Antônio Carlos Moreira Pires menino de Ituaçú, sanfoneiro prodígio e como todo nordestino nascido, criado, escarrado e esculpido no sertão, cresce ouvindo Luiz Gonzaga no rádio, criando assim uma influência forte na vida e na obra de Moraes. Tem ouvido biônico e aprimora seu canto e poesia no violão e guitarra, instrumento que vira parceiro eterno de uma mente com muitas lembranças das notas complexas da sanfona. Já morando em Salvador encontra em Luis Galvão e Paulinho Boca de Cantor a química que vai se desenrolar por anos, décadas até hoje, ontem.
Galvão torna-se parceiro de muitas prosas e versos, com os Novos Baianos já formado em 1968. Eis que aos quarenta e sete minutos de 69, De Vera, composição da dupla, é selecionada para o Festival da Record, a turma toda chega em Sampa e sobe ao palco pra defender “Vera, estou falando de Vera/De Vera, de Vera da primavera”, música gravada no primeiro LP Ferro na Boneca. Defesa feita, os baianos e a carioca Baby se mudam para Botafogo, em um apartamento onde Baby e Pepeu moravam na varanda.
A fase mais produtiva d’os baianos começa em Vargem Grande, comecinho dos anos 1970, com disco lançado, o sítio Cantinho do Vovô vira comunidade anarco-hippie e celeiro de música, futebol e radio pirata. Menino moço, Moraes vira um dos pilares da banda, compondo e cantando a maioria das músicas, eis que durante peladas, banhos, visitas ilustres como a de João Gilberto e jogadores de futebol, o LP Acabou Chorare é batizado e lançado, virando trilha sonora de tudo e todos, consagrando Moraes compositor e letrista para todo e sempre.
Ano de 1975 e Moraes lança seu primeiro disco solo trazendo o sertão de Ituaçu em ondas de rádio, ele grava uma música feita em parceria com Luiz Gonzaga e Luiz Galvão (PS) e uma de Erasmo e Roberto Carlos (Se Você Pensa). No mesmo ano grava com Armandinho, Dodô e Osmar o disco “Trio Elétrico – Jubileu de Prata” e compõe frevos como ‘Vou Tirar de Letra’ e ‘A Dança da Multidão’ fazendo dessa forma a tríade Rockn’samba-Forró-Frevo, que carregou à tiracolo em mais de 20 discos.
EVOÉ MORAES, VÁ NA PAZ!
Uma resposta
Morre o homem. Fica a obra!