O Ataque dos Patrões contra o Direito dos Trabalhadores:
EM DEFESA DE CONDIÇÕES DIGNAS PARA O TRABALHO DOCENTE
A relação entre professores e colégios é regulada por uma Convenção Coletiva que vinha, há mais de vinte anos, sendo aperfeiçoada pela negociação entre ambas as partes. Este ano, porém, o Sieeesp propôs a alteração ou retirada de quase metade das cláusulas da convenção. Representados pelo Sinpro (Sindicato dos Professores de São Paulo), os professores não aceitaram e propuseram a manutenção do acordo de 2016-2017, mas a entidade patronal simplesmente abandonou o diálogo. Atualmente, o dissídio está sendo analisado pela Justiça do Trabalho e toda a Convenção está em risco.
Como isso afeta o trabalho do professor? A convenção regula uma série de itens que determinam a remuneração, a carga de trabalho e a estabilidade da categoria. Retirados esses direitos, o professorado receberá menos, terá que trabalhar mais e verá aumentar sua rotatividade no emprego. Isso impacta fortemente a vida não só do professor, mas do estudante.
Como isso afeta os estudantes e as famílias? Sem convenção, é possível, por exemplo:
– Trocar professores no meio do semestre, prejudicando a continuidade do plano pedagógico. Isso porque a mudança na Convenção modifica a “garantia semestral de salários”, segundo a qual, caso um professor que trabalha há mais de 18 meses na escola seja demitido no meio do semestre, a escola será obrigada a pagar os salários dos meses subsequentes até o encerramento do semestre.
- Reduzir a remuneração dos professores, obrigando-os a dobrar ou até triplicar o turno – o que o sobrecarrega e o deixa sem tempo para correções e planejamentos. A ampliação do tempo da hora aula para mais de 50 minutos sem ampliação da remuneração é um dos itens em disputa nas negociações favorecem essa redução.
- Realizar contratos de trabalho intermitente, nos quais o professor não cria vínculos com a escola em que leciona. A nova reforma trabalhista permite que essa forma de contratação seja feita também em escolas. Sem a convenção coletiva, o que vale para os professores é a atual CLT. Ampliar a rotatividade dos professores é prejudicial à construção de um planejamento pedagógico adequado.
Como tudo isso se insere no cenário atual da educação brasileira? A proposta de mudança nas cláusulas da Convenção Coletiva da rede privada acontece em um momento em que a educação enfrenta diversas mudanças que podem afetar sua qualidade, já tão precária. É fato conhecido que os professores brasileiros estão sobrecarregados, mal remunerados e desmotivados; nessa situação, torna-se impossível realizar um bom trabalho. Nos acostumamos a menosprezar as condições de trabalho como fator decisivo para concretizar uma educação de qualidade, isso é um erro. O professor não deve ser visto como um herói nem um mártir, mas um profissional.
A Resposta dos Trabalhadores:
ATO NO MASP ÀS 17:00!!!
Em assembleia realizada no dia 19/5 os professores das escolas particulares de São Paulo resolveram PARALISAR SUAS ATIVIDADES na quarta feira, 23/5.
Os professores das escolas particulares estão sob ataque. Depois de ameaçar tirar os direitos que garantem a dignidade da atividade docente – como bolsa para filhos, recesso de 30 dias e pagamento de horas extra -, a patronal cortou negociações com o sindicato e deixou os professores sem Convenção Coletiva.
Sabendo que a precarização do trabalho docente prejudica profundamente os alunos e as famílias, convidamos todas as famílias para se juntarem à mobilização dos trabalhadores da educação, num ato pela avenida Paulista.
PROGRAMAÇÃO:
MANHÃ: aulas públicas perto das escolas para mobilizar as comunidades
7:00: Aula Pública na Praça Elis Regina. Rua Pereira do Lago, 100. (prox. a Av. Corifeu Azevedo Marques)
10:30 Aula Pública no Largo Santa Cecília, Metrô Santa Cecília. Além
da aula haverá roda de capoeira e contação de histórias e cantinho de leituras para as crianças!
10:30 Aula Pública no Largo da Batata, Metrô Faria Lima.
(MAIS DETALHES SOBRE AS AULAS EM BREVE)
14:00: Assembléia no Sinpro. Pauta: GREVE. R. Borges Lagoa, 208 – Vila Clementino. Metrô Santa Cruz.
17:00 : Ato público, com colegas professores de outras cidades do Estado, pais e alunos. Concentração no vão livre do MASP
JÁ SÃO 33 ESCOLAS QUE VÃO PARALISAR AMANHÃ!
Acompanhe a lista de colégios particulares de São Paulo que aderiram à paralisação do dia 23, em defesa da Convenção Coletiva. Se seu colégio vai parar e não está na lista, mande mensagem que nós atualizamos! Dia 28 é greve!
- Alecrim
- Alef-Peretz
- Anglo 21
- Anima (Educação Infantil)
- Arraial das Cores
- Beatíssima Virgem Maria (F2 e EM)
- Colégio Viver
- Equipe
- Escola da Vila
- Escola Viva
- Estilo de Aprender
- Giordano Bruno
- Gracinha
- Grão de Chão
- Hugo Sarmento
- Invenções
- João Paulo I
- Liceu Pasteur
- Lumiar
- Madre Alix
- Ofélia Fonseca
- Oswald de Andrade
- Politeia
- Ponto de Partida
- Rainha da Paz
- Renascença
- Santa Clara
- Santa Cruz
- Santa Maria (Ensino Médio)
- São Domingos
- Teia de Aprendizagens
- Teia Multicultural
- Vera Cruz
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