A vice-presidente do Comitê de Direitos Humanos da ONU, Sarah Cleveland, criticou o descumprimento pelo Tribunal Superior Eleitoral que negou o registro da candidatura de Lula.
O Brasil poderá será notificado por este descumprimento. Tal medida visa garantir que Lula tenha o direito de ter todos os recursos julgados até a instância final.
A suprema injustiça não segue mais a Constituição Federal, visto que acabou na pratica com a presunção de inocência. Eque só no ano que vem, passado as eleições, podem via a mudar o entendimento sobre a prisão em segunda instância e talvez soltem Lula.
O terrível é que são milhares de pobres indo pra cadeias superlotadas. Segundo a Defensoria Pública Paulista, só neste ano em São Paulo são mais de 13 mil presos por decisão somente em segunda instância. E até inocentes estão sendo vítimas de encarceramento injusto.
Se o Comitê de Direitos Humanos da ONU acionar o Brasil pelo descumprimento de sua decisão sobre Lula, seremos visto com um país que descumpre tratados internacionais, e que vive um estado de exceção ou numa ditadura.
As eleições de 2018 poderão vir a ser contestadas visto que existe uma interferência direta do chamado “partido da justiça” no resultado eleitoral. E a situação só fica pior com a crescente censura imposta ao PT de usar a imagem de Lula como mero apoiador de suas candidaturas.
O ministro Barroso, relator do julgamento de Lula, foi ontem ao Rio de Janeiro e foi chamado de golpista. Este fato mostra que cresce no Brasil a atitude da desobediência civil pacífica contra esta evidente injustiça contra o povo brasileiro.
O dano maior será para democracia brasileira e a credibilidade do próximo presidente da República já começara questionada.Deste modo, as eleições que poderiam indicar um novo tempo e caminho para o país podem vir na prática a aprofundar a crise que vivemos.
Do Estadão via site do Lula
Cleveland explicou que, se mantida a situação do ex-presidente, órgão da ONU vai comunicar ao governo a “violação” aos tratados internacionais assinados pelo país
Por Jamil Chade, O Estado de S. Paulo
GENEBRA – A vice-presidente do Comitê de Direitos Humanos da ONU, Sarah Cleveland, criticou a decisão de negar o registro da candidatura ao Palácio do Planalto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato.
Na sexta-feira, 31, com base no entendimento de que o petista está enquadrado na Lei da Ficha Limpa, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recusou o direito de Lula a participar das eleições 2018.
Em meados de agosto, o Comitê de Direitos Humanos da ONU havia concedido medidas cautelares e solicitado às autoridades brasileiras que mantivessem os direitos políticos de Lula até que seu caso fosse avaliado pelo Supremo Tribunal Federal. O órgão formado por 18 peritos independentes, porém, não atendeu ao pedido para que o ex-presidente fosse solto.
A lógica da decisão, segundo Sarah Cleveland, foi a de garantir que Lula não tivesse seus direitos violados antes de uma decisão final sobre seu caso, numa última instância. O governo brasileiro deixou claro, desde o início, que considerava a decisão do Comitê como sendo apenas uma recomendação, sem poder vinculante.
“A ação do Brasil é muito lamentável”, declarou Cleveland, que foi uma das duas peritas que assinou as medidas cautelares a favor de Lula.
“O Comitê de Direitos Humanos considera a falha em cumprir com as medidas cautelares como uma violação ao Protocolo Adicional e, se a situação continuar como tal, o Comitê comunicará isso ao governo em seu devido tempo”, alertou a vice-presidente, que ocupa o cargo de professora de direito da Universidade de Columbia, nos EUA.
O Brasil foi um dos governos que aderiu ao protocolo que permite que um indivíduo possa entrar com uma queixa contra seu Estado.
“A ação apropriada para o Brasil, se discordava das medidas provisórias ou tivesse um contra argumento, seria de submetê-los ao Comitê, junto com um pedido para que as medidas provisórias fossem suspensas, e não argumentar que os tribunais domésticos não devem seguir as medidas cautelares”, explicou
A decisão da Corte tira Lula das eleições 2018, mas o PT promete manter a judicialização do caso. A votação foi encerrada no início da madrugada do sábado, 1º, após mais de 10 horas de sessão. O registro da candidatura de Lula foi rejeitado por 6 votos a 1. O tribunal deu prazo de dez dias para a coligação apresentar um novo cabeça de chapa.
Se as medidas cautelares foram declaradas, o mérito do caso de Lula apenas será tratado pelo órgão da ONU em 2019. De acordo com Cleveland, o processo ainda está pendente.