Jornalistas Livres

O homem vago e a Terra vermelha

 

 

OBT / INPE- Belo Monte e Altamira na volta grande do Rio Xingu.

Roubar talvez tenha sido a primeira demonstração de trabalho, aos olhos do índio, do homem ocidental.

 

Entra-se na mata e rouba-lhe madeira. Descobre-se uma serra e furta-lhe o ouro. A terra grila-se, prostituem as águas.

 

A Terra um dia será vermelha, é evidente. Quem diria, iremos do azul ao rosa.

Ligo a tv cedo no quarto todo dia, para trocar para o trabalho. Hoje, o governador eleito do Mato Grosso, Mauro Mendes Ferreira, desagradava a bonita manhã, afirmando que irão desmatar sim, e para ninguém vir com esse papo de preservação. Mais tarde, foi o presidente, lá na Suíça, selando o dia contra as florestas, que as temos demais.

Mato Grosso, tão lindo Estado, tem fome de grandes negócios, longas estradas, máquinas monstruosas arando o campo, imensidões verdes sem gente e sem árvores; tudo um algodão, grão de soja e milho. Belo serão outras instâncias para alguns, universos bancários e suas bolsas internacionais. Para o povo mesmo, expulso do campo e comprimido nas periferias robustas e gordas de novos municípios, nada muda. Será servidão, será carestia. O agronegócio é para poucos.

 

Para todos serão os córregos desnudos, os buritizais pedindo socorro, o cerrado tão torto, dizendo adeus ao mundo, e as fotografias de um sertão bonito. Tão verde era meu país.

Temos a maior biodiversidade do mundo e nossas riquezas minerais são abundantes. Queremos parceiros com tecnologia para que esse casamento se traduza em desenvolvimento para todos. Estamos de braços abertos. Grandes negócios, afirma o presidente.

Há casamentos que já nascem fadados ao fracasso. Mata tão linda, verde, virgem, de ti nada restará. Coisas da vida, matrimônios, possíveis tragédias em nome do amor.

Comentários

Uma resposta para “O homem vago e a Terra vermelha”

  1. Avatar de Inácio da Silva
    Inácio da Silva

    O dinheiro roubado pelo PT e seus integrantes bem que poderiam ter sido utilizados para amenizar os problemas citados…mas a sede de poder e a falta de caráter dos “progressistas”…falou mais alto…

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