No nada sinto, vou dizer, no nada vejo as aflições que nos envolvem e uma gente ancestral que permeia cada beco de nós. Seria mais um dia de chuva, mas a tarde deu seu protesto com sol na avenida, vitrine viva, a Paulista e seus paulistanos transeuntes.
Enquanto fazem piada sem graça, em Brasília, enquanto distribuem bananas ao público da quarta-feira e ofendem a impressa, na capital de São Paulo são os indígenas que dão a mensagem com graça e canto. Os Guarani M’byá distribuem seus segredos enquanto protestam pela guarda do território. Querem paz e saúde, querem a terra.
O luto virou luta, querem sim a floresta em pé, viva entre a metrópole e seus veículos.
Via larga, diversa, difusa, caminho antigo de indígenas ao mar, hoje uma passarela para aqueles que discordam. Uns usam plumas, outros capacetes, boné, coroa.
Não esmoreço, não cedem. Mundo torto, mundo reto.
Como dissera o poeta das águas, Thiago de Mello, como sei pouco, e sou pouco, faço o pouco que me cabe, me dando por inteiro.
No asfalto aqueles que sofrem na própria vida a garra da opressão.
É índio.
No nada, em fórum.
Da Avenida Paulista índios Guarani reivindicam o território legítimo
Gepostet von Jornalistas Livres am Mittwoch, 4. März 2020
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*imagens por helio carlos mello©
Uma resposta
Lindo e triste. Eles foram os primeiros a chegar e os primeiros a ser assassinados. O nome deles é resistência e assim seguirão. Tupã os abençoe.