Representante do Papa participa de Encontro para a Economia de Francisco na PUC-SP

de Fernanda Queiroz (Assessoria de comunicação/ABEF), para os jornalistas livres

Enrique Palmeyro, diretor mundial do Programa Pontifício Scholas Occurrentes, da Argentina, representará o Papa no Encontro Nacional para Economia de Francisco marcado para os próximos dias 18 e 19 de novembro, na PUC-SP. O evento é organizado pela ABEF (Articulação Brasileira para a Economia de Francisco), representante de 35 entidades com o Instituto Casa Comum (ICC) e a Universidade.

Palmeyro foi nomeado para articular o Pacto Educativo Global, também lançado pelo Papa Francisco. Na programação, o teólogo fará uma apresentação sobre “O Pacto Educativo e a Economia de Francisco”, terça-feira (19).

Para o coordenador-geral do ICC, Célio Turino, a vinda de Palmeyro estreitará as relações do Brasil com o Vaticano. “Essa é uma demonstração de afeto e compromisso com tudo que os movimentos sociais estão fazendo no Brasil, sobretudo nesses tempos difíceis, em que o horror tenta se impor em nosso país”, completa Turino.

O objetivo do Encontro Nacional é reunir intelectuais, estudantes e jovens, movimentos sociais e ativistas das várias experiências do Brasil em geração de renda e produção sustentável como alternativas à economia geradora de desigualdades e dilapidadora da natureza.

Na programação brasileira serão realizados mesas, paineis e rodas de conversa, como espaços de reflexões, compartilhamentos e troca de experiências, além de sistematizar diretrizes a partir do acúmulo das iniciativas brasileiras para a proposta da Economia de Francisco.

Está previsto para o primeiro dia (18/11) dois paineis sobre economia não capitalista e a construção de um novo currículo para cursos de economia. Entre os convidados estão Carlos Vainer, doutor em Desenvolvimento Econômico e Social (Université de Paris), e as economistas Tania Cristina Teixeira (PUC-MG) e Rosa Maria Marques (PUC-SP).

Os palestrantes, Milton José Fornazieri do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Eduardo Marques da FEOP (Fórum Estadual de Orçamento Participativo), Hamilton Rocha do Banco Comunitário União Sampaio e João Joaquim Neto do Banco Palmas, compartilharão as experiências das entidades na manhã do dia 19, segundo dia de evento.

Na carta divulgada em maio, o Papa Francisco lançou um pacto global de mudança do modelo de economia. O Pontífice convocou economistas, empreendedores e empreendedoras, jovens de até 35 anos, para pensar novas formas econômicas no mundo. “Através de um ‘pacto’ comum, promoveremos um processo de mudança global que esteja em comunhão de intenções não só aos que têm o dom da fé, mas a todos os homens de boa vontade, para além das diferenças de crença e nacionalidade, unidos por um ideal de fraternidade e atentos, sobretudo, aos pobres e excluídos”, escreve Santo Padre Francisco.

A ABEF foi criada a partir de um diálogo em julho deste ano com o objetivo de construir ações brasileiras para disseminar a proposta do Papa de uma nova economia. O encontro mundial “Economia de Francisco” ocorrerá de 26 a 28 de março de 2020, em Assis, Itália.

Como resultado, a Articulação Brasileira deve preparar uma delegação para a atividade mundial do ano que vem, além de levar modelos alternativos e experiências de economia do país por meio da Carta Brasileira para a Economia de Francisco.

Feira de produtos artesanais vai trocar a moeda ‘Chiquinho’ por produtos de cooperativas de economia solidária

Em ação paralela do Encontro Nacional Economia de Francisco, marcado para os dias 18 e 19 de novembro na PUC-SP, será realizada a Feira de Economia Solidária, com o objetivo de comercializar produtos artesanais de cooperativas que trabalham com economia solidária no Brasil. A forma de compra será feita com a moeda criada para o evento e de mesmo valor do real, a “Moeda Chiquinho”. O evento é organizado pela ABEF (Articulação Brasileira pela Economia de Francisco), representante de 35 entidades com o Instituto Casa Comum (ICC) e a Universidade.

Serão 66 expositores credenciados, dos municípios de São Paulo e outros estados, que vão vender desde produtos alimentícios, artesanato, como peças para casa, para mulheres, bijuterias, até cosméticos e essências naturais. As barracas da feira estarão espalhadas no saguão do Tuca Arena e no prédio da PUC-SP, aberto das 9h às 20h.

O Encontro Nacional é uma preparação para o Congresso de Assis, Itália, convocado pelo Papa Francisco e ocorrerá em março de 2020. O objetivo é reunir intelectuais, estudantes e jovens, movimentos sociais e ativistas das várias experiências do Brasil em geração de renda e produção sustentável como alternativas à economia geradora de desigualdades e dilapidadora da natureza.

Quem está à frente da organização da feirinha é a ativista Vera Machado, membro da Rede Economia e Feminismo (REF) e do Fórum Paulista de Economia Solidária. Segundo Machado, a Feira serve para mostrar que existe alternativas econômicas possíveis. “Essa feira reforça que nós, mulheres, também estamos fazendo economia. É uma economia alternativa que o capitalismo despreza, mas que tem muito mais impacto nos territórios”, afirma a ativista.

A economia solidária é uma forma de articulação nos territórios em uma cadeia produtiva de desenvolvimento local. Desde a produção da matéria prima, confecção até a comercialização e as formas de pagamento, são feitos apenas dentro das comunidades. Um exemplo de locais no Brasil que tem este sistema econômico é o bairro de Palmas, em Fortaleza. “Lá eles foram os primeiros a montar um banco social, o Banco Palmas, e também comercializam seus produtos com a moeda digital E-dinheiro. Todos os moradores vivem dos produtos que produzem e consomem, desde a comida até os produtos de limpeza”, explica Vera Machado.

O Banco Palmas está na programação do dia 19, no Painel de Boas Práticas com João Joaquim Neto, fundador do banco. Ele vai dividir as experiências deste empreendimento com mais três palestrantes: Milton José Fornazieri do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Eduardo Marques da FEOP (Fórum Estadual de Orçamento Participativo), Hamilton Rocha do Banco Comunitário União Sampaio. No total, existem 150 bancos comunitários no país.

Os inscritos que se credenciarem no evento poderão adquirir a moeda Chiquinho no pagamento da taxa não-obrigatória de R$ 20 reais. O valor arrecado será revertido exclusivamente na Feira. Também será possível comprar produtos com cartão de crédito.

Veja local do Encontro e da Feira:
Realização Articulação Brasileira para a Economia de Francisco (ABEF)
Encontro Nacional para a Economia de Francisco
Data: 18 e 19 de novembro de 2019
Horário: 14h às 21h (18/11) e das 9h às 21h (19/11)
Local: TUCARENA – PUC SP (R. Monte Alegre, 1024 – Perdizes, São Paulo)

Feira de Economia Solidária no Encontro Nacional Economia de Francisco
Data: 18 e 19 de novembro
Horário: 9h às 20h
Local: Saguão do Tuca Arena e prédio da Universidade – 1º andar e corredor próximo à lanchonete (R. Monte Alegre, 1024 – Perdizes, São Paulo)
Site: https://www.ecofranbr.org

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