Lesbianidade: experiencias, violências e visibilidade

No dia 30 de junho, o Sesc Pompeia recebeu mais uma edição do Boteco da Diversidade, que deu voz às demandas, existências e resistências das mulheres lésbicas. Em uma sociedade marcada pela heteronormatividade e pela misoginia, as mulheres lésbicas enfrentam diversas formas de apagamento de sua sexualidade, seja por não terem sua orientação sexual respeitada e reconhecida, sendo frequentemente julgadas como heterossexuais frustradas; pela fetichização de seus afetos; pelas ameaças de estupro corretivo; e pela negligência de seus direitos sexuais e reprodutivos.

Além de violências simbólicas, as lésbicas também são alvo de agressões e crimes. De acordo com o Dossiê Sobre Lesbocídio, divulgado de forma inédita pelo Núcleo de Inclusão Social da UFRJ em março de 2018, o número de mortes de lésbicas por crime de ódio aumentou 150% entre 2014 e 2017. Só nos dois primeiros meses de 2018, houve 26 casos registrados.

O evento foi produzido por mulheres de todas as áreas, desde a parte técnica até a mediação e discussão. Ana Roxo, do canal O Mundo Segundo Ana Roxo, apresentou o evento e guiou o debate sobre as diversas facetas da lesbofobia e as contribuições para fazer frente a essas formas de silenciamento e de invisibilização das mulheres lésbicas.

Heliana Emetério, Louie Ponto e Regina Facchini trouxeram perspectivas diferentes para a discussão, que também contou com a participação da plateia.

 

Regina Facchini
“Quando o padrão não é de uma violência explicita e você não pode contar as mortes em grandes quantidades, fica mais díficil pra gente dizer que essa violência existe”

Heliana Emetério
“Eu sou uma lésbica sexagenária. Eu sou casada, tenho vida sexual ativa, gosto muito de transar e sexo existe até o final.”

Louie Ponto
“Eu acredito que o fato de a gente falar muito sobre comunidade LGBT, movimento LGBT, cria a impressão de que existe uma unidade entre nós e na verdade essa unidade não existe. Nós somos pessoas diferentes, nós temos vivencias diferentes e nós sofremos opressões diferentes.”

Construíram o Boteco da Diversidade: Visibilidade Lésbica
Produção Executiva: Cristiane Klein e Juliana Vinagre
Direção e roteiro: Akexandra da Mata
Artistas e ativistas: Angélica Müller, Daniela Helena Biancardi, Ana Roxo, Camila Couto, Cíntia Rosini, Patrícia Meira, Dani Barsoumian, Heliana Emetério, Louie Ponto, Maria Beraldo, Regina Facchini, Simoníssima e Bloco Siga Bem Caminhoneira.
Cenografia: Mayara Mascarenhas
Iluminação: Samya Peruchi
Som: Rebeca Montanha
Assistentes: Ki Somerlatte, Márcia Alves, Mercedes Machado e Patrícia Zalewska
Ilustrações: Akuosa Solução
Textos: Angelica Freitas Ligiana Costa e Virgínia de Medeiros.
Revisão: Regina Stocklen

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