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Cultura

Os Panteras Negras estão entre nós!

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Por Flávia Martinelli, dos Jornalistas Livres

Uma imagem escondidinha na exposição “Todo o Poder ao Povo” (no Sesc Pinheiros de São Paulo até o dia 02/07/17), que traz as obras do artista revolucionário Emory Douglas, ministro da Cultura do Partido dos Panteras Negras, chama atenção por sua atualidade e familiaridade com a realidade brasileira. Curiosamente, não se trata de nenhum dos cartazes, panfletos ou jornais do Black Panthers. Tampouco diz respeito à organização californiana que fez 50 anos e há mais de 30 foi duramente dissolvida pelas forças repressoras do governo norte-americano. Na salinha anexa ao salão da mostra, numa área reservada às oficinas de técnicas de impressão off-set que acompanham a programação do evento, um visitante anônimo deixou exposta uma das feridas abertas do nosso racismo nacional.

No cartaz sem assinatura nem autoria, feito em folha sulfite simples, com tinta preta e vermelha, um jovem negro protege-se de um policial que levanta sua camiseta de maneira intimidatória. Quem já sofreu ou testemunhou alguém sofrendo uma batida policial nas ruas de São Paulo logo reconhece a cena. Em letras maiúsculas, o escrito: “QUEM NÃO REAGIU ESTÁ VIVO”. Chegando mais perto, para que não sobre nenhuma dúvida, está a legenda: “O governador Geraldo Alckmin (PSDB) defendeu na manhã desta quarta-feira (12) a ação da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) que terminou com nove suspeitos mortos na terça-feira (11). ‘Quem não reagiu está vivo’, afirmou Alckmin.”

Legado: cartaz feito por visitante anônimo que participou da oficina de off-set da exposição do artista Emory Douglas, do Partido dos Panteras Negras

Interessante. O legado, a importância e a potência dos Panteras Negras não morre. Ainda que tenham criminalizado o movimento desde a sua criação. Ainda que dezenas de membros do Black Panthers tenham sido assassinados. Ainda que muitos panteras permaneçam presos até hoje. Ainda que só pelo viés da arte seja possível apreciar uma exposição em homenagem ao movimento. Os Panteras Negras permanecem como o maior símbolo da luta antirracista em todo o mundo.

A partir da arte de Emory, é possível analisar não só o poder das estratégias de comunicação na luta contra a opressão mas a força que reivindicações individuais ganham quando se tornam defesas coletivas. Foi Emory quem criou, como estratégia de enfrentamento, todo o componente visual do lendário jornal The Black Panther, principal difusor de ideias e fonte de renda do partido. A publicação semanal circulou por 14 anos, sob forte repressão do FBI, o inimigo número um do partido.

Emory tinha 23 anos em 1967, quando se filiou ao Panteras Negras, e foi o responsável pela criação das representações históricas dos líderes revolucionários do movimento negro. As ilustrações mostravam como os Panteras queriam ser vistos e como eles viam a sociedade capitalista e imperialista norte-americana. O ilustrador, que aprendeu a desenhar num centro correcional de infratores, é autor da famosa caricatura do porco gordo e armado, símbolo do capitalismo e do Estado policial repressor e racista. Seus desenhos valorizam a força de resistência e a luta dos negros. Estamparam não só os jornais e cartazes mas cartões de felicitações, panfletos, bandeiras, botons e até embalagens de supermercado. Tudo para popularizar a ideologia do movimento.

 

Quando o Partido dos Panteras Negras para Autodefesa nasceu, em 1966, em Los Angeles, na Califórnia, o racismo era amparado pela lei. O grupo surgiu como resposta à violência policial e se tornou um dos mais perseguidos e emblemáticos movimentos de luta por igualdade de direitos. Na época, a população negra havia, a sanguinárias penas, conseguido direito de voto e derrubado leis segregacionistas absurdas que separavam brancos e negros em locais públicos entre eles ônibus, escolas e universidades. Mas esses direitos, menos que básicos, não garantiram melhoria na condição social das comunidades que viviam em periferias assoladas pela pobreza e exclusão.

Para se ter uma ideia, os poucos estudantes negros que frequentavam uma faculdade precisavam de acompanhamento de escolta de Panteras para evitar agressões físicas. Em 1965, a repressão massacrante da Guarda Nacional diante da revolta de negros – que protestavam contra a violenta abordagem de policial a um jovem acusado de “direção perigosa” – foi pano de fundo para o surgimento do Partido. Na ocasião, houve 34 mortos, 1.032 feridos e 3.952 presos. O grupo foi criado a partir da reivindicação de autodefesa de uma comunidade cansada de ser humilhada.

Com a Constituição dos Estados Unidos e revólveres à mostra, os Panteras faziam patrulhas de controle de violência policial nas ruas valendo-se de duas leis: uma que permitia uso de arma para autoproteção e outra que liberava o acompanhamento de perto de ações de policiais.

Uniformizados com boina, jaqueta de couro preta, óculos escuros e cabelo afro, os jovens entendiam a valorização da estética negra como parte de sua militância. A descolonização cultural amedrontou uma sociedade acostumada à naturalização da opressão racista.

A resposta do Estado veio rápida: um ano depois da criação do partido, o Congresso mudou a lei e proibiu o porte de armas de fogo carregadas em público. Rapidamente o movimento foi criminalizado. Mas isso não impediu sua popularização e ampliação de pautas.

Os panteras foram além da autodefesa. Organizaram-se para também denunciar a falta de moradia, de acesso à saúde e alimentação digna. De ideologia abertamente marxista, o partido criou programas de assistência social – como café da manhã de graça para crianças e ônibus gratuito para parentes visitarem familiares presos em presídios. Estudos apontam que em cinco anos, o movimento conquistou mais de 5 mil membros ativos e montou bases operativas em mais de 50 cidades. Também virou o principal alvo do FBI.

O jornal The Black Panthers sofreu inúmeros ataques. Vender o periódico semanal era considerado um ato político no partido e o lucro era dividido entre o vendedor na rua e a organização. Cada exemplar custava US$ 0,25 e o custo era em torno de US$ 0,8 a US$ 0,10. Intimidações à gráfica e aos vendedores, destruição de exemplares, boicote de gráficas e linhas aéreas e de caminhões de transporte eram comuns. O FBI fez tudo para impedir sua circulação. Emory conta em entrevistas que o serviço de inteligência norte-americano recebia os primeiros exemplares antes da redação – que em 1975 era formada por 25 pessoas. Ainda hoje pairam dúvidas sobre a morte do chefe de distribuição do jornal em Nova York.

Na exposição do Sesc é possível ver alguns dos documentos e dossiês oficiais que registram as investigações e táticas do governo para desestabilizar e conspirar para destruir o movimento. O uso de agentes infiltrados e estratégias de difamação foram sistemáticas. Há suspeita de que o governo tenha participado até da introdução de drogas como a heroína em comunidades para enfraquecer o grupo.

Ainda hoje, tudo o que se diz sobre os Panteras Negras está encoberto por camadas e camadas de manipulação de informações e obscuridade.

A Anistia Internacional há décadas intercede por rever processos de presos políticos. Muitos foram absolvidos depois de depoimentos de agentes do Estado que confessaram participar da fabricação de provas falsas. Apesar disso, há centenas de casos de membros que morreram na prisão, fora os que permanecem presos. 

A exposição do Panteras Negras no Sesc, portanto, é mais uma oportunidade para constatar que a luta por igualdade de direitos e resistência, apesar de avanços, está longe do fim. Ainda mais no Brasil, país que mais assassina jovens negros do mundo e contabiliza um morto a cada 23 minutos, segundo dados do ano passado no Atlas da Violência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Mas o cartaz que denuncia a barbárie diária da polícia de Geraldo Alckmin está aí para fazer valer o legado de Emory Douglas. Os Black Panthers estão entre nós!

Em tempo: além do cartaz dedicado à Alckmin, há na mesma salinha de oficina de impressão off-set uma linda imagem, também anônima, da poeta Carolina Maria de Jesus, favelada, catadora de papel e uma das principais escritoras negras do Brasil. No sulfite, a frase: “Eu adoro a minha pele preta e meu cabelo rústico. Se é que existe reencarnações eu quero voltar sempre preta.”

Resistência: também sem autoria, cartaz de visitante deixado na exposição

 

TEM QUE IR: Até 02/07/2017 no Sesc Pinheiros, de terça à sexta-feira das 10h às 22hs e domingos até 18h30. Grátis.

PARA SABER MAIS:
– O catálogo da exposição “Todo ao povo – Emory Douglas e os Panteras Negras” é uma obra-prima. Há um QR Code para baixar parte do catálogo no celular.
– Documentário “Os Panteras Negras: Vanguarda da Revolução”, no Netflix

Cultura

Dança, acessibilidade e profissionalização para artistas com deficiência

PROCENA começa nesta quarta-feira tematizando dança, acessibilidade e profissionalização para artistas com deficiência

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Desde 2016,  o PROCENA, festival de cultura que nasceu em Goiás com a leis de incentivo Fundo de Arte e Cultura de Goiás,  tem promovido a discussão sobre acessibilidade e diversos outros assuntos que atravessam as realidades dos artistas, produtores e profissionais com vocação para assistência à pessoa com deficiência. Realizado de dois em dois anos, o evento que começou envolvendo a comunidade regional, em 2020 se expande para todo o Brasil, via redes sociais.

A pandemia, que tem feito os brasileiros tentarem uma adaptação de suas vidas, na medida do que é possibilitado, frente a um governo federal negacionista que tem priorizado pouco ou quase nada salvar a vida dos cidadãos, também tem feito com que os produtores dos festivais culturais adaptem a realidade dos festivais, que costumavam ser espaços físicos não só de cultura, mas também acolhimento, troca e discussões transformadoras da nossa realidade.

Mas como bem colocado pelo coordenador do evento sobre o novo formato do PROCENA, Thiago Santana, “a realização virtual impediu o contato físico, porém ampliou o alcance do evento, gerando discussões que vão além das fronteiras”. O desafio agora é democratizar o espaço das redes sociais, para que o acesso chegue a todos e todas

De 7 a 10 de outubro, o Youtube, Facebook e Instagram serão os palcos de apresentações de danças de Goiás, grupos de outras regiões do Brasil e um de Portugal, já que este ano a dança como uma linguagem que inclui é o tema do PROCENA. Para aprofundar nas discussões, a cada dia será apresentado um webnário com um temas que envolvem política, arte e acessibilidade. Então, já assina o canal do YouTube, segue no Facebook e Instagram para garantir que não vai se esquecer desta programão super necessário.

As discussões apontaram a dança como uma linguagem que inclui e oferece mais possibilidades de acessibilidade para artistas e também para espectadores com deficiência. “Esses debates nos fizeram decidir por começar esta nova proposta com a dança, suas contribuições para a produção cênica, seus processos formativos e composições estéticas da cena inclusiva e acessível”, justifica Thiago Santana, coordenador do evento.

O coordenador também destaca a importância das leis de incentivo e mecanismos de fomento incluírem exigências e orientações para uma produção inclusiva e acessível às produções artísticas, como por exemplo, do Fundo de Arte e Cultura de Goiás. Ele lembra, contudo, que isso é fruto das metas do Plano Nacional de Cultura, aprovado em 2010 pela então presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, em diálogo com outros marcos legais como a Convenção da Pessoa com Deficiência e a Lei Brasileira da Inclusão. Instrumentos que, por sua vez, são resultados de debates e discussões da área, como esses que serão realizados nesta edição do Procena.

PROCENA 2020 – dança, acessibilidade e profissionalização para artistas com deficiência 

Datas: 7 a 10 de outubro

Transmissão: Instagram, Facebook e YouTube do Evento.

Programação completa: http://procenago.com/procena_2020/

7 de outubro: 

9h – Oficina “Dance ability”, com Ana Alonso

14h – Oficina “Corpo Zona Dissoluta”, com Alexandre Américo

17h – Webinário “Papo #PraCegoVer”, com Patrícia Braille e Luciene Gomes

19h – Espetáculo “Dez Mil Seres”, com a Cia Dançando com a Diferença (Portugal)


8 de outubro: 

8h – Websérie “Essa é a minha arte! Qual é a sua?”

9h – Oficina  de Dança Inclusiva “Estranho hoje?!!, normal amanhã?!!!”, com Marline Dorneles

14h – Oficina “Corpo Zona Dissoluta”, com Alexandre Américo

17h – Webinário “Políticas culturais e a produção de artistas com deficiência”, com Sacha Witkowski, Claudia Reinoso, Ingrid David e Eduardo Victor

19h – Espetáculo “Berorrokan – A origem do mundo Karajá”, com INAI/NAIBF – GO


9 de outubro: 

8h – Websérie “Essa é a minha arte! Qual é a sua?”

9h – Oficina  de Dança Movi(mente), com Ana Balata e Laysa Gladistone

14h – Oficina de Criação Cênica Acessível em ambiente virtual, com Thiago Santana

17h – Webinário “Formação em dança e recursos de acessibilidade”, com Marlini Dorneles (UFG), Vanessa Santana (UFG) e Marcelo Marques

19h – Espetáculo “Similitudo”, com Projeto Pés (DF)


10 de outubro: 

8h – Websérie “Essa é a minha arte! Qual é a sua?”

9h – Oficina  de Dança Movi(mente), com Ana Balata e Laysa Gladistone

14h – Oficina de Criação Cênica Acessível em ambiente virtual, com Thiago Santana

17h – Webinário “Corpos diferenciados e a cena”, com Henrique Amoedo, Mônica Gaspar e Alexandre Américo.

19h – Espetáculo  “die einen, die anderen – alguns outros”, com a Cia Gira Dança (RN)

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Cultura

Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro #53 – Tiago Judas: Homem-Caixa

Tiago Judas apresenta o 53º ensaio do Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro – Imagens que narram nossa história

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Tiago Judas: Homem Caixa

O Homem-Caixa, fora de sua casa-caixa, continua internalizado, privado, caminhando pelas ruas vazias de uma cidade-caixa em quarentena gerada pela pandemia do Coronavírus. É mais fácil percebê-lo em tempos de isolamento social, mas não é de agora que somos caixas dentro de caixas: empilhados, segregados, rotulados.

A princípio, o Homem-Caixa, não desperdiça espaços vazios, pois a sua capacidade de empilhamento é alta e facilita a gentrificação; mas, a propriedade descartável de seu material é, a longo prazo, entrópica.

Para realizar pela primeira vez o truque em que o mágico serra uma mulher ao meio em 1921, Percy Thomas Tibbles, teve que descobrir antes, até que ponto uma pessoa era capaz de se contorcer dentro de uma caixa apertada.

Em 2020 estamos tendo que redescobrir essa capacidade, mas as caixas desta vez, são as classes sociais; as etnias; as escolhas políticas. Uma vez encaixados, vivemos a ilusão de que podemos nos separar um do outro simplesmente serrando a caixa ao meio; mas tudo só faz parte desse antigo jogo de esconder.

O Homem-Caixa é frágil, descartável e fácil de ser armazenado.

Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa

Minibio

Tiago Judas (São Paulo, SP, Brasil, 1978) é bacharel em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP (São Paulo, SP, Brasil, 2001) e possui licenciatura plena em Arte pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (São Paulo, SP, Brasil, 2009). Sua produção artística inclui desenhos, objetos e vídeos, além de histórias em quadrinhos.
Desde 2000, Judas tem exposto em importantes instituições culturais brasileiras e também expôs trabalhos em países como Alemanha, Áustria, Espanha, EUA e Peru. Em 2007, Judas foi contemplado com o Prêmio Aquisição do 14º Salão da Bahia (Salvador, BA, Brasil).

Em seus trabalhos, Tiago Judas busca conciliar as artes plásticas e as histórias em quadrinhos, fazendo com que uma influencie a outra. Vale ressaltar ainda que, ao longo dos últimos anos, Judas também tem trabalhado como ilustrador autônomo para jornais, revistas e editoras de livros e atua também como educador, desde 2001 orientou oficinas de arte em centros culturais como no Sesc, Museu da Imagem e do Som, Paço das artes, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Fábricas de Cultura, além de outros projetos.

Para conhecer mais o trabalho do artista

https://www.instagram.com/tiago_judas/

http://portifoliotiagojudas.blogspot.com/

https://mesadeluzzz.blogspot.com/

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O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos e imagéticos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.

Outros ensaios deste projeto: https://jornalistaslivres.org/?s=futuro+do+presente

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Cultura

Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro #52 – Felipe Cretella: Procissão

Felipe Cretella apresenta o 52º ensaio do Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro – Imagens que narram nossa história

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Procissão - Felipe Cretella

Procissão. Refotografias do Círio de Nazaré – Bélem do Pará – Brasil – 2013.

Círio é quando agradecemos pelo passado e pedimos pelo futuro. É onde estamos todos presentes e ligados numa mesma vibração de luz e fé. Um rio de gente de todas as crenças e lugares, aglomerados e misturados. Esse ano não teremos o Círio nas ruas. Não estaremos juntos fisicamente, mas estaremos presentes em energia. Unidos pela fé no futuro, no presente e no passado.

Sequência de fotografias registradas na noite da trasladação e refotografadas em TV de tubo.

A trasladação é uma procissão noturna que acontece na semana do Círio de Nazaré em Belém do Pará, e antecede o evento principal que é realizado no domingo. Reúne mais de 1 milhão de pessoas em uma onda de agradecimentos e esperança.

O processo: ensaio original registrado na noite da trasladação. Essas fotografias então são projetadas em TV de tubo e refotografadas em longa exposição e movimento.

Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella

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Felipe Cretella - Procissão

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Felipe Cretella nasceu em São Paulo, em 1977.

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Para conhecer mais o trabalho do artista

www.felipecretella.com.br

https://www.instagram.com/feecretella/

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O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos e imagéticos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.

Outros ensaios deste projeto: https://jornalistaslivres.org/?s=futuro+do+presente

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