Operação da PF na casa de Witzel ocorre 22 dias após troca do comando do órgão

Por Rafael Duarte, da agência Saiba Mais

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (26), a Operação Placebo, que apura indícios de desvios de recursos públicos destinados ao atendimento do estado de emergência de saúde pública, no Rio de Janeiro, devido à pandemia do Coronavírus. Agentes da PF cumpriram mandatos de busca e apreensão na residência oficial do governador Wilson Witzel (PSC) e no escritório de advocacia onde a mulher dele atua.

Ao todo, estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. As autorizações foram expedidas pelo Superior Tribunal de Justiça.

A operação que tem como alvo principal o governador do Rio de Janeiro acontece 22 dias após a posse do novo diretor-geral da PF Rolando de Souza, sucessor de Maurício Valeixo, cuja exoneração foi o estopim para o pedido de demissão do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. A primeira medida tomada pelo novo diretor do órgão foi trocar o comando da PF no Rio.

Carlos Henrique Oliveira, superintende da PF no Rio, foi chamado por Souza para ocupar a diretoria-executiva da entidade, deixando vago o posto no Rio de Janeiro até esta segunda-feira (25), quando o delegado Tacio Muzzi Carvalho e Carneiro foi nomeado por Rolando de Souza.

No dia anterior, a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PSL) afirmou que a PF faria operações contra governadores. Após as primeiras notícias, o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), desafeto declarado de Witzel, parabenizou os agentes da PF.

Segundo o site da Polícia Federal, “elementos de prova, obtidos durante investigações iniciadas no Rio de Janeiro pela Polícia Civil, pelo Ministério Público Estadual e pelo Ministério Público Federal naquele estado foram compartilhados com a Procuradoria Geral da República no bojo de investigação em curso no Superior Tribunal de Justiça e apontam para a existência de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Estado do Rio de Janeiro”.

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