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Galeria: posse de Jair Bolsonaro como presidente

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Os Jornalistas Livres acompanharam a posse de Jair Messias Bolsonaro em Brasília no dia 01/01/2019. Os fotógrafos Matheus Alves, Leonardo Milano e Lucas Martins capturaram algumas cenas das pessoas que acompanhavam o cerimonial que aconteceu no Congresso e no Palácio do Planalto.

A cerimônia começou as 08:00h quando as diversas barreiras de revista, instaladas ao longo de toda a Esplanada, foram abertas e durou até cerca das 19:00h.

Impressões

 

Matheus deixou o seguinte relato:
“Às vezes eu olho as fotos que fiz e me pergunto: por que diabos eu fui num lugar desse? É, ainda não sei.
O momento que representaria a festa da democracia que é a posse de um presidente eleito, foi marcado pelas mensagens mais antidemocráticas que já pude ver por metro quadrado. Para eu, um homem negro, que se desafiou a fotografar o momento mais bizarro da democracia brasileira, com exceto a eleição de Jair Bolsonaro, alguns desses símbolos doeram no coração.
Pra começar a primeira imagem que apareceu na minha frente era aquele padrão kit meme madame + poodle andando pela rua, com uma regata de cores camufladas, como as do exército. Por um momento quis rir com uma amiga fotógrafa que estava ao lado e me acompanhou durante toda a cerimônia de posse, mas logo veio em mente o quão preocupante é essa situação toda. Ao entrar na Esplanada dos Ministérios, me deparei com duas filas quase quilométricas de pessoas esperando por uma revista policial ‘atípica’ pra quem estreava na capital federal. Sem paciência pra ‘isso daí’, muita gente ficou indignada (“porra, tá achando que eu sou petista? tira essa revista aí, pô”) e desistiu de esperar, voltando para a rodoviária e possivelmente comendo o tal “Pastel Bolsonaro”, ofertado pela pastelaria Viçosa, também acusada de transfobia em seus dois pontos na rodoviária.  Mais a frente, rumo a segunda barreira policial, vejo um casal feliz fazendo uma selfie. O homem, com uma bandeira do Brasil monarquico estampada em suas costas como uma ‘capa de super homem’, contrastava com as cores da grama e o azul dialogava com duas placas logo atrás, que celebravam os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, mostrando a contradição grandiosa que esse tempo representa para o povo brasileiro.
A esquizofrenia de um público que se diz nacionalista e cheio de saliva ácida que destilava todo seu cuspe para falar das políticas de relações internacionais dos governos anteriores, colocou as bandeiras dos países vizinhos no lixo, exaltando a bandeira dos EUA, o país símbolo do imperialismo mundial. As camisetas com “meu partido é o Brasil”, frase tão comum entre as ornamentações feitas pelos fanáticos, destoava quando misturada com as cores vermelha, azul e branca, fazendo que eu me perguntasse:
“cadê a bandeira do Brasil?”
O show de horrores continuava a mil: Bolsonaro desfilava rumo ao Palácio do Planalto aos gritos de “mito!, mito!” enquanto passara por uma frase escrita “Lula Livre” no asfalto, também reforçada de forma engraçada por um dos cavalos que se revoltou e chegou a trombar com o carro que carregava o ~capitão~, que ficou assustado e logo disfarçou. Segurei o riso, afinal, era eu contra uns 90 mil deles.
Chegando no palácio, Temer aparece posicionado esperando por Bolsonaro na porta do Planalto através de um grande telão de led. O público vaiava… vish! “Fora Temer!” “Ladrão!” “Sanguessuga!” era o que mais se ouvia dali, que logo em seguida mudava seus gritos e comemorava quando seu presidente aparecia meio segundo depois.
Passando o rito do planalto, o público saia da praça dos três poderes. O sol quente, o céu médio nublado e a falta de vento, provocaram uma série de desitratações que fizeram os desabituados ao cerrado passarem mal. O fluxo de gente era grande o suficiente para as filas dos tanques de água potável serem furadas pelos ‘cidadãos de bem’, que pouco se importavam com a necessidade do próximo de beber um copo d’água. No geral, a posse que vi foi uma verdadeira mistura de inconsciência, caricatices e a demonstração de que o ‘zap zap’ fez um ótimo trabalho de lavagem cerebral naqueles que, por exemplo, desfilaram com uma bandeira LGBT estampada com o rosto de Jair Bolsonaro. No fim da tarde, a vestimenta em verde e amarelo, se misturou com o vermelho – não da bandeira, mas da pele daquelas pessoas tão brancas que de tanto sol, ficaram tão vermelhas quanto; da maquiagem borrada e do sapato nas mãos como o fim de uma grande (e bizarra) festa.”.
Leonardo Milano deixou o seguinte relato:

Bandeiras dos EUA e de Israel em todas as partes, pessoas fantasiadas de militares, muita gente branca (e algumas negas), camisetas da CBF, Nike, Faustão, apoio à ditadura, Moro e Cia. Gritos de “mito, mito, mito” durante a fala do Eleito. Eleito em nome do combate aos privilégios (aqueles que ele faz questão de manter para sua família e apoiadores), aos comunistas e terroristas imaginários, que parecem ter saído de algum filme Hollywoodano de ação do período da guerra fria (não por acaso, muitas camisetas do Batman, e do Capitão América durante a Posse) . Em seu discurso vazio, mas cheio de ódio às diferenças e ao pensamento crítico, Bolsonaro deixou muito claras as suas intenções: perseguir incansavelmente os movimentos sociais, culturais indígenas, e a tudo represente uma ameaça aos ditos “de bem”, defensores da família tradicional, dos bons costumes e da civilidade (curiosamente, nas enormes filas para água potável, foram inúmeros os bolsonaristas que fumaram fila). Aliás, o mesmo tipo de pensamento que habitava as mentes dos apoiadores do nazismo na Alemanha. A tradicional família brasileira quer acabar com o que chamam de privilégios (mas que não são) das minorias, daqueles que secularmente foram oprimidos e esquecidos pelo estado e pelo patriarcado. Desse Brasil, que agora tem voz num presidente que frequentemente ataca
LGBTs, quilombolas, indígenas, mulheres, ambientalistas e pessoas que lutam por igualdade e justiça, não quero fazer parte. Meu lugar é nas ruas, no campo, na floresta, ao lado daqueles que lutam por um país sem desigualdades.

Veja as fotos na galeria abaixo:

 

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4 Comments

4 Comments

  1. Marli

    02/01/19 at 21:41

    Parabenizo ao jornalista tão distinto ao relatar toda essa barbárie e a esse apocalipse que a Nação enfrentará durante à esses 4 anos de intolerâncias e desatino, causado p um louco q refugiou nas sombras do plenário todo esse tempo. Pobre Nação brasileira, só resta Deus por nós .

  2. Luciana

    03/01/19 at 8:15

    Muito bom, mas sugiro que os textos passem por uma pequena revisão antes de serem publicados para darem mais credibilidade.

  3. Sandra Ávila

    03/01/19 at 13:49

    Sem comentários, ainda podemos ver coisas piores….

  4. jaldomir

    03/01/19 at 17:01

    Posse de um presidente anti mimimimimi não é lugar para você, mimizeiro.

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Nota da ABI – Bolsonaro mente na ONU e envergonha o Brasil

No seu discurso na manhã desta terça-feira na Assembléia Geral das Nações Unidas, o presidente Jair Bolsonaro contribuiu para que o Brasil caminhe para se tornar um pária internacional.

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No seu discurso na manhã desta terça-feira na Assembléia Geral das Nações Unidas, o presidente Jair Bolsonaro contribuiu para que o Brasil caminhe para se tornar um pária internacional.
Sem qualquer compromisso com a verdade, o presidente afirmou que seu governo pagou um auxílio emergencial no valor de mil dólares para 65 milhões de brasileiros carentes, durante a pandemia. O auxílio foi de 600 reais.
Bolsonaro mentiu
O presidente responsabilizou, ainda, índios e caboclos pelos incêndios na Amazônia e no Pantanal, que alcançam níveis nunca antes vistos no País. Todas as investigações, inclusive de órgãos oficiais, indicam que fazendeiros estão na origem das queimadas.
Como se vê, de novo Bolsonaro mentiu.
O presidente transferiu a responsabilidade para governadores e prefeitos pelos quase 140 mil mortos vítimas do coronavírus. Todo o país é testemunha de sua leviandade, ao classificar a pandemia de “gripezinha” e ir na contramão dos procedimentos defendidos pelas autoridades de Saúde.
Assim, mais uma vez Bolsonaro mentiu.
A ABI, com a autoridade de seus 112 anos de existência em defesa da democracia, dos direitos humanos e da soberania nacional, repudia esse comportamento que vem se tornando recorrente e conclama o povo brasileiro a não aceitar o verdadeiro retrocesso civilizatório que o governo está impondo ao País.
Paulo Jeronimo – Presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI)

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Sem papas na língua. Juliano Medeiros no Dialogando de hoje

Quais interesses políticos estão por detrás da próxima disputa eleitoral? Tudo isso e um pouco mais, sem papas na língua, como diz o Pastor Fábio. Vem!

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Quais interesses políticos estão por detrás da próxima disputa eleitoral? No Programa Dialogando desse domingo (26/07), 18h, o Pastor Fábio recebe Juliano Medeiros, presidente do PSOL para um papo sobre eleições e aprendizados da pandemia que passa por uma das fases mais críticas do momento, onde prefeituras e governos de vários Estados do país programam reabertura de mais uma parcela considerável de setores, enquanto isso, a mídia normaliza as curvas ascendentes do número de infectados pelo Coronavírus.

Outra pergunta que precisa ser respondida é qual é o sentido das eleições serem realizadas ainda neste ano? Quais interesses políticos estão por detrás da próxima disputa eleitoral? Tudo isso e um pouco mais, sem papas na língua, como diz o Pastor Fábio. Vem!

Assista, compartilhe. comente e mande perguntas no Facebook.

Juliano Medeiros é um jovem dirigente político da esquerda brasileira e desde janeiro de 2018 ocupa a presidência do Partido Socialismo e Liberdade. Historiador e Mestre em História pela Universidade de Brasília, é Doutor em Ciências Políticas pela mesma instituição.

Co-autor e organizador de Um Mundo a Ganhar e Outros Ensaios (Multifoco, 2013), Um Partido Necessário – 10 anos do PSOL (Fundação Lauro Campos, 2015) e Cinco Mil Dias: o Brasil na era do lulismo (Boitempo, 2017), colabora com sites, jornais e revistas no Brasil e exterior.[2]

Em 2018 coordenou a campanha de Guilherme Boulos à Presidência da República pelo PSOL[3] e, no segundo turno, após decisão do partido, passou a integrar a coordenação da campanha de Fernando Haddad[4]. Desde a vitória de Jair Bolsonaro, participa do Fórum dos Presidentes de Partidos de Oposição[5].

Durante mais de uma década Juliano Medeiros foi dirigente da corrente interna Ação Popular Socialista – Corrente Comunista do PSOL. Em Junho de 2019, a APS-CC se fundiu com o Coletivo Rosa Zumbi e mais oito coletivos regionais para fundar a Primavera Socialista, atualmente maior tendência do PSOL, da qual Juliano também é dirigente.[6]

Fábio Bezerril Cardoso é Pastor, cientista social, ativista social e Cofundador & Coordenador da Escola Comum e atualmente apresenta o Programa Dialogando, todos os domingos, às 18h. É um dos pastores progressistas que têm lutado pela defesa dos povos periféricos e costuma não ter papas na língua para falar sobre a realidade desses lugares. A produção é de Katia Passos, com arte de Sato do Brasil.

Conheça mais sobre a atuação do Pastor Fábio https://www.facebook.com/fabio.bezerrilhttps://www.facebook.com/fabio.bezerril

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Hilário Ab Reta Awe Predzaw e a história de um povo, historicamente, moído pelo ódio ou indiferença

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Por Diane Valdez, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás, militante do Movimento de Meninos(as) de Rua e Comitê de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno

 

 

Hilário Ab Reta Awe Predzaw, 43 anos, morador da Aldeia Xavante N. S. de Guadalupe, em Barra do Garças, Mato Grosso, morreu na madrugada de 18 de junho de 2020, vítima do descaso governamental que permitiu a chegada do Coronavírus em sua comunidade. Era aluno do 5º período do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás. Sua tia morreu há pouco mais de uma semana vítima do mesmo descaso, a mãe e seus dois irmãos, seguem contaminado pelo vírus, assim como outros Xavantes e outras pessoas de etnias indígenas de todo o Brasil.

Hilário entrou na UFG, pelo sistema de cota para indígenas, no ano de 2018. Chegou com o já conhecido atraso histórico de acesso dos povos originários no ensino superior, ainda que a UFG seja uma das universidades públicas que tem buscado cumprir com o direito de povos indígenas ao ensino universal, o acesso e a permanência ainda sofrem de fragilidade.

A trajetória de Hilário, na UFG, não se limitou às dificuldades ocasionadas pela pobreza, como muitos de nossas/os alunas/os enfrentam. A academia era um outro mundo, distante de sua comunidade, não só em quilômetros, como também em movimentos culturais, sociais e políticos. Talvez essa distância, o fazia um aluno reservado e observador, sem abrir mão da seriedade e interesse pelo conhecimento.

Era umas das lideranças de seu povo, portanto, sabia da responsabilidade que assumia frente a comunidade, ele seria um professor, um educador de seu chão, de sua gente. Hilário trabalhava em uma escola, com o formato de um Tatu Bola, na sua aldeia, trabalhava na área de serviços gerais, em breve voltaria como Professor!

No primeiro ano de curso, Hilário, na desconfiança de seu silêncio indígena, que não significava submissão, tentava se inserir no mundo acadêmico. Veio um tempo, que largou tudo e voltou para a aldeia, não por opção dele, mas por opção deste desgoverno que é incansável na destruição de direitos dos povos originários.

O Ministério da Educação e Cultura, suspendeu todas as bolsas de permanência para a população indígena e quilombola. Um grupo de alunas e professoras se juntaram, arrecadaram dinheiro e o trouxeram de volta para a Faculdade. Foi feita uma mobilização de docentes e discentes sensibilizados e a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da UFG, cumprindo seu importante papel, disponibilizou uma bolsa e outros auxílios emergenciais.

Nessa ocasião, quando perguntado sobre o porquê de não falar nada dos problemas para colegas, e voltar para sua comunidade, Hilário disse que achava que ninguém sentiria falta dele.

No segundo ano, trouxe seu curumim para estudar em Goiânia, começou a trabalhar como intérprete na escola, acompanhando seu filho na dificuldade com a lingua. Era visível seu orgulho de exercer a função de intérprete. Lutou e enfrentou as diferenças que separavam as culturas e, como muitos, guerreou como seus ancestrais, para não perder seu lugar de legítima conquista.

No início da Pandemia, que começou junto com o semestre letivo, Hilário resistiu em voltar para sua comunidade, tinha medo das aulas retornarem e ele não estar presente na Faculdade, isso aponta o lugar que a UFG ocupava em sua vida. Quando percebeu que seu povo não estava acreditando na letalidade do vírus, retornou para alertar todos sobre o perigo. A UFG, cumprindo seu papel de instituição pública, providenciou o transporte para seu retorno no Mato Grosso.

Em maio, informou para duas amigas, que sua comunidade precisava de cobertores, pois fazia muito frio, e seu povo estava adoecendo. Elas mobilizaram, imediatamente, uma Vakinha On Line, onde arrecadou-se pouco mais de três mil reais, no entanto, como o total da arrecadação demora para ser liberado, emprestaram dinheiro e compraram os cobertores de forma mais hábil, enviando-os dia seguinte.

Os sintomas que atingia a comunidade, febre, falta de ar etc. já indicavam que era Coronavírus, no entanto, isso não foi motivo de interesse governamental, que poderia ter evitado o alastramento do vírus.

Ao apresentar os sintomas da doença, Hilário mostrou-se resistente em ir para o hospital, tinha dificuldade de aceitar o tratamento “dos brancos”. Acreditava nos rituais de seu povo, no tratamento natural que conhecia há tempos. Por outro lado, a histórica resistência dele, fazia todo sentido, pois sabemos como os povos indígenas são tratados neste país tão indígena que não se reconhece como indígena. Foi convencido a ir para o hospital e, na última conversa com as amigas em chamada por vídeo, estava muito escuro, e a família arrumou uma lanterna para as meninas verem o rosto dele, que disse para elas, em lágrimas, que estava somente suado, quando perguntado se estava com medo, disse que sim, que estava com muito medo…

A ida para o hospital foi acompanhado de longe pelas amigas, falavam sempre com a Assistente Social que afirmava que Hilário estava se recuperando, que receberia alta a qualquer momento. Nessa madrugada, ao pedirem informações sobre o amigo no hospital, alguém disse que alguém havia morrido, mas não sabia o nome. O nome de mais um número morto é Hilário Ab Reta Awe Predzaw, que deixou a mulher, filhos e todo seu povo Xavante.

O acesso dos povos indígenas ao ensino superior é recente, no entanto, é marcado por extrema coragem e resistência, pois o mundo acadêmico não é de todo um espaço acolhedor. Ainda que a dureza prevaleça na universidade, Hilário encontrou solidariedade e amizade na Faculdade de Educação, ainda que não seja uma solidariedade coletiva, foi construído uma rede de apoio, tanto de alunas/os, como também de docentes, isso pode ter aliviado sua dura estrada longe de seu chão.

Hilário não morreu porque “chegou a hora dele”, morreu por não ter o direito de ser mais um indígena, digno de necessários cuidados. Hilário, era um homem parte do “povo indígena”, um povo invisibilizado, injustiçado, espezinhado, humilhado e, odiado por este desgoverno.

Um povo com suas terras ameaçadas e roubadas pelo latifúndio, mortos por pistoleiros do agronegócio, ironizado e menosprezado por representantes deste desgoverno, ignorado por gente nativa que se acha descendente de europeus, machucados por todos que acham que universidade não é lugar de indígenas.

Não sei falar de fé, nem de ‘destino’, nem de coragem para aliviar o cansaço de um tempo incansavelmente dolorido. Ironicamente, para não dizer, funestamente, o tal ministro da educação, que afirmou odiar a expressão “povos indígenas”, ampliando seu descaso com a educação, revogou hoje [H OJ E], (19/06) a portaria assinada pelo ex-ministro de educação, Aluísio Mercadante, que estabelecia a política de cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação. Hilário, estaria fora da pós-graduação, se dependesse deste ser desumano.

Quando lanternas começaram a iluminar caminhos de direitos para esta população, no interior de nossas universidades públicas, ainda que timidamente, um furacão de perversidade em formato de governo, dá pontapés e pisa, moendo, as possibilidades de justiça. Feito bandeirantes, grupos genocidas a frente das decisões da nação, estimulam a morte em todos os formatos. Deixar que o coronavírus atue, sem controle, é a proposta de morte atual para os povos originários.

Como Hilário, temos medo, muito medo, mas agarremos as lanternas, e assumimos nosso lugar na defesa dos povos indígenas, não os condenando a escuridão, como muitos fazem.

Hilário Ab Reta Awe Predzaw presente!

Este texto foi escrito com informações coletadas com as alunas, companheiras de Hilário, da turma do quinto período de Pedagogia da Faculdade de Educação/UFG, Dorany Mendes Rosa e Raysa Carvalho.

A elas e a toda turma, meu carinho e solidariedade.

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