Um barbudo subversivo já escreveu que a história se repete como tragédia e depois como farsa.
E quando uma imagem se repete na história?
Suíça, 1933. O maior difusor de fake news do século XX, corresponsável por mais de 40 milhões de mortes, foi registrado pelo fotógrafo Alfred Eisenstaedt no jardim do Carlton Hotel, em Genebra, durante um encontro da Liga de Nações, precursora da ONU.
Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Hitler, aparece com o olhar mirando diretamente a lente de Eisenstaedt. Poucos minutos antes da imagem icônica, Goebbels havia descoberto que o fotógrafo, que já o registrara sorridente no mesmo evento, era judeu.
Brasil, 2018. O maior mentiroso da história política do Brasil está na Câmara dos Deputados para uma sessão em homenagem aos 30 anos da Constituição de 1988. Eleito presidente graças a um esquema milionário que pôs em marcha uma fábrica de mentiras em série, presumidamente montada através de caixa dois, o olhar de ódio imortalizado por Goebbels reaparece em Jair Bolsonaro quando este me identificou nas galerias da Câmara.
Tomo emprestada aqui a frase que Alfred Eisenstaedt usou para descrever a imagem que fez do nazista alemão:
“Ele olhou para mim com olhos de ódio e esperou que eu murchasse. Mas eu não murchei. Se eu tiver uma câmera na mão, não sei o que é medo”.
Fascistas não passaram ontem! Não passarão amanhã!
PS: Se alguém não sabe o motivo do olhar de ódio dirigido a mim, recomendo essa notícia: https://extra.globo.com/noticias/brasil/bolsonaro-vai-processar-fotografo-que-publicou-imagens-de-dialogo-com-filho-20899399.html