Variações fizeram-se na mente durante o sono longo na chegada do domingo. Sonhei com um natal no fim do mundo. Todo presente era de grego e políticos anunciavam as ofertas nas portas das lojas, no alto dos edifícios. Ah, meu pai, nada lembrava a manjedoura ou a anunciação do anjo.
Era dia em meu sonho e tanta gente se apressava na rua. Comprar, comprar, todos sabiam que o mundo expirava e queriam comprar mais um pouquinho antes do fim do mundo. E a faixa? Todos queriam a faixa sem temer, verde amarela, colocá-la transversal no peito.
Acordei, aliviado; tv ligada e a chuva que passou no quintal. Hoje é domingo e as lojas estão cerradas. Sem ameaça um domingo convida a pensar, o blade runner, o passeio público. O que virá depois do fim do mundo?
Passa passarinho, passa notícia no ar, passa índice, passam bandeiras. Dizem que rifam direitos humanos, rifam minas de minérios, dizem que o petróleo nem é mais nosso. Querem vender, querem comprar.
Sonho com o fim do mundo e tudo amanhece.
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