Na tarde de terça feira (30/05), o Conselho Universitário da UNICAMP (CONSU), aprovou o documento no qual consta o princípio de adoção de cotas étnico raciais para os vestibulares de 2019. Do lado de fora do prédio, setores do movimento estudantil da universidade, bem como secundaristas e organizações de Campinas, assistiram à sessão do lado de fora da reitoria com o intuito de fazer pressão nos conselheiros de oposição.
A discussão da pauta começou por volta das 11h da manhã e apesar das tentativas de adiamento da discussão e posterior inclusão de uma proposta alternativa — que não compunha o
s princípios de cotas — a reunião continuou até às 06h da tarde. Somente então o documento (elaborado a partir de três audiências públicas e um grupo de trabalho (GT) paritário, com representação de alunos, funcionários e professores igualmente) proposto pelo Núcleo de Consciência Negra e Frente Pró-Cotas foi aprovado por unanimidade, .
A proposta contém, além da implementação de cotas raciais, a inclusão de alunos de baixa renda oriundos de escola pública e coloca como meta a elaboração de um vestibular indígena na universidade para 2019. Todos estes pontos serão encaminhados para um grupo de trabalho, que criará o documento final de adoção progressiva das metas. O reitor Marcelo Knobel discursou também que a universidade pretende criar uma secretaria de inclusão social e equidade, além de refletir sobre a possibilidade de adoção do SISU como meio de ingresso na UNICAMP.
Greve
Importante ressaltar que a votação da terça-feira foi resultado da greve estudantil de 2016. A greve se estendeu de maio a agosto do ano passado — compreendendo os dois meses de ocupação do prédio da reitoria. Motivada pela determinação da reitoria em estabelecer um corte de gastos de R$ 40 milhões (que congelaria o orçamento da universidade), a assembleia que deliberou a movimentação estudantil contou com cerca de mil alunos. Outras pautas incluídas foram a construção de uma nova moradia e a adoção de cotas étnico-raciais, que foram disputadas até o final com a universidade, que se negou a dialogar sobre a questão orçamentária.
Cobertura: Fabrício Menza, Rodrigo Cruz, Bruno de Paula