz, mostrou um Bolsonaro em sua forma mais genuína:

 —Minha vontade é encher sua boca de porrada.


Um milhão de tweets já publicados contra a declaração, em nada mudará seu comportamento.

O capitão é assim.

Desastrado ao ponto de, no Piauí, pegar um anão no colo pensando ser uma criança.

Grosso ao dizer, em Mossoró, na mesma semana, que na política “sou imbrochável”.

 —E não é só na política não. Eu tenho uma filha de 9 anos de idade, que foi feita sem aditivo.


Em princípio teremos de conviver com a besta por mais dois anos e meio.

Supersticioso, o presidente da Câmara não quer discutir o impeachment.

E tem lá suas razões.

A pandemia é a desculpa, mas a razão verdadeira é o apoio do centrão ao presidente que, junto com os R$ 600,00 alçou sua popularidade a 37% de aprovação, o que é muito pouco, mas suficiente para segurá-lo no cargo.

Obviamente, é preciso haver o combate diário não só contra ele, mas também contra os Ernestos, as Damares, os Ônixs, os Pazuellos, os Salles, os Mendonças e todos aqueles que insistem em avacalhar o país aqui e no exterior. E em especial ao Corisco do Lampião, e que atende pelo nome de Paulo Guedes.

Nos próximos 28 meses ainda iremos sofrer e nos envergonhar por termos de conviver com um presidente tosco com viés miliciano.

Mas ele passará.

Sua força é com um castelo de cartas.


Quis fazer um partido para chamá-lo de seu, e disputar as eleições deste ano, mas já sabe que não conseguirá formá-lo nem para 2022. Precisava do apoio de 492 mil eleitores, mas só conseguiu 15.762 apoiadores.

A resposta virá.

E o melhor.

Ele, e os filhos bandidos, terão o destino que merecem: a cadeia.

*Dacio Malta trabalhou nos três principais jornais do Rio – O Globo, Jornal do Brasil e O Dia – e na revista Veja.

Leia mais Dacio Malta em:

HTTPS://JORNALISTASLIVRES.ORG/BOLSONARO-FACILITA-FUGA-DE-ABRAHAM-WEINTRAUB-PARA-OS-ESTADOS-UNIDOS/

CADÊ O QUEIROZ? BRAÇO DIREITO DE BOLSONARO TEM A SENHA PRA DERRUBAR O PRESIDENTE

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Brasília

Racistas, fascistas, não passarão!

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Em um lado da Esplanada dos Ministérios, um ato em defesa da democracia, contra o racismo e o fascismo. No outro, a marcha do ódio e antidemocrática dos bolsonaristas defendendo o mesmo de sempre: fechamento do STF, intervenção militar, morte aos comunistas, maconheiros e outros absurdos.

Houve muita provocação verbal dos dois lados, mas apenas os bolsonaristas tentaram criar um embate físico, ao cruzarem a barreira policial no gramado central, para correr entre os manifestantes antifa. A polícia? Parecia mais preocupada em intimidar aqueles que defendem a democracia. Mas a resposta dos que lutam contra o racismo e o fascismo foi linda: muito grito de luta, um ato cheio de emoção e sem violência, como era esperado.

Confira a galeria de imagens da cobertura dos Jornalistas Lives em Brasília

Galeria 1- Fotos: Leonardo Milano / Jornalistas Livres

 

Galeria 2- Fotos: Matheus Alves

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#EleNão

Ato na Paulista, neste sábado (13/06), faz protesto “contra governo da morte”

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Neste sábado (13/6), a avenida Paulista será o espaço de mais uma manifestação pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro. O ato está sendo organizado por grupos sem vínculos partidários ou institucionais, que protestam contra o genocídio produzido pela irresponsabilidade do governo federal diante da pandemia do Covid-19 e contra a violência policial e estatal que vitima os brasileiros mais pobres e vulneráveis.

Bolsonaro, que já vinha pressionando prefeitos, governadores e empresários para um “retorno à normalidade”, antes mesmo do Brasil atingir o pico da pandemia e a contaminação estar controlada, estimulou, em live transmitida na úlltima quinta-feira (11/06), que a população invada os hospitais, filme os leitos e envie as imagens para a Polícia Federal e para a Abin, colocando em cheque os números apresentados pelas secretarias de saúde de estados e municípios. De acordo com nota divulgada pelo grupo que organiza o Ato, não resta outra alternativa que não seja ocupar as ruas e confrontar o governo com os resultados de sua própria política, “o Brasil não pode mais aguentar duas crises ao mesmo tempo: a pandemia e Bolsonaro. Uma se alimenta da outra. A única maneira de lutar contra a pandemia é derrubando este governo irresponsável. Não sairemos das ruas até que ele caia”.

Jair Bolsonaro também ameaçou, nesta quinta-feira (11), vetar a prorrogação do auxílio emergencial, caso o Congresso mantenha o valor de R$ 600. A proposta apresentada pelo governo é reduzir o valor pela metade, para mais dois meses de auxílio.

“A função primeira de um governo é proteger a população. Bolsonaro e seus seguidores zombam dos mortos e conspiram contra políticas que poderiam salvar vidas”.

 

 

 

Outra medida tomada por Bolsonaro esta semana, que vai de encontro às reclamações do Ato Contra o Governo da Morte, foi a exclusão da violência policial do relatório sobre violações de direitos humanos, uma tentativa clara de maquiar os números, assim como é a política oficial com o Coronavírus.

Serão distribuídas para os manifestantes, 500 fotos com vítimas da violência do Estado na ditadura e nos dias atuais, pela polícia e Covid-19. O uso de máscaras e a observação da distância de dois metros uns dos outros será obrigatório. Uma equipe irá garantir a distância e a segurança dos participantes.

O Grupo que organiza a ação é apartidário e espontâneo, composto por ativistas, artistas, advogados, professores, profissionais de saúde, estudantes, comunicadores. Cidadãs e cidadãos que não verão calados mais um genocídio do Estado brasileiro contra o seu povo.

Leia a íntegra do manifesto:

 

 

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