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Dória em SP: por uma cidade cinza

Como dói, Dória
Ver essa parede cinza
Onde antes havia alegria
Como dói, Dória
Lembrar da beleza
Do que antes havia
Como dói, Dória
Pensar que se fosse o Guernica
Você também o apagaria
Pois a sua noção de beleza
Jamais o entenderia


Como dói, Dória
Pensar que você
prefere um dia cinza
Que se pudesse
Você apagaria o sol
O céu azul
E o arco-íris
Que lhe desafia
Como dói, Dória
Pensar no tempo de vida
Que alguém usou
para pintar Aquela parede
agora cinza
E que pra você
Esse tempo e essa vida
Nada significa
Como dói, Dória
Imaginar quanto Mais de beleza
Você não enxerga em São Paulo
Como dói, Dória
Pensar em tudo
que você ainda vai apagar
Deixando a cidade ainda mais cinza
Como o ar poluído
Como as águas sofridas
Como o medo nas ruas
Como dói, Dória
Pensar que todo esse cinza
Está dentro de você

 

*Thedy Corrêa é músico e escritor

 

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