No dia 17 de março foi registrada a primeira morte por corona na Venezuela. Hoje, Mais de 40 dias depois, o número subiu para 10 casos.
Antes mesmo do primeiro óbito, no início da segunda quinzena de março, Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, investiu numa série de políticas públicas para a contenção do contágio do coronavírus e agora colhe um baixo número de casos fatais do vírus.
Pelo menos 20.000 médicos, entre venezuelanos e cubanos, além de estudantes brasileiros de medicina no país, foram chamados para realizar visitas ‘casa por casa’ para testar a população. Testagem em massa, todo o mundo sabe, é a chave para conhecer, rastrear, conter e vencer o vírus. Para iniciar o processo de testagem, foram recebidos 2 milhões de testes rápidos vindo da China.
Para efeito de comparação, enquanto o Brasil realizou 1.597 testes por milhão de habitantes, uma vergonha internacional, a empobrecida Venezuela, vítima de um bloqueio econômico criminoso orquestrado pelo Estados Unidos, já realizou 16.132 testes por milhão de habitantes! Dez vezes mais do que o gigante Brasil!
Além disso, o sistema informático de atendimento social “Sistema Pátria” fez uma pesquisa pessoal com 10 milhões de pessoas, em que 16 mil disseram ter gripe ou algum sintoma parecido. O governo da Venezuela determinou, então, que as 16 mil pessoas fizessem o exame. Destas, apenas 7 foram confirmadas com coronavírus e isoladas imediatamente.
O isolamento atinge todo o território venezuelano. Os terminais terrestres foram fechados e a circulação entre estados é permitida somente em carros particulares. Brigadas Itinerantes de Prevenção à Contaminação pelo coronavírus foram espalhadas por todo o país para informar a população sobre higienização e as regras do isolamento.
Para que a população não sofresse com o impacto econômico, o governo determinou uma série de medidas para garantir renda mínima a toda a população:
1. Nenhum trabalhador pode ser demitido até dia 31 de dezembro;
2. O Estado venezuelano irá pagar os salários dos trabalhadores das empresas privadas por seis meses para eles ficarem em casa;
3. Está proibido cobrar aluguel por seis meses;
4. Fica proibido cobrar prestações e juros de todos os financiamentos em curso por seis meses;
5. Fica suspensa a cobrança das taxas de serviços de energia, água, gás;
6. Sete milhões de famílias seguirão recebendo uma cesta básica de alimentos a cada 15 dias até que a pandemia e o estado de emergência sejam encerrados.
Já o Brasil teve sua primeira morte no dia 23 de março e hoje tem 5.511 óbitos em todo o país. Em algumas cidades, como Manaus, o Sistema Único de Saúde já colapsou. Em São Paulo, grande epicentro da doença, 85% dos leitos de UTIs do SUS já estão ocupados, segundo dados do Ministério da Saúde. Pesquisa do Imperial College de Londres mostra que o Brasil tem o maior índice de contágio do Covid-19 entre 48 países analisados. Aqui, cada infectado transmite a doença para cerca de três pessoas.
Diante de um presidente criminoso, os governantes estaduais tiveram que tomar suas próprias medidas de contenção do contágio. Jair Bolsonaro, inútil até pra ter um partido, deu as seguintes declarações em relação ao corona vírus:
09 de março:
“está superdimensionado”
11 de março:
“Outras gripes mataram mais”
15 de março:
“Em 2009, 2010, teve crise semelhante”
17 de março:
“Esse vírus trouxe uma certa histeria”
20 de março:
“Não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar”
22 de março:
“O povo saberá que foi enganado por esses governadores e por parte da grande mídia”
23 de março – dia da primeira morte:
SEM DECLARAÇÕES
24 de março:
“Nada sentiria, ou sentiria, quando muito, uma gripezinha ou resfriadinho”
26 de março:
“Eu acho que não vai chegar a esse ponto”
29 de março:
“Todo mundo vai morrer um dia”
01 de abril:
“Vírus é igual a uma chuva. Você vai se molhar, mas não vai morrer afogado”
12 de abril:
“O vírus tá indo embora”
20 de abril:
“Eu não sou coveiro”
28 de abril:
“E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”
Agora eu reafirmo meu título: quem dera a gente tivesse virado a Venezuela e tivéssemos poucas mortes, garantia de salários, isenção de contas básicas e de aluguel, além de equipes treinadas para testar a população em massa. Que dera.
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