Ocorreu neste 13 de Março, ao longo do dia inteiro, um ato na Galeria Olido, que reuniu aproximadamente 300 artistas, contra o cancelamento arbitrário do 22º edital de Fomento à Dança pela Secretaria Municipal de Cultura, que pegou a classe artística de surpresa quando a notícia saiu na imprensa.
A última edição do edital foi aberta no fim da gestão Haddad (PT) e teve recorde de inscrições, 66, apesar da secretaria atual inicialmente afirmar que não houve divulgação suficiente.
Uma comissão de 12 artistas presentes no ato se reuniu com o Secretário André Sturm, que afirmou que o edital será relançado por não haver dotação orçamentária pra contemplar o edital publicado. A justificativa não foi aceita pelo movimento.
Além disso ele pretende alterar o período de desenvolvimento dos projetos de 2 para 1 ano. Mudança vista pela classe artística como ilegal, uma vez que a duração de 2 anos consta na Lei de Fomento à Dança, aprovada na Câmara Municipal de SP por unanimidade.
“O executivo não pode alterar uma decisão feita pelo legislativo, fruto de uma conquista das entidades ligadas à dança”, afirma Ana Cecília Coutinho, artista da dança.
O novo edital deve ser publicado nesta terça (14/3) com os novos prazos para inscrição de projetos. E já se sabe que o valor não será mantido.
Criado em setembro de 2006, o Programa Municipal de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo (Lei 14.071/05) virou uma página na capital paulistana. Pela primeira vez, a classe de dança passou a contar com suporte financeiro garantido por lei e fruto de reivindicações e esforços conjuntos dos próprios artistas.
Este novo edital de fomento à dança a ser lançado pela SMC não foi mostrado a ninguém da classe artística e não passou pela comunidade cultural.
O ato foi organizado pela Cooperativa de Dança, Cooperativa de Teatro, Dança se Move, Fórum Permanente de Danças Contemporâneas : Corporalidades Plurais, Movimento Teatro de Rua, Frente Única da Cultura e pelos artistas do Programa Vocacional e Piá.
Após a intervenção na galeria Olido, os artistas se manifestaram nas ruas da região, levando suas demandas e dialogando com a população local.