O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou na última sexta-feira (15) do debate “O desmonte da Educação, Ciência e Tecnologia”, promovido pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), em Piracicaba. Além de Lula, participaram do debate os ex-ministros da Educação, Fernando Haddad, Aloízio Mercadante e Renato Janine Ribeiro, o presidente do PT São Paulo, Luiz Marinho e ex-senador e atual vereador de São Paulo, Eduardo Suplicy.
Lula fez uma série de críticas ao governo Temer (PMDB), que em dois anos promoveu um profundo ataque à educação, privatizou a educação básica e superior, restringiu o direito à educação pública de qualidade, realizou uma reforma do ensino médio por meio de Medida Provisória, sem debate com a sociedade, e suspendeu programas importantes, como o Programa Nacional de Combate ao Analfabetismo. Para melhorias na área, o ex presidente propôs a federalização do ensino médio, atualmente responsabilidade dos estados.
Em seu discurso, o ex presidente não poupou críticas à PEC 287, que trata sobre a reforma da previdência. “Quer resolver o problema da previdência, gere emprego e faça a economia crescer”. A votação da reforma foi adiada e será retomada em fevereiro, diante da dificuldade da base governista em conseguir todos os votos necessários para a aprovação da PEC. “Deficitária é essa gente, de inteligência, competência e de compromisso com o povo”, criticou.
Para Lula, a prioridade agora é a retomada da soberania do país, “esse país não pode ter mais complexo de vira latas”, afirmou. De acordo com o ex presidente, a única forma do país voltar aos eixos é com investimento na educação e formação de mão de obra qualificada. “Dizem que temos que cortar, que estamos gastando demais. Que programa social é gastar demais. Que colocar pobre na universidade é gastar demais. Quero que eles saibam que a solução é gerar emprego e colocar o pobre na economia”, disse.
As acusações que caem sobre Lula no âmbito da Operação Lava Jato também fizeram parte do discurso do ex presidente. No mês de janeiro, Lula será julgado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da quarta região (TRF-4). O ex presidente diz não se preocupar em relação às denúncias e ter certeza que não há provas contra ele.
Alvo constante de ataques pela mídia brasileira, Lula declarou que se eleito presidente irá democratizar os meios de comunicação, que hoje fazem parte de um grande monopólio que atendem aos interesses do capital e também diz não se intimidar com o poder político da Rede Globo. “Tudo o que eu mais quero na vida é disputar com o candidato com o logo da Globo na testa”, declarou.
No final do evento, Lula fez um pedido para a militância. “Não façam cartazes que não serei preso. Façam cartazes sobre como era o país quando eu era presidente”.