Uneafro realiza ação inédita para defesa de cidadãos brasileiros em tempos de Estado de Exceção

Em tempos tão duros para o povo pobre do Brasil, com medidas atrozes de exceção do governo vergonhoso e ilegítimo de Temer e sua turma de Brasília, além de reformas que destróem do dia para a noite, poucos direitos conquistados ao longo dos últimos anos, o povo negro do país é um dos grupos que mais estão literalmente, como se diz no popular, “comendo o pão que o Diabo amassou.”
E não há uma perspectiva de mudança para melhor, sobre nenhuma nuance, pelo menos até as eleições, isso, claro, caso elas realmente ocorram.
O ex-presidente Lula que deu início a conquista de Direitos no Brasil está encarcerado e possivelmente, se pudesse ser candidato, ganharia a disputa.
No páreo, temos outros nomes mais à esquerda, preocupados com as desigualdades sociais, com o racismo e com a crise no Sistema de Segurança Pública, que podem disputar, mas que dificilmente, em razão da criminalização de movimentos de esquerda com campanhas fortalecidas por oligopólios de mídia, ganharão a chance de serem comandantes da nação. Então, os tempos que virão poderão ser piores do que antes e do que o tempo atual.
Analisando o tempo atual e o futuro, como uma situação de extrema gravidade talvez só vista antes nos tempos da Ditadura Militar, o pessoal da Uneafro se movimentou e de de maneira muito pragmática se organizou com outras entidades para oferecer um curso muito interessante de formação para jovens, trata-se do curso livre de “Jovens Promotores de Direito Antidiscriminatório”. Ação que caiu como uma luva para um país que tem uma Justiça tão obscura, antiquada e morosa.
“Vivemos tempos de muita violência do estado e aprofundamento da retirada de direitos. Num país de herança escravocrata como o Brasil, a violência e retirada de direitos sempre tem como critérios elementos de raça, gênero, classe, cultural, religiosidade e origem territorial, . Daí a importância deste curso: Instrumentalizar jovens negras e negros e moradores das periferias a reajiar à opressão na forma como ela se dá no dia a dia.” declara Douglas Belchior, historiador e fundador da Uneafro-Brasil.
 
E essa foi a maneira encontrada pela Uneafro Brasil para assim, “armar”, jovens negros de todo o Brasil, que diariamente já passam por situações de violência contra sua cor, seus corpos e mentes e com o acirramento do Estado de Exceção, tendem a continuar sendo, e de agora em diante, até muito mais, discriminalizados, violentados e invisíbilizados para a sociedade que bateu panelas nas ruas, por exemplo, a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff e para os demais setores claramente conservadores, fascistas e elitizados do país.
Na aula inaugural do curso com o tema “Escravidão Contemporânea”, estiveram presentes mais de 200 jovens, maioria mulheres. 
 
As aulas são gratuitas, livres e itinerantes e vão acontecer sempre no último sábado de cada mês. Para participar é necessário realizar inscrição no link da matéria do blog Negro Belchior, da Carta Capital.
Aproveite e saiba detalhes sobre a primeira aula. O time de professores, palestrantes e o forum de ativistas que ministrarão as aulas é de peso. Vale a pena se inscrever, participar e dessa maneira, entender um pouco mais sobre quais nuances o Direito possui e podem ser usadas para sua defesa em tempos de golpe, reformas, encarceramento em massa e tantos outros fatos bizarros que atingem de maneira veemente, negros e negras do Brasil. 
 

 

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