Por Luna Costa para os Jornalistas Livres
Há 100 anos, acontecia a insurreição dos Bolcheviques, liderados por Vladimir Lênin, contra o governo provisório (25 outubro de 1917 pelo calendário juliano, e 7 de novembro pelo gregoriano).
Era dos momentos mais marcantes da história: a primeira revolução socialista, feita pela e para a maioria. As mulheres tiveram importância fundamental e foram as responsáveis pelo início do processo revolucionário, mas, apesar dos grandes direitos conquistados pós-revolução, pouco se comenta sobre sua decisiva decisiva participação no período.
O grande estopim ocorreu justamente no dia 23 de fevereiro no calendário juliano (08 de março no calendário gregoriano), o Dia Internacional da Mulher. Milhares de mulheres, que viviam uma situação precarizada e miserável, foram às ruas, em uma greve geral por seus direitos mais básicos.
Na Rússia de 1916, as operárias se concentravam no setor têxtil e eram a categoria mais explorada da classe operária. A média de seus soldos chegava a menos da metade do salário dos operários do setor metalúrgico. A porcentagem de analfabetismo era de 17% entre os metalúrgicos e subia para 62% entre as têxteis.
O enorme impulso que as trabalhadoras russas deram à revolução, combinado com a política revolucionária consequente dos bolcheviques, trouxe avanços que ainda hoje articulam mulheres internacionalmente.
Programas governamentais soviéticos investiam na emancipação das mulheres: plena igualdade de direitos civis e políticos, o casamento civil e o divórcio, liberdade sexual, inserção do mercado de trabalho de forma igualitária, direito ao aborto, licença maternidade, uma política que incentivava a socialização do trabalho doméstico e a criação dos filhos, como a construção de creches públicas.
As trabalhadoras que se levantaram por pão, terra e paz ainda são capazes de nos repassar importantes lições sobre o potencial avassalador que a organização de mulheres tem nas transformações sociais. Fundamental no momento que estamos vivendo de retirada dos nossos direitos em todos os campos.
A revolução russa e a luta das mulheres vivem!
Uma resposta
Lute, como uma mulher!