Jornalistas Livres

TERRA DOS ÍNDIOS

Genocídio é palavra que se ceifa, juntando letras sem rima, sem encanto.

Palavras assim sempre assustam no sonho, corre-se o risco de gritos no quarto.

Noite escura e longa.

 

 

Mas sobrevive o termo, sempre rasgando o verbo em manchetes

que perseguem tantos homens, mulheres, a criançada toda.

Não se iluda, palavras de sangue

são boas para feder no lixo. Acalante não.

 

Em dias assim, em hora de resguardo e festividades de fim de ano

e outras posses, é bom não descuidar de velhos fragmentos,

rabiscos antigos, pequenos papéis guardados.

De repente, naquela caixa velha, tão coberta de histórias sob poeira, liberta-se, alarma-se, desconstrói-se razões escusas.

 

 

*artes de cartazes históricos e tantas campanhas – acervo Armazém da Memória© – by Marcelo Zelic.

 

 

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