Aproximadamente 400 famílias do MST ocuparam, nesta quinta-feira, 5, mais uma área pertencente ao grupo falido MMX, do corrupto Eike Batista. As mesmas famílias ocuparam na última terça-feira uma área em Igarapé. No entanto, diante da reação truculenta da polícia em defesa dos interesses da empresa, o MST decidiu se retirar do local para preservar a integridade física dos ocupantes.
“A gente presenciou a polícia cumprindo o papel de cão de guarda dos interesses do capital hidromineral. O comando da polícia cumpriu ordens dadas na nossa frente pelos encarregados da MMX para nos expulsar. Esses parasitas destroem nossos bens naturais e acham que a propriedade privada está acima das vidas de crianças, idosos e de todos trabalhadores e trabalhadoras”, afirmou a dirigente estadual do MST, Mirinha Muniz.
A nova área ocupada localiza-se em São Joaquim de Bicas e é vizinha a um acampamento já consolidado. “Não importa quantas vezes eles tentem nos ameaçar, nos coagir ou violentar, vamos continuar porque essa luta é justa, é necessária às famílias que não tem onde viver e trabalhar e é fundamental para alimentar o Brasil”, explicou Mirinha.
Desta vez, o movimento está preparado para se manter na área ocupada, garantiu Jô Aquino, da direção regional, “eles se enganam achando que com um despejo podem nos parar. Essas pessoas precisam da terra. Eike ficará 30 anos preso e nós vamos passar mais 30 anos ocupando terra e fazendo a luta. Até derrotar o golpe, derrotar as mineradoras e aqueles que querem transformar a água em mercadoria. Até fazer a Reforma Agrária Popular”.
A ação integra a campanha de memória do MST que, em 2018, completou 30 anos de organização em Minas Gerais. O lema escolhido é “30 anos de MST-MG, semeando e alimentando a ousadia”.