Protesto em Brasília exige a prisão dos mandantes da Chacina de Unaí

Brasília - O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait) realiza, como parte da semana nacional de combate ao trabalho escravo, ato de protesto para cobrar o cumprimento da sentença dos mandantes da Chacina de Unaí (MG), ocorrida há 14 anos.( José Cruz/Agência Brasil)

 

Com informações do Sinait

O lançamento de 14 mil balões pretos marcou a manifestação que aconteceu nesta quarta-feira (24/01) em frente ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília.Cerca de 200 pessoas, entre colegas e familiares, exigiram justiça para os três auditores do Trabalho e um motorista emboscados e mortos a tiros por ordem dos fazendeiros Antério Mânica, Norberto Mânica, Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro em Unai (Minas Gerais).Condenados pela Justiça Federal a mais de cem anos de prisão cada um em outubro de 2015, os assassinos continuam em liberdade.

Os recursos apresentados pela defesa tentam, ao mesmo tempo, anular a sentença e conseguir um novo julgamento em Unaí, cidade distante 170 quilômetros de Brasília. Os recursos tramitam no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Já os executores do assassinato, Rogério Alan Rocha Rios, Erinaldo de Vasconcelos Silva e William Gomes de Miranda, foram condenados e cumprem pena desde 2013.

Combate ao trabalho escravo

Organizado anualmente pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), o ato integra as atividades da Semana Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, criada em 2009 para homenagear os auditores Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva e o motorista do Ministério do Trabalho Ailton Pereira de Oliveira.

O sindicato também promove, de 26 de janeiro a 16 de fevereiro, uma exposição fotográfica no Espaço Cultural no térreo do Shopping Venâncio 2000, em Brasília. São 32 fotografias do auditor-fiscal do Trabalho e fotógrafo Sérgio Carvalho. A mostra é aberta ao público e exibe cenas flagradas durante as fiscalizações das equipes do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, de repressão ao trabalho escravo no Brasil.
Carlos Silva, presidente do Sinait, afirma que essa é uma realidade ainda não superada no Brasil. “As mesmas cenas retratadas nas fotos continuam sendo encontradas pelos auditores-fiscais do Trabalho. Além disso, de 2015 a 2017 há elementos novos no sentido de que o trabalho escravo tem sido cada vez mais constatado nos centros urbanos, especialmente na construção civil e no setor de confecções”.

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