No dia do aniversário de Paulo Freire, a Exposição Dom Paulo Evaristo Arns: 95 anos faz roda de conversa com
Frei Betto, Paulo Maldos, Paulo Vannuchi e Pedro Pontual sobre educação popular no Brasil
A educação popular durante o período de dom Paulo frente à Igreja de São Paulo e os ensinamentos para os dias de hoje é o tema da roda de conversa que acontece na próxima quarta-feira, 19 de setembro, às 11h, com Frei Betto, Paulo Maldos, Paulo Vannuchi e Pedro Pontual. O evento será realizado dentro da Exposição Dom Paulo Evaristo Arns: 95 anos. Nesse mesmo dia comemora-se o aniversário do educador Paulo Freire, que completaria 97 anos.
Frei Betto, Paulo Maldos, Paulo Vannuchi e Pedro Pontual integraram o Cepis (Centro de Educação Popular do Instituto Sedes Sapientiae), entidade criada em 1977 e voltada para projetos de educação junto aos movimentos populares. Um dos principais objetivos desse centro foi o fortalecimento dos movimentos sociais, fornecendo aos trabalhadores informações e análises históricas, econômicas e sociológicas que lhes permitissem criar uma autonomia de classe e um projeto político próprio. O educador Paulo Freire – figura de maior reconhecimento do campo – foi colaborador do Cepis e é o Patrono da Educação Brasileira.
A Exposição Dom Paulo Evaristo Arns: 95 anos fica aberta à visitação até o próximo domingo, 23 de setembro, entre 11h e 17h.
Centro Cultural dos Correios de São Paulo recebe
Exposição Dom Paulo Evaristo Arns: 95 anos
A exposição de uma das personalidades mais expressivas do país acontece até o próximo domingo, 23 de setembro, no Centro Cultural dos Correios de São Paulo. Composta por seis eixos temáticos, a mostra traz elementos lúdicos, interativos e multimídia, somando cerca de 1200 metros de espaço expositivo
Cardeal da liberdade, da cidadania e guardião dos direitos humanos, dom Paulo Evaristo Arns foi figura central no processo de redemocratização do país. Sua trajetória foi constantemente marcada pela justiça social, defesa dos excluídos e dos trabalhadores. Tudo isso o credencia para a alcunha pela qual escolheu ser lembrado, segundo suas próprias palavras, como “cardeal do povo”. Tamanha personalidade recebe agora uma homenagem a altura. Trata-se da Exposição Dom Paulo Evaristo Arns: 95 anos, que acontece no Centro Cultural dos Correios de São Paulo até o dia 23 de setembro, com entrada franca. A exposição é uma realização da Mirar Lejos em parceria com a Cáritas Brasileira Regional São Paulo, com coordenação-geral das jornalistas e biógrafas de dom Paulo, Evanize Sydow e Marilda Ferri.
A exposição foi concebida, prioritariamente, pensando no público jovem e estudantes. Por isso contará com vários elementos interativos, lúdicos e multimídia dispostos em vários ambientes do Centro Cultural dos Correios, somando cerca de 1200 metros de espaço expositivo. A mostra faz um passeio pela trajetória do cardeal, centrando atenção em assuntos como Democracia, Política, Sociedade, Legado Intelectual, Igreja e Comunicação. Por esses eixos serão enfocados temas como dom Paulo e o povo da rua; sua contribuição para a justiça social; a importância dele para os perseguidos políticos brasileiros e do Cone Sul; dom Paulo e os operários; o papel da mulher na Igreja e na sociedade; o legado para os movimentos sociais, entre outros.
Dentre as ambiências, no Átrio do Centro Cultural, é montada uma reprodução de cerca de 400 metros quadrados da Praça da Sé e Catedral da Sé, com a representação de momentos históricos que ali aconteceram, como os cultos em memória de Alexandre Vannucchi Leme, Vladimir Herzog, Santo Dias, Manoel Fiel Filho e as missas de Primeiro de Maio, Dia do Trabalhador. Além do Átrio, outras salas contêm farto material a respeito da trajetória de dom Paulo, com dezenas de depoimentos, imagens inéditas ao público e muita interatividade.
Na Sala 2 é retratado o período de regime militar e a atuação de dom Paulo contra os desmandos ocorridos. Numa reprodução do Deops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo), um dos centros de tortura na capital paulista, o público é convidado a participar da peça interativa Lembrar é Resistir, adaptada e dirigida por Izaías Almada, ex-preso político e autor do texto em co-autoria com Analy A. Pinto. Encenada por Tin Urbinatti, Neusa Felipe, Euzébio Simioni e Cléo Moraes, o público é convidado a voltar aos anos 1960/70, sendo conduzido de cela em cela, como presos políticos da época. As apresentações são diárias, de terça a domingo, às 14h30 e 15h30, em duas sessões. No mesmo espaço há ainda uma versão gigante do livro Brasil: Nunca Mais, além de um grande vale remontando à vala clandestina do cemitério de Perus, onde foram encontradas mais de mil ossadas humanas, muitas delas de presos políticos desaparecidos, que serão lembrados com um memorial.
A interatividade também está presente numa linha do tempo com temas como os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que está sendo comemorada este ano. Em vídeo, os 30 artigos da Declaração serão lidos por 30 pessoas de origens diferentes, entre elas refugiados, moradores de rua e artistas, como Criolo, Martinho da Vila e Paulinho da Viola. Outros pontos relevantes da trajetória de dom Paulo, como as redes de solidariedade no Cone Sul que ele ajudou a criar; a origem de alguns partidos políticos no Brasil pós 1980; a figura de São Francisco de Assis e a influência franciscana na vida simples que levava; o protagonismo que deu aos leigos; a divisão da arquidiocese no final dos anos 1980; a venda do palácio episcopal para comprar mais de mil terrenos na periferia e distribuir para as comunidades se organizarem, entre outros, estarão retratados na Ocupação.
No caminho entre o Átrio e a Sala 2, uma reprodução do campo do Corinthians, fotos históricas e depoimentos de ícones desportivos sobre a Democracia Corintiana, como Casagrande e Basílio, lembrarão o time do coração do arcebispo. Também um espaço totalmente dedicado às crianças, com jogos, desenhos, montagens lúdicas e contação de histórias propiciarão às crianças o contato com temas que dom Paulo defendeu, como a justiça social, a democracia e os Direitos Humanos.
A curadoria da exposição é de Evanize Sydow, Marilda Ferri, Maria Angela Borsoi e Paulo Pedrini. O evento conta com o apoio das seguintes instituições: Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, Confederação Nacional dos Metalúrgicos, Fundação Maurício Grabois, Fundação Lauro Campos, Apeoesp – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, Fundação Leonel Brizola, Fundação Perseu Abramo, Conselho Regional de Psicologia de São Paulo, Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal do Estado de São Paulo, O Autor na Praça, Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT no Estado de São Paulo e Central Missionária dos Franciscanos da Alemanha.
A Exposição Dom Paulo Evaristo Arns: 95 anos é voltada para todas as idades e trata de temas fundamentais para os tempos atuais, tendo esse gigante da história brasileira como fio condutor.