Dança das cadeiras

O político Arlei Rosa-PMDB, retornou à prefeitura de Teresópolis após ser afastado por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito, no dia 18 de agosto pela maioria de votos da comissão processante aberta pelos vereadores da cidade

Arlei Rosa, foi afastado do cargo de prefeito pela primeira vez dia 18 de agosto, após voltar a prefeitura e continuar governando, foi afastado novamente no dia 15 de setembro. O vice-prefeito Márcio Catão havia assumido a prefeitura. De acordo com o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, o juiz titular da 2ª Vara Cível de Teresópolis, Mauro Penna Macedo Guita determinou o afastamento do prefeito Arlei Oliveira Rosa e seu secretário da fazenda, Geraldo Jorge de Azevedo Carvalho apenas por 180 dias. Ambos respondem pelo crime de improbidade administrativa em ação ajuizada pelo Ministério Público. “ O magistrado também decidiu pela indisponibilidade dos bens dos dois acusados”. (www.trj.jus.br)

 

A população de Teresópolis por páginas e grupos no Facebook, demonstram seu descontentamento com a decisão do Tribunal da Justiça do Estado do Rio de Janeiro permitir a volta do prefeito a seu cargo, pois além do município não repassar as verbas para o Tereprev avaliada em R$ 100 milhões no período de agosto de 2011 à agosto de 2015 de acordo com o Ministério Público, apenas 1.237 aposentados receberam o valor líquido de R$ 1.210, o total de cadastrados no instituto chegam a 1.663 aposentados. O restante do pagamento dos servidores inativos e pensionistas que recebem acima de R$ 1.210 deverá ser efetuado conforme os repasses feitos pela Prefeitura ao Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Teresópolis (Tereprev) de acordo com a matéria do site G1 publicada no dia 23 de setembro.

De acordo com o portal no Facebook Terê Notícias, a previsão é que a comissão julgue o prefeito no dia 29 de outubro. Arlei Rosa poderá ser afastado novamente do cargo pela terceira vez em menos de três meses, caso seja considerado culpado.

Saúde

A área da saúde da cidade de Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, que já foi modelo de bons exemplos para o país, está enfrentando sérios problemas para manter o atendimento mínimo à seus pacientes. Por Facebook Raphael Teixeira contou um pouco sobre um acontecimento recente que o deixou frustrado com o grupo político da cidade,“ A prefeitura está sendo despejada do centro materno infantil por falta de pagamento e a viagem dos pacientes de hemodiálise foi interrompida em blitz na serra porque a ambulância está sem documentos e estrutura”. Já Liza Helena, 30 anos, balconista, quando perguntada sobre o que mais lhe incomoda: “ O descaso na saúde e educação”.

A saúde está em situação precária na cidade, estamos sem médicos e sem remédios. Os postos de saúde também se encontram em um péssimo estado, levamos uma eternidade para marcar consultas e quando chega na data marcada, já não precisamos mais, pois já estamos melhor. Os exames exigidos pelos médicos demoram, chegamos a esperar um ano para sermos agendados” , também comentou sobre o saneamento básico, ruas sujas e complementou “Estamos em calamidade pública, uma cidade sem lei”.

O ex-secretário de saúde Carlos Otávio Sant’Anna apresentou pedido de afastamento do cargo durante reunião do Conselho Municipal de Saúde e quem assumiu o cargo foi Henrique Medina Vargas.

Cultura

Na área da cultura o quadro de funcionários da prefeitura será reduzido a partir dessa quinta-feira (1º) de outubro. Os cursos culturais promovidos gratuitamente pela prefeitura como, as aulas, que atendem mais de 540 alunos matriculados em ballet, dança de rua, teatro, violão, teclado e coral, entre outras artes, serão suspensos. A previsão de retorno das aulas ocorrerá após a avaliação orçamentária, que ocorrerá em fevereiro de 2016. O ateliê livre de desenho e pintura na Casa de Cultura Adolpho Bloch foi mantido e ainda há instrutores voluntários para o curso de artesanato e de karatê. Segundo a Prefeitura, novos cursos serão abertos ainda este ano, em parceria com a Secretaria de Educação, no Centro Cultural Bernardo Monteverde.

A consequência de uma má administração

Os servidores públicos municipais de Teresópolis declararam greve geral no dia 17 de setembro, após não receberem seus salários e benefícios, o que já soma 2 meses de atraso. Em entrevista aos Jornalistas Livres o morador da cidade Paulo Maurício Gomes da Silva, escritorário da Secretaria de Cultura, explica “Dentre os diversos motivos para a realização da greve, os principais são a falta de pagamento do nosso salário, também a falta de vale-transporte e alimentação. Promovendo essa greve nós esperamos a regularização do salário e o pagamento em dia de nossos benefícios“.

O UPA e a Uni Feso, empresa privada que mantém a parceria pública, declararam greve na terça-feira (29).A prefeitura também está com uma dívida avaliada em R$ 3 milhões com o aterro sanitário e os funcionários públicos do aterro estão desde janeiro sem receber seus salários e benefícios.

Paulo Vicente, 40 anos, repórter policial — fala sobre o processo de improbidade administrativa do prefeito e seu secretário da fazenda e sobre a decadência da cidade nas áreas da saúde, educação, cultura e outros.

Paulo Vicente: A minha visão é que enquanto não chegarem a uma conclusão sobre quem vai realmente tocar a cidade pra frente, teremos este caos, pois nenhum deles pode trabalhar. Se começam, não terminam e quem começa tem medo de deixar para o outro terminar e ficar com os créditos.

Você acha que essa é uma das causas que atrasam o crescimento da cidade?

Paulo Vicente: Com toda certeza.

Protesto dos comerciantes de uma loja de roupa em frente à prefeitura de Teresópolis. Foto: Klara Wingler

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