PM INVADE CASA EM FLORIANÓPOLIS E MATA ADOLESCENTE NEGRO QUE BRINCAVA COM ARMA DE PRESSÃO NO QUINTAL
Vitor Henrique Xavier Silva Santos, de 19 anos, foi assassinado por policiais militares no início da tarde de quinta-feira (18), no quintal de casa, no bairro Ingleses, em Florianópolis, enquanto a mãe trabalhava na cozinha de um restaurante. O jovem negro estava sentado em um pufe brincando de atirar em latinhas com uma arma de pressão quando foi baleado por dois policiais militares. Segundo a irmã, Vivian Silva dos Santos, 22 anos, eles invadiram a propriedade sem se anunciar e dispararam pelo menos cinco tiros. Os policiais estavam fardados e mascarados com balaclava para não serem reconhecidos.
“Eles passaram atirando, sem perguntar nada”, afirmou a irmã, que estava em casa no momento dos disparos. As marcas dos disparos ficaram cravadas no portão e no muro. Os dois irmãos moravam com a mãe, Vilma Silva dos Santos, 49 anos, que estava trabalhando como cozinheira em um restaurante na Agronômica quando o filho inocente foi morto. Vivian relatou ainda que os policiais tiraram o celular das mãos dela durante a ocorrência, o que a impossibilitou de avisar os pais de imediato sobre a morte do irmão.
Natural da Bahia, Vilma chegou a Florianópolis em 2011. Depois de cinco anos trabalhando na Capital, trouxe os filhos para morar com ela. A família vive na mesma casa há seis anos.
Parentes e amigos que prestavam solidariedade à família na noite do assassinato (18), disseram que Vitor “era um jovem prestativo, que ajudava em casa e era tranquilo”. Eles também afirmaram que o jovem costumava brincar com a arma de pressão e com o cachorro no quintal de casa. “Negro já nasce bandido para eles”, lamentou Rejane Gonçalves, uma amiga da família.

O crime ocorre numa semana quando três pessoas são assassinadas em Florianópolis pela Polícia Militar que, sob o comando do governador bolsonarista capitão Moisés, tem se mostrado uma das corporações mais violentas e fora da lei no Brasil. Sem falar dos 80 tiros que assassinaram o músico Evaldo Rosa no Rio de Janeiro, caso que ontem teve como resultado mais um morto: o catador Luciano Macedo, de 28 anos que no momento da execução tentou ajudar Evaldo e sua família que foram vítimas do cheque em branco que Bolsonaro deu às forças de segurança pública para matar pobres e claro, negros.
A reportagem do estudante de jornalismo Vinícius Dias para o jornal ND pode ser lida originalmente aqui:
O corpo de Vitor Henrique Xavier Silva Santos, de 19 anos, está sendo velado na manhã desta Sexta-feira Santa (19), nos Ingleses, em Florianópolis. O velório ocorre em uma igreja da Assembleia de Deus, na rua Graciliano Manoel Cardoso, mesmo endereço em que o rapaz foi morto.
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