Diário do bolso: Maia já vai embora

É, Diarinho, eu ando cantando à toa. É hoje! O comunista do Maia já vai embora. E o Arthur Lira já vem chegando. A eleição dele vai custar caro, mas vai valer a pena. Ainda mais que quem paga não sou eu, kkk! É como diz aquele velho ditado: “Uma mão molha a outra.” Parecia que o Baleia ia nadar de braçada nessa eleição, mas, com as verbas que o ministro Luiz Eduardo Ramos (grande general!) liberou, conseguimos uma tremenda virada.

Por José Roberto Torero* Diarinho, cante comigo: “Ai, ai, aiai…, tá chegando a hora…, o dia já vem raiando, meu bem, o Maia já vai embora…”

É, Diarinho, eu ando cantando à toa. É hoje! O comunista do Maia já vai embora. E o Arthur Lira já vem chegando. A eleição dele vai custar caro, mas vai valer a pena. Ainda mais que quem paga não sou eu, kkk!

É como diz aquele velho ditado: “Uma mão molha a outra.”

Parecia que o Baleia ia nadar de braçada nessa eleição, mas, com as verbas que o ministro Luiz Eduardo Ramos (grande general!) liberou, conseguimos uma tremenda virada.

Por exemplo, o PSL participou do lançamento da campanha do Baleia Rossi. Mas duas semanas depois passou anunciou apoio à candidatura do Arthur Lira. Acho que PSL quer dizer “Pagando, Somos Leais”, kkk!

Até gente da esquerdalha veio pro nosso lado. Do PDT, o Gil Cutrim (BA) custou R$ 2 milhões de verbas extras para obras. Do PSB vieram a Liziane Bayer (RS), por R$ 2,6 milhões, e o Felipe Carreras (PE), por R$ 2 milhões. Pechinchas!

Acabei com o “toma lá, dá cá”. Agora é “Dá cá, toma lá”. Dei uma guinada de 360 graus na política desse país!

O nosso segredo é pagar rápido. Os empenhos de verbas demoram menos de uma semana depois que o parlamentar visita o gabinete do Ramos.

Por exemplo, em 9 de dezembro, o Zé Vitor (PL-MG) foi lá. Três dias depois, no sistema do Ministério de Desenvolvimento Regional, já tinha uma proposta de R$ 700 mil para fazer obras viárias (sempre obras viárias!) em Serra do Salitre (MG).

Mas a gente não é perdulário não, Diário. Fizemos uma tabela para organizar a coisa. Ficou assim:

– Os pés-de-chinelo, que são 50 parlamentares, ganham no máximo R$2,5 milhões.

– Os pés-de-sapatênis, que são 39, ganham entre R$ 2,5 milhões a R$ 4,9 milhões.

– E os pés-quentes, que são 47 importantões, ganham mais de

R$ 5 milhões.

É, Diarinho, essa eleição está no papo. Eu vou ser o Nero e o Lira vai ser minha lira. Vamos tocar fogo no parquinho!

#diariodobolso

*José Roberto Torero é autor de livros, como “O Chalaça”, vencedor do Prêmio Jabuti de 1995. Além disso, escreveu roteiros para cinema e tevê, como em Retrato Falado para Rede Globo do Brasil. Também foi colunista de Esportes da Folha de S. Paulo entre 1998 e 2012.

PS: A ilustra é de Ivo Minkoviciius.

 Ilustração: Ivo Minkovicius

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