A Emergente Pátria Livre

Sobre a experiência de participar de um evento global que discutiu a Cultura e sua relação com os direitos civis, políticos, sociais, econômicos e ambientais

Senti águas em meu sonho. Vejo a juventude a se encontrar em vários cantos, em fundição, de cofres e fogões. Tudo se deu em leito e margem de mar que rodeia a cidade e assuntos que se devem conversar, entre gentes de vários cantos, raças até. O caminho é livre, sabia eu.

Quem foi, está ou já partiu, leva uma certeza que novos tempos se anunciam.

Nas águas cariocas, patrícios que resistiram e outros que nasceram após 1964, se mostram. De mim sei que nasci no 64, e em 2015 ao final, ouço o velho Gil, ministro sempre nos terreiros, a ditar seu belo leme da nave.

Meus amigos indígenas, índios, povo tradicional e íntimo do solo, anunciam que estão e sempre estarão aqui, não importa que doa ou trema.

Grata honra à toda juventude presente das 5 regiões, em dias tão delicados, ser saudada pelo Ministro da Cultura, Juca Ferreira, ministro e ministério, um farol nesse governo.

Interessante notar que nesse território central da cidade que nos recebe, tudo se mistura em um largo da Cinelândia: a pirâmide cônica da igreja, a sede da Petrobrás, os Arcos da Lapa construído por mãos e submissão indígena e a fábrica de cofres e fogões, em grande circo mágico que se anuncia.

É tamanha a diversidade de signos e significados, que a poesia seria agora diversa de gêneros. Como uma batalha de Parnaso, se mostra um tempo oswaldiano que quer superar o mercado e garantir direitos e anunciar outros modos. Não seremos poetas nesse mundo caduco diário, mas gente que sabe o que se deve no dia.

Não passarão é termo de emergências. A grande ponte suplanta a Guanabara, unindo jovens e velhos camaradas, de São Paulo ao Rio, da mata aos terreiros todos são uma bossa nesse tempo de nação que querem todos.

Ninguém sabe o que se passará nos templos que se erguem, das vontades sei apenas que não voltaremos atrás, seguiremos fazendo o que deve ser perpetrado, como arco sobre arco. Em meio ao caos um país se expõe azul, vermelho, branco amarelo verde, longe da escuridão que nos ameaça a grande imprensa.

Aqui a juventude se mostra como uma pedra no meio do caminho dos mal intencionados. Como criança que nasce, mama e nu logo cresce em um país que dorme e acorda. Coisas da vida.

 

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