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Russomanno deu calote em 17 meses de aluguel e mais de R$ 40 mil a cozinheiro

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O Restaurante e Bar do Alemão, que o candidato Celso Russomanno (PRB) e mais dois sócios mantinham à beira do Lago Paranoá, em Brasília, foi despejado do imóvel onde funcionava devendo 17 meses de aluguel, com dívidas trabalhistas e também com fornecedores.

Quando o assunto foi trazido à tona pela imprensa nos últimos dias, o candidato afirmou, na Rádio Bandeirantes, que o restaurante quebrou por causa da crise econômica. E que já pagou todos os funcionários. E que “todos os últimos aluguéis que não foram pagos estão sendo pagos”, disse o candidato.

Tais informações, porém, não correspondem aos fatos. No mesmo dia em que Russomanno dava esta declaração, na última quinta-feira (22), o Jornalistas Livres falou com o advogado do proprietário do imóvel que era ocupado pelo negócio de Rusomanno. André da Mata afirmou: “Entramos na Justiça, conseguimos a ordem de despejo, mas eles ainda não pagaram nada. E descumpriram a palavra por duas vezes, porque recentemente fizemos um acordo para parcelar a dívida, eles assinaram e novamente não pagaram nada”.

De fato, a ação judicial de cobrança e despejo que corre na Justiça do Distrito Federal corrobora as informações do advogado. É possível ler nos autos:

“O Bar do Alemão responde a uma ação de despejo na 6ª Vara Cível de Brasília por falta de pagamento, cumulada com cobrança de alugueis, ajuizada por Construcen Empreendimentos Imobiliários LTDA, o qual busca a condenação do réu ao pagamento dos encargos locatícios em atraso, acrescidos dos juros e correção monetária, além da condenação à desocupação do imóvel, sob pena de evacuação forçada.”

“De acordo com os autos, a Construcen Empreendimentos Imobiliários LTDA alugou seu imóvel para o estabelecimento comercial pelo preço de R$ 70 mil mensais, tendo o primeiro pagamento vencido em 5 de março de 2015. No entanto, o réu não pagou nenhum aluguel.”

Por mais difícil que esteja a situação econômica do país, fato é que o restaurante de Russomanno não cumpriu por um mês sequer o contrato que assinou. Deu calote por 17 meses seguidos. Em nenhum mês conseguiu juntar o valor do aluguel? Quem mora em Brasília e conhecia o lugar, que era um bar luxuoso, em região nobre da cidade, custa a crer que não foi levantado dinheiro para pagar sequer uma parcela do aluguel de 17 meses para cá. Na realidade, o estabelecimento foi inaugurado em 2013, quando o imóvel pertencia a outro proprietário, este não moveu a ação de despejo, consta que o dono original do imóvel, também não recebeu os alugueis.

Não para por aí. A parte em que o advogado fala sobre descumprir um acordo para pagamento da dívida também é verdadeira, conforme decisão judicial proferida com a ordem de despejo:

“Antes da decisao judicial, o réu propôs o pagamento de R$ 1 milhão, em quatro parcelas, o que foi aceito pelo autor (proprietário do imóvel), sob determinadas condições. No entanto, a parte autora noticiou que o acordo foi descumprido em sua totalidade e, por isso, pediu a execução do acordado.”

Ou seja, antes de ser despejado, Russomanno e seus sócios ainda propuseram um acordo, só para descumprirem-no logo em seguida. Assim, não teve outra alternativa a Justiça: “Julgo procedente o pedido, declaro rescindido o contrato de locação e determino o despejo do réu, Bar e Restaurante do Alemão LTDA.”

Na última sexta-feira (23), após a publicação de reportagens negativas para o candidato a respeito do assunto, o advogado do proprietário entrou em contato com o Jornalistas Livres. “Só quero informar que entramos em acordo, agora vai ficar tudo certo”.

RUSSOMANNO SE ORGULHA DO APOIO DE TEMER O candidato à Prefeitura de São Paulo gosta tanto do golpista que fez questão de colocar o bilhetinho afetuoso de Temer no site de seu restaurante em Brasília. (Imagem do site http://bardoalemaobrasilia.com.br)

RUSSOMANNO SE ORGULHA DO APOIO DE TEMER
O candidato à Prefeitura de São Paulo gosta tanto do golpista que fez questão de colocar o bilhetinho afetuoso de Temer no site de seu restaurante em Brasília. (Imagem do site http://bardoalemaobrasilia.com.br)

Já os funcionários que esperam para receber verbas salariais de Russomanno e de seus sócios não estão com a mesma sorte. Há, pelo menos, cinco ações judiciais trabalhistas tramitando no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região. Ao todo, o valor exigido ultrapasssa os R$ 400 mil.

Ao contrário do que afirmou Russomanno, os funcionários ainda não foram pagos. O cozinheiro Antônio Greciomar Teixeira, por exemplo. Ele entrou na Justiça no início do ano passado. Em julho do mesmo ano saiu a sentença, condenando Russomanno e os sócios pagarem R$ 28 mil a seu empregado. Eles não quiseram saber de pagar, entraram com um recurso e a decisão em segunda instância saiu agora, há dois meses. Os desembargadores condenaram de novo os patrões a pagarem o que deviam, agora com mais juros e o valor beirando os R$ 50 mil. “O processo transitou em julgado (se encerrou, não cabendo mais recurso) no último dia 19. Espero que agora eles paguem”, disse o advogado Marcelo Caiado Sobral, que representa o funcionário. Sobral diz ter ainda mais dois clientes que processam os donos do restaurante. “Um já tem sentença em primeira instância condenando eles a pagarem o que devem, o outro ainda não foi julgado”, disse.

 

Pagamentos “por fora”

O motivo de Russomanno e seu restaurante terem sido condenados a pagar ao cozinheiro é porque eles assinavam na carteira de trabalho do funcionário uma parte do que ele efetivamente recebia. O resto, para evitar o pagamentos de impostos e ao INSS, era feito “por fora”. Veja o que diz a sentença judicial:

“A análise dos extratos bancários apresentados demonstra que o cozinheiro, de fato, recebia valores vultosos da parte reclamada (restaurante), além dos R$4.000,00 inicialmente ajustados e anotados em carteira.”

“O valor pago além dos valores ajustados inicialmente, superam, em muito, 50% da remuneração ajustada. Ou seja, os valores pagos além daquele no contracheque era de uma monta tal que está provado que eram pagos para contraprestar o trabalho, pois alcançavam, em números, a parcela principal paga no contracheque, demonstrando que o reclamado ocultava salários pagos para evitar os recolhimentos sociais e tributários devidos.”

Diante de tal quadro, o Jornalistas Livres enviou as seguintes perguntas ao Comitê de Campanha de Celso Russomanno:

– Por que o Bar deixou de pagar aluguel desde março de 2015?

– Qual o tamanho do passivo financeiro da empresa?

– Quantos processos trabalhistas existem? Quantos já foram solucionados e quantos ainda estão na Justiça?

– Quantos fornecedores ficaram sem receber seus créditos e por quê? Quantos processos de cobrança de fornecedores existem na Justiça?

– O candidato pretende pagar o que deve?

A mensagem foi enviada ao comitê na tarde do dia 21, quarta-feira. Já na última quinta-feira, 22, o comitê entrou em contato com a reportagem, afirmando que havia recebido as perguntas e já preparava as respostas. Até a publicação desta reportagem, não houve qualquer resposta.

 

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Brasília

Ato ecumênico em Brasília em protesto à marca de 50 mil mortes por covid-19 no Brasil

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Texto e fotos: Matheus Alves
O Brasil chegou na última semana ao triste número de 50 mil mortos.

O país chora e, com aquele aperto no peito, grita por justiça, dignidade e o nobre ato do luto. Em um desses gritos, dezenas de pessoas correram para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília e ocuparam, com mil cruzes, a Alameda dos Estados — que faz frente ao Congresso Nacional.

O choro se instala e sem querer se prende à garganta que dói cansada. O respiro perde o compasso. A boca seca. O tremor vem, a lágrima cai.

A sensação de perder um ente querido tão de repente é, sem dúvida, uma das piores demonstrações vitais que o corpo humano pode dar e, bastasse isso, ainda há a infeliz necessidade de assistir aos atos genocidas de um Presidente da República que nega a gravidade da maior crise sanitária da história.

Por mais que tentem explicar, o luto e a luta são as únicas formas de expressar o que é sentir falta de quem não está mais entre nós.

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Brasília

Racistas, fascistas, não passarão!

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Em um lado da Esplanada dos Ministérios, um ato em defesa da democracia, contra o racismo e o fascismo. No outro, a marcha do ódio e antidemocrática dos bolsonaristas defendendo o mesmo de sempre: fechamento do STF, intervenção militar, morte aos comunistas, maconheiros e outros absurdos.

Houve muita provocação verbal dos dois lados, mas apenas os bolsonaristas tentaram criar um embate físico, ao cruzarem a barreira policial no gramado central, para correr entre os manifestantes antifa. A polícia? Parecia mais preocupada em intimidar aqueles que defendem a democracia. Mas a resposta dos que lutam contra o racismo e o fascismo foi linda: muito grito de luta, um ato cheio de emoção e sem violência, como era esperado.

Confira a galeria de imagens da cobertura dos Jornalistas Lives em Brasília

Galeria 1- Fotos: Leonardo Milano / Jornalistas Livres

 

Galeria 2- Fotos: Matheus Alves

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Brasília

Agora com a ajuda do genro de Silvio Santos, brasileiros são levados ao matadouro

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A muvuca que o vírus gosta: Doria "libera" comércio para a Covid-19

Por Ricardo Melo*

O Brasil está no fundo do poço. Não pretendia gastar muito tempo com Bolsonaro, um facínora orgulhoso de sua condição.

Mas não pode passar sem registro seu ato mais recente: criar um ministério para o genro de Silvio Santos, o tal Fabio Faria.

Para quem não se lembra, Fabio Faria é aquele mesmo, deputado pilhado pagando passagens com verba parlamentar para namoradas como Adriane Galisteu e família.

Membro do tal centrão, agora “colega de trabalho” do sogro decrépito e capacho de qualquer governo, Fabio Faria une o inútil ao desagradável aos olhos do povo: engrossa a gangue do capitão no Congresso e fortalece os laços com o dono de uma emissora já conhecida como Sistema Bolsonaro de Televisão. Sim, o SBT, que entrou para a história ao tirar do ar um telejornal de horário nobre para não se indispor com seu patrão do Planalto.

A patiFaria corre solta.

Falemos dos governadores e prefeitos que tentaram posar de equilibrados de olho em dividendos eleitorais.

Não durou muito tempo. Um exemplo. João Dória, o Bolsodória, e seu assecla Bruno Covas vinham fazendo discursos ¨humanitários” até outro dia. Seu repertório esgotou-se tão rápido quanto sua sinceridade.

São Paulo, assim como o Brasil, vive um momento de ascenso da pandemia. O número de vítimas cresce sem parar. Qualquer aspirante a médico sabe que é hora de reforçar as poucas medidas de defesa à disposição. A única à mão enquanto não se descobre uma vacina é manter as pessoas isoladas e dar a elas condições de sobreviver.

O que faz Bolsodória? O contrário. Libera geral. Manda abrir tudo obedecendo ao comando de seus tubarões do Lide de sempre. As fotos estampadas nas redes mostram multidões circulando pelas ruas indefesas diante do apetite do coronavírus e dos senhores das bolsas de valores.

No Rio, a mesma coisa. Assim como Bolsodória, Witzel segue na prática os mantras de quem o elegeu: “E daí”. Ou: “todos vão morrer mesmo. É o destino”. Enquanto isso, faz o que parecia inacreditável. Alimenta uma máquina de corrupção à custa do sofrimento de milhares de brasileiros. Contrata a construção de hospitais a preços hiper super faturados que nunca saíram do papel. Assim acontece em vários outros estados. “Governantes” valem-se da morte do povo para engordar seus cofres particulares.

Tentei evitar, mas tenho que falar de Bolsonaro novamente. Depois de tentar esconder as mortes e roubar o Bolsa Família, ele e seu capanga preferido, Paulo Guedes, estudam ampliar o prazo da esmola aos desvalidos. Como? Em vez dos trocados de 600 reais que até hoje não chegaram a milhões que morrem de fome, fala-se em… 300 reais!! Faça vc mesmo os cálculos para ver o tamanho do disparate.

O destino dos países, mais do que nunca, depende da juventude, do povo trabalhador e de governantes responsáveis (a esse respeito, pesquisem no google o nome Jacinda Ardern, da Nova Zelândia. uma sugestão: https://www.brasil247.com/oasis/jacinda-ardern-quando-a-coragem-restaura-a-politica).

Chega. Não, não pague as dívidas, apenas as indispensáveis que podem te deixar sem luz, água, gás. Peça ajuda aos poucos advogados honestos, cada vez mais raros, é verdade. Procure a parte sadia da OAB. Recorra às organizações populares, aos sindicatos ainda dignos deste nome e, sobretudo, aos coletivos de jornalistas que se libertaram da mídia oficial. Ignore o palavrório dos políticos cínicos, hipócritas e ladrões, seja qual for o partido. E, se puder, fique em casa.

O Brasil depende dos brasileiros dignos desse nome.

 

*Ricardo Melo, jornalista, foi editor-executivo do Diário de S. Paulo, chefe de redação do Jornal da Tarde (quando ganhou o Prêmio Esso de criação gráfica) e editor da revista Brasil Investe do jornal Valor Econômico, além de repórter especial da Revista Exame e colunista do jornal Folha de S. Paulo. Na televisão, trabalhou como chefe de redação do SBT e como diretor-executivo do Jornal da Band (Rede Bandeirantes) e editor-chefe do Jornal da Globo (Rede Globo). Presidiu a EBC por indicação da presidenta Dilma Rousseff.

 

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