Está lá, no Cemitério São João Batista, na periferia de Suzano, o corpo do assassino, Guilherme Taucci Monteiro, 17, numa cova sem identificação, sem velas, sem uma florzinha.
Como se fosse um cachorro.
Está sozinho. Está incógnito. Está escondido.
Como viveu.
Apenas cinco minutos teve a família para se despedir de Guilherme. O corpo saiu do Instituto Médico Legal de Mogi das Cruzes, entrou no cemitério e foi diretamente para os lotes do fundão, cheios de mato. Coveiros abriram o caixão, os cinco membros da família olharam, choraram e acabou. Fechado o caixão de novo, em 10 minutos, “zé fini”.
Os dois carros saíram exatamente às 13h33 do cemitério com os familiares, assistentes sociais e enfermeiras –sem falar com ninguém. A imprensa, que foi mantida à distância, pra fora do portão da necrópole, ainda pôde ver Tatiana Taucci, a mãe de Guilherme, no banco de trás do carro da Prefeitura de Suzano. Devastada, a mulher tinha o rosto inchado e os olhos vermelhos. Ao lado dela, duas assistentes sociais.
Tudo foi muito rápido por exigência da polícia civil, que a tudo acompanhou dentro de um veículo do Garra. Temia-se alguma hostilidade à família de Guilherme.
No cemitério, ficou o túmulo mais triste de todos. Ao lado dele, jazigos de trabalhadores são testemunhos de vidas. Como o da Edna Ofélia, em que a família fez questão de colocar uma foto, com a filhinha sorrindo-lhe. Do outro lado tem o túmulo de um homem homenageado com um retrato bonito, mostrando-o forte e viril. Atrás, vê-se a sepultura recente de uma mulher, enterrada hoje de manhã. Seu túmulo está perfumado pelas rosas da coroa de flores que enfeitam a terra vermelha.
O túmulo de Guilherme está lá, sozinho. E tudo o que a polícia, os parentes, os vizinhos esperam é que todo mundo se esqueça dele. E da tragédia que aquele torrão de solo contém.
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