Por Dirce Waltrick do Amarante*
Como presidente, era um ótimo paraquedista, e, num dia 7 de setembro, decidiu que surgiria do céu, como um anjo do filme “O anjo exterminador”, de Buñuel (o presidente não sabia quem era Buñuel e não tinha visto o filme, mas gostava do título e achava que era algo sobre guerra e extermínio de adversários políticos).
E lá se foi o presidente em queda livre…
Naquele 7 de setembro, não aterrissou em Brasília nem em nenhum outro lugar do Brasil.
Uns dizem que foi parar numa ilha do pacífico e foi comido por canibais, que fizeram com ele uma bela sopa: a sopa do falso presidente, cuja receita é semelhante à da sopa da falsa tartaruga.
Antes de acrescentarem a iguaria brasileira ao caldo, limparam bem suas finas tripas e descartaram a cabeça, tal como se faz com um camarão.
Apesar desse cuidado, depois do banquete, todos morreram intoxicados.
Moral da história (do Brasil): Nem tudo se come.
*Chefe de cozinha.
2 respostas
Muito bom! 😉
Maravilhoso texto! Vou enviar um que fiz, um poema: Distopia. Abraços!