Por Ricardo Melo é jornalista, presidiu a EBC e integra o Jornalistas pela Democracia. No Brasil 247.
Por Ricardo Melo, para o Jornalistas pela Democracia – A embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, surpreendeu o mundo da diplomacia internacional ao agredir verbalmente o ex-deputado Jean Willys numa sessão dentro da organização em Genebra. Numa cena sem precedentes, a diplomata destratou Wyllys, recusou-se a ouvir seus argumentos e ainda saiu dizendo que ele “envergonha o governo”.
Wyllys, como se sabe, decidiu sair do Brasil ao considerar que sua vida corria risco diante do regime de ultra-direita no poder. Ele é do mesmo partido da vereadora Marielle Franco, assassinada há um ano e um dia sem que o crime tenha sido esclarecido. Isto apesar da montanha de evidências de que o homicídio foi praticado por milicianos perigosamente próximos da família Bolsonaro.
O episódio assustou mesmo quem tinha alguma proximidade com Azevedo. Era considerada excelente diplomata, foi chefe de gabinete de Celso Amorim, tratada pelos amigos diplomatas de “Lele”. É casada com outro excelente diplomata, Roberto Azevedo, diretor da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Mas isto é a parte pública da história, talvez a menos importante para entender o caso. Os subterrâneos explicam o comportamento da “excelente diplomata”.
A filha da embaixadora foi nomeada assessora da presidência da EBC –Empresa Brasil de Comunicação– no governo Temer. Há menos de um mês foi exonerada. Surpreendentemente, há poucos dias foi recontratada. A filha se chama Luisa Farani de Azevedo.
É estilista – dizem as más línguas que trabalha para Michelle Bolsonaro. A primeira nomeação já foi escandalosa. Que diabos uma estilista é nomeada assessora da presidência de uma empresa teoricamente de comunicações?
A segunda, então, nem encontra adjetivo adequado no Houaiss. Foi uma compra pura e simples de subserviência desavergonhada, demonstrada com propriedade no episódio com Jean Wyllys.
Veja os documentos:
Todo mundo tem seu preço, costuma-se dizer. Eu diria: todo mundo sem caráter. E o preço é tanto mais baixo quanto menor o caráter daqueles que se põem à venda. E ainda diziam que o PT aparelhava a EBC.
(Conheça e apoie o projeto Jornalistas pela Democracia)
3 respostas
O que está fora do normal e da lógica, sob quaisquer aspectos, são esta brigas e rixas interpessoais que não servem para nada e este pessoal deveria buscar trabalhar para salvar o povo brasileiro da miséria, da fome, do desemprego e outras tantas frentes nobres que o país precisa. Precisamos tomar atitudes para evitar que estes desvios continuem a impedir que os direitos constitucionais do brasileiro sejam atendidos e, consequentemente, teremos instituições com poder moral e ético de nos cobrar nossas obrigações.
Matéria além de maliciosa e ofensiva, externa raciocínio que indica de autoria de alguém de extrema esquerda. Extrapola o caráter informativo para tentar induzir o leitor a acreditar que a diplomata age por interesse próprio. Lamentável.