Lucas Gustavo – Texto e Fotos
Depois de décadas, a Gruta do Maquiné voltou a ter vários gotejamentos, e suas piscinas naturais ficaram completamente cheias.
O grande volume de chuvas em Cordisburgo, na região central de Minas, nos meses de janeiro e fevereiro, proporcionaram que a umidade penetrasse nas rochas da caverna, ocasionando vários gotejamentos, que formarão novas estalagmites e estalactites.
As piscinas naturais, por muito tempo vazias, ficaram completamente tomadas de água, e por vezes transbordaram na passagem dos visitantes, mostrando a dimensão do volume penetrado.
Mesmo para nós cordisburguenses, que estamos acostumados com as belezas local, a cena brilha aos olhos.
Nunca antes havia presenciado tamanha perfeição em Maquiné. Ali era nítido o barulho dos insetos, o brilho das rochas, o contraste das cores e a vida celebrando a gotejar.
Talvez seja por isso, que ao avistar a “Lapa Nova do Maquiné” em 1835, o naturalista e arqueólogo Peter Lund proferiu que “Nunca meus olhos viram coisa tão bela e magnífica nos domínios da natureza e da arte.”.
E só Guimarães Rosa pôde proferir a definição real do espaço geográfico: “Lá se desencerra a Gruta do Maquiné, milmaravilha, a das Fadas”.
Com o surto do covid-19 em todo o mundo, a Gruta foi fechada pelo Governo de Minas, o que possibilitou que poucas pessoas pudessem desfrutar da sensacional cena.
Entretanto, este fechamento poderá permitir que a água faça sua ação natural sem qualquer interferência humana, possibilitando que com sua abertura nos próximos meses, possamos presenciar novas formações, afinal, uma gruta é como a vida: está em constantes transformações.
Vamos celebrar a vida em Maquiné!