Pode-se dizer que se trata da turma raivosa que vota na direita? Sim, mas tem algo pior: o silêncio da mídia hegemônica defende um modelo de país que privilegia a parcela pequena que detém o monopólio dos bens de consumo e são os maiores proprietários de terras.
Leitor, desconfie dessa mídia que diz não ter lado e nas suas manchetes que tratam casos iguais com pesos diferentes.
Desconfie do discurso vazio que “vendem” quando alguém da direita é pego: “são todos iguais” ou “é tudo ladrão”. Esse discurso só aparece quando se descobre helicóptero com cocaína, milhões em caixas num apartamento, escândalo do INSS e no metrô, desvio de verbas da merenda de escolar ou qualquer outro escândalo no qual as cores dos culpados sejam amarelo ou azul.
Ingênuo achar que não existe uma ala progressista discutindo os erros cometidos pelo governo petista. Existe sim. Mas essa ala lembra que também houve inúmeros avanços sociais. E são eles que causam esse ódio indiscriminado em quem bate na panela vestindo a camisa da seleção brasileira.
Estar no poder exige do candidato a um cargo publico mais que os sorrisos que são dados em campanha, abraços em favelados ou a coxinha comida no boteco do centro.
O povo espera pessoas que tenham carisma verdadeiro e que abracem políticas públicas que beneficiem quem está na base da pirâmide, os mais vulneráveis. Aquela parte da população que usa a panela para enchê-la de comida e após um dia de luta “bater sua xepa”.
Se houve um erro do governo petista, que ficou mais de uma década no poder, foi não ter tratado de educação politica. Calma raivosos, não se trata de doutrinação partidária ou bolchevique, mas sim lembrar que os projetos sociais que beneficiam seus próprios críticos são resultado de muito esforço e luta.
Mais educação política evitaria que muitos que gritam contra os direitos humanos e o Bolsa Família, mas estudaram no Prouni, dormem no Minha Casa Minha Vida e trocaram de carro por causa do projeto social criado pelo PT não cuspissem no prato que comeram.
A alienação e a desinformação provocam casos de raiva e falas que chegam até a serem cômicas, de tão fantasiosas. O que mais choca é o governador de um estado como São Paulo, que postula um cargo de presidente da nação, considerar uma coisa normal os tiros disparados na caravana petista. Porém a fala do governador Alckmin não traz novidades. Basta lembrar o pacote de maldades que seu partido, o PSDB, já proporcionou à população.
Pasmo causou a juíza que ao invés de lutar pela justiça propagou absurdos divulgados na internet para “justificar” o assassinato de uma vereadora e ativista negra.
A mídia golpista emudeceu quanto aos tiros que acertaram o ônibus que levava não só um ex-presidente, mas também jornalistas.
Vive-se uma era de desumanização e banalização da vida. Muitas pessoas transformaram o Brasil em um Fla-Flu num estádio decadente e inseguro.
O partido da situação já se envolveu em inúmeros escândalos nos quais a mídia parceira tratou com outro peso e uma medida diferente, como já citado.
Em São Paulo não foi diferente e o pior prefeito da cidade, o João Doria, já quis dar ração humana para criança de escola pública, acordou morador em situação de rua com jato d’água de madrugada, acabou com a Secretaria da Igualdade Racial durante a campanha. Uma de suas inúmeras mentiras foi dizer na TV que tinha votos suficientes para aprovar o maldoso projeto de aposentaria do servidor público municipal, o SAMPAPREV. Esta foi uma das maldades corroboradas pelo seu partido.
Talvez o jeito PSDB de fazer política seja a grande engrenagem que o povo preto, periférico e vulnerável do Brasil não quer, pois a vida não é um jogo. O que se espera do postulante a cargo público é que jamais jogue com a vida de seres humanos.
Depois de muita espera, dez dias após o encerramento do prazo para a saída das famílias da área que ocupam, o juiz despacha no processo de reintegração de posse contra da Comunidade Mandela, no interior de São Paulo. No despacho proferido , o juiz do processo – Cássio Modenesi Barbosa – diz que aguardará a manifestação do proprietário da área sobre eventual cumprimento de reintegração de posse. De acordo com o juiz, sua decisão será tomada após a manifestação do proprietário. A Comunidade, que ocupa essa área na cidade de Campinas desde 2017, lançou uma nota oficial na qual ressalta a profunda preocupação em relação ao despacho do juiz em plena pandemia e faz apontamento importante: não houve qualquer deliberação sobre as petições do Ministério Público, da Defensoria Pública, dos Advogados das famílias e mesmo sobre o ofício da Prefeitura, em que todas solicitaram adiamento de qualquer reintegração de posse por conta da pandemia da Covid-19 e das especificidades do caso concreto.
Ainda na nota a Comunidade Mandela reforça:
“ Gostaríamos de reforçar que as famílias da Ocupação Nelson Mandela manifestaram intenção de compra da área e receberam parecer favorável do Ministério Público nos autos. Também está pendente a discussão sobre a possibilidade de regularização fundiária de interesse social na área atualmente ocupada, alternativa que se mostra menos onerosa já que a prefeitura não cumpriu o compromisso de implementar um loteamento urbanizado, conforme acordo firmado no processo. Seguimos buscando junto ao Poder público soluções que contemplem todos os moradores da Ocupação, nos colocando à disposição para que a negociação de compra da área pelas famílias seja realizada.”
Hoje também foi realizada uma atividade on-line de Lançamento da Campanha Despejo Zero em Campinas -SP (
Campinas acaba prorrogar a quarentena até 06 de outubro, a medida publicada na edição desta quinta-feira (10) do Diário Oficial. Prefeitura também oficializou veto para retomada de atividades em escolas da cidade.
A Comunidade Mandela e as ocupações
A Comunidade Mandela luta desde 2016 por moradia e desde então tem buscado formas de diálogo e de inclusão em políticas públicas habitacionais. Em 2017, cerca de mais de 500 famílias que formavam a comunidade sofreram uma violenta reintegração de posse. Muitas famílias perderam tudo, não houve qualquer acolhimento do poder público. Famílias dormiram na rua, outras foram acolhidas por moradores e igrejas da região próxima à área que ocupavam. Desde abril de 2017, as 108 famílias ocupam essa área na região do Jardim Ouro Verde. O terreno não tem função social, também possui muitas irregularidades de documentação e de tributos com a municipalidade. As famílias têm buscado acordos e soluções junto ao proprietário e a Prefeitura. Leia mais sobre: https://jornalistaslivres.org/em-meio-a-pandemia-a-comunidade-mandela-amanhece-com-ameaca-de-despejo/
Estudante é intimada a depor na PF após chamar de golpista 3ª colocada da Ufersa nomeada por Bolsonaro no RN
Coordenadora-geral do DCE da Ufersa Ana Flávia Barbosa está sendo acusada de calúnia, difamação e ameaça. O inquérito aberto pela professora Ludmilla Serafim ainda sugere possível formação de quadrilha
A coordenadora-geral do DCE da Universidade Federal Rural do Semi-Árido Ana Flávia Oliveira Barbosa foi intimada a depor na Polícia Federal por críticas endereçadas à professora Ludmilla Serafim, terceira colocada nas eleições da universidade nomeada reitora pelo presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido). A posse de Ludmilla está prevista para hoje (30).
Ana Flávia Barbosa foi intimada na quinta-feira (27) a comparecer a uma audiência na sede da Polícia Federal, em Mossoró, no dia seguinte. Os advogados da estudante pediram o adiamento em razão do prazo e da falta de informações sobre o inquérito. A PF então remarcou o depoimento para a próxima terça-feira, 2 de setembro, às 9h:
– Recebi a intimação na quinta-feira e como o depoimento estava marcado para menos 24 horas, solicitamos um novo prazo, além das peças para saber do que se tratava, se era inquérito, processo. Não tinha número, nem nada que dissesse que era um inquérito. E (o depoimento) ficou para terça-feira, 9h”, explicou.
A coordenadora geral do DCE da Ufersa não tem dúvidas de que o inquérito aberto na Polícia Federal é uma tentativa de criminalizar o movimento estudantil da instituição:
– É uma tentativa de criminalizar o movimento estudantil sim porque estamos na linha de frente. As outras categorias estão mais recuadas, receosas, embora também não concordem. No dia que saiu a nomeação dela, fizemos um ato simbólico, já fizemos plenária de estudantes e faremos um ato amanhã (segunda-feira) em conjunto com o IFRN”, afirmou, citando como exemplo a acusação de formação de quadrilha no inquérito:
– E ainda tem mais: veja que eles sugerem o crime de formação de quadrilha. Quem é a quadrilha para eles ? Os estudantes ? É o DCE que têm 80 estudantes ?”, questiona.
Ana Flávia Barbosa foi intimada a depor em inquérito que apura calúnia, difamação, ameaça e suposta formação de quadrilha (foto: acervo pessoal)
Na avaliação de Ana Flávia Barbosa, o objetivo de Ludmilla Serafim é intimidar e obrigar os estudantes a recuarem dos protestos:
É uma tentativa de nos fazer recuar, mas não vamos recuar. O ato está mantido. Demos o tom, decidimos publicizar a gravidade para mostrar quem é a interventora. Intimaram os estudantes a depor na Polícia Federal porque a chamamos de golpista e interventora, o que ela é de fato”, reforçou.
Intervenção
Com 18,33% dos votos, Ludmilla Serafim ficou em terceiro lugar nas eleições da Ufersa realizadas em julho. O candidato mais votado foi o professor do curso de Engenharia Rodrigo Codes, que obteve o apoio de 35,55% da comunidade. Em segundo, também à frente de Ludmilla, apareceu o professor Jean Berg, com 24,84% dos votos.
Mesmo rejeitada pela maioria da comunidade acadêmica da Ufersa, o presidente Jair Bolsonaro nomeou a terceira colocada. Áudios que circulam na internet atribuídas a Ludmilla, mostram a professora afirmando que contou com apoio de alguns deputados federais, a exemplo de Beto Rosado (Progressistas), ex-aluno dela.
A legislação prevê que nas eleições para as universidades federais seja encaminhada uma lista tríplice com os nomes dos três candidatos mais votados para a escolha do presidente da República. No entanto, historicamente, o chefe do Executivo sempre respeitava a escolha soberana da comunidade acadêmica. À exceção na Ufersa foi em 1991, quando o professor José Torres venceu a eleição, ma Fernando Collor de Melo interveio, nomeando Joaquim Amaro. O golpe é tratado ainda hoje como “O Dia da Infâmia”
Das três instituições federais do Rio Grande do Norte, duas estão sob intervenção do governo federal. Além da Ufersa, que teve o processo eleitoral atropelado, o Instituto Federal é dirigido pelo professor Josué Moreira que sequer participou do processo eleitoral realizado em dezembro de 2019. Ele foi nomeado pelo ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, ignorando a decisão da comunidade que escolheu José Arnóbio de Araújo.
Bolsonaro confirma golpe na Ufersa e nomeia como reitora a 3ª colocada na eleição
O presidente anunciou em Mossoró, nesta sexta-feira (21), a nomeação da professora Ludmilla de Oliveira para o cargo de reitora da Universidade Federal do Semi-árido no RN
A curta passagem de Jair Bolsonaro pelo Rio Grande do Norte foi marcada pela confirmação de um golpe nas eleições da Universidade Federal do Semi-árido (UFERSA). O presidente anunciou em Mossoró, nesta sexta-feira (21), a nomeação da professora Ludmilla de Oliveira para o cargo de reitora.
A nova gestora da Ufersa obteve 18,33% dos votos na eleição e ficou na terceira colocação, atrás dos professores Rodrigo Codes, o mais votado, com 35,55% dos votos; e Jean Berg, o segundo, com 24,84%.
Ele desejou sucesso à nova reitora, que deve assumir em 8 de setembro. Assim que Bolsonaro fez o anuncio, várias manifestações contrárias à nomeação de Ludmilla foram publicadas nas redes sociais.
Apesar do desrespeito ao processo democrático, Bolsonaro se ateve aos nomes da lista tríplice enviados ao Ministério da Educação. Desde que assumiu, o presidente já afirmou em várias oportunidades que discorda da autonomia da comunidade universitária no processo de escolha dos reitores. O governo dele também vem tirando poder dos gestores das universidades.
“A senhora tem um grande papel pela frente. Quem liberta o homem e a mulher é o conhecimento”, declarou.
O caso na Ufersa remete à intervenção do Ministério da Educação no Instituto Federal do Rio Grande do Norte, nomeando o interventor Josué de Oliveira para o cargo de reitor. O escolhido sequer participou das eleições, indicado pelo deputado federal Girão Monteiro. A comunidade acadêmica elegeu o professor de Educação Física José Arnóbio de Araújo, que tenta reverter o golpe na Justiça.