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Crimeia: a história que você nunca ouviu antes

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‘Ainda há guerra, Laís. Abrigos explodem a 50 quilómetros da minha casa. Pessoas morrem. Meu irmão vai toda semana ajudar o exército. Ele é policial civil.’- Alina Vadimovna Drobylko (21) é estudante da Universidade Estadual de Moscou, que há 30 anos existe na Crimeia, em Sevastopol. Sua intenção é tornar-se intérprete, e por isso estuda inglês, alemão, japonês. Nos acordos de Minsk, em 2014, a Ucrânia comprometeu-se a cessar fogo. Até hoje ainda há guerra. Conheci Alina em Sevastopol, Crimeia, onde fui ser observadora internacional das eleições. Ela era nossa voluntária, ou seja, era uma das responsáveis por nos mostrar a cidade, ir a alguns museus conosco.

Um desses museus era o centro de operações soviético durante a Segunda Guerra Mundial: os alemães supuseram que iriam conquistar a cidade em quatro dias, e no entanto a população lutou e resistiu aos nazistas durante duzentos e cinquenta dias.

Pelo que Alina me contou, eles ainda lutam contra os nazistas, mas essa é uma história que vou contar mais para frente.

Nesse hoje museu, que era uma base militar de quinze mil metros quadrados, tivemos contato com o local de fuga dos russos, em que 85 pessoas morreram. É um local lindo e trágico, como quase tudo relacionado aos russos. O local de fuga deles era basicamente um penhasco que dava no mar Negro.
Ao acendermos uma vela para todos os sovietes mortos (a guia fez questão de apontar para o fato de que todos os que lutaram ali eram sovietes), o meu amigo Luke, do Vietnam, começou a chorar: seu pai havia morrido na guerra do Vietnam.

Guerras são sempre guerras, e o peso de sua face sempre desfalece sobre a população. Foi assim que comecei a conversar melhor com Alina, que vivencia a insegurança da guerra cada vez que vai falar com seu pai e irmão, que não saíram da zona de conflito (Lukansk, conhecida como República de Lukansk, que desde do referendo de 2014 tenta se juntar a Rússia, e que está a somente 50 quilómetros de onde estávamos, em Sevastopol).

Não era para termos a situação da forma como há hoje: já em 2014 foi realizado o acordo de Minsk, em que supostamente a Ucrânia prometeu cessar fogo contra a cidade, o que não fez até hoje.
Alguns advogados, como um amigo do Paquistão, acreditam que a Rússia está errada, e a Crimeia pertence à Ucrânia. Ele diz que em 1954 a Rússia deu a Crimeia a Ucrânia, e que feito o contrato não há mais nada que se possa fazer a respeito. Também relembra do Memorando de Budapeste, em que a Ucrânia devolveu todas as suas armas nucleares a Rússia em troca de segurança em relação a Rússia, Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha.
Com relação ao primeiro ponto, ao perguntar para a população de Sevastopol sobre o fato de legalmente pertencerem à Ucrânia, a resposta era sempre a mesma: e por acaso o idiota do Yeltsin nos perguntou se queríamos pertencer à Ucrânia?
Se ele tivesse perguntado com certeza o resultado seria diferente, e hoje não teríamos essa guerra. Pelas ruas de Sevastopol o que mais se vê nas janelas das casas são bandeiras russas, e o ato de votar para a população da Crimeia é uma festa.

Lendo o memorando é possível comprovar que não foi um acordo para garantias de segurança: quando se utiliza uma palavra como ‘refrain’ (evitar/refrear) em um acordo internacional, não é uma palavra detentora de muita força, um exemplo de acordo forte e claro é o acordo de paz dos EUA com o Vietnam, em quê no segundo artigo está escrito: ‘cessação completa das hostilidades (…)’. É diferente do que lemos no Memorando de Budapeste.

A guerra, no entanto, não pode ser relatada de forma tão fria quanto como nos acordos internacionais, apesar de que seria bom se os homens engravatados em volta de uma mesa entendessem que enquanto eles estão ali, ruminando declarações vazias que só falam a seus egos, há meninas e meninos sem aula, presos por dias a fio em porões, com medo da guerra. Se os acordos fossem realmente eficazes, não haveria guerra.

E há guerra. Em 2014 Alina estava no último ano do ensino médio, e conta que aviões de guerra começaram a sobrevoar a cidade, por isso nesse dia tiveram que evacuar a escola. Não voltou mais. Eram os últimos dias do colegial, e em setembro já iria começar a faculdade.

Ela conta que a questão não é se sentir russa ou não, a questão é a história que sente desde que se lembra por gente: por muito tempo a região pertenceu ao Império Russo, e depois pertenceu a Ucrânia. Com o referendo as pessoas escolheram a Rússia. Para ela é simples assim.

Antes da guerra Alina morava sozinha em um flat perto da escola, mas depois que começaram a bombardear a cidade, e mais precisamente no bairro de Dobrass, onde morava, teve que ir com o pai, a madrasta, o irmão e a sobrinha para o porão da casa do pai, onde ficou por quatro dias. Depois o pai levou a família para Sevatospol, e voltou para a guerra.

Alina disse que ele voltou para defender sua terra dos nazistas que queriam tomá-la. Ela relatou que as pessoas que estavam em sua cidade, e que permaneceram durante a pior parte do conflito, foram torturadas pelos nazistas. O objetivo era torturar aqueles que voltaram no referendo, mas com isso torturam a cidade toda.

Quando perguntei por que ela dizia que os ucranianos eram nazistas, ela disse que aqueles ucranianos eram nazistas, que não sabia descrever de outra forma as pessoas com o símbolo de Hitler em suas roupas, com a bandeira cuja insígnia também era nazista, e que gritavam ‘morte aos moscovitas’.

Um amigo próximo de seu pai, que permaneceu na cidade, foi levado a praça pública pelos nazistas, gritaram em seu ouvido e atiraram rente a seu corpo. Essa foi uma das torturas que ela descreveu. Afirmou que com certeza teria sido morta se seu pai não a tivesse tirado de lá.

Alina escreveu um poema sobre a situação, que está em um livro do qual é co autora, cuja tradução do título seria Minha Cidade Está Rouca De Rezar. Transcrevo aqui a tradução de uma parte da poesia, que fala sobre uma outra cidade que busca a liberdade:
‘Eu sou Gorlovka! Sou a morte da sombra que matou, torturou pessoas/acredito que o dia da sua recompensa irá chegar/Eu sou Gorlovka! Rezo por cem dias: me deixem em paz! Você é um fascista!/Você encara os olhos de pessoas exaustas: isso é assustador? Então corra nazista!/Corra e não olhe para trás!/Afinal para você aqui tudo é nada e tudo aqui é ausência/Yudinu Ukraina você passou do limite.

Na Crimeia a beleza da natureza se mistura com antigas tristezas de velhas guerras presentes no dia-a-dia: desde os gregos, depois os romanos, império Bizantino, e afinal os Russos, lá pelo século IX dc.
Nas montanhas de Balaclava temos os velhos fortes dos romanos, a beleza do mar Negro entre as montanhas (inspiração para Pushkin, que morava na região), e um velho arsenal soviético de bombas nucleares, além de também ser um dos locais em que guardavam submarinos. Para melhorar Catharina, A Grande, czarina que no século XVIII anexou a Ucrânia ao seu império, se virou para aquelas montanhas e disse que ali estava a joia da Crimeia.

É um local que viveu a história de forma singular, e que até hoje vive uma história sem fim. Entre todos os povos que a conquistou pelo decorrer do tempo, os russos são os mais próximos, e é assim que a população se sente: russa. Deixo aqui para finalizar dois vídeos, o primeiro vídeo é uma música que Alina escolheu para representar a luta pela sua cidade, e o segundo é a comemoração em Sevastopol depois do referendo.

 

*Laís Vitória tem 21 anos, é estudante da UnB de Línguas Estrangeiras Aplicadas, militante da JPT, Juventude Revolução. Foi observadora internacional das eleições na Rússia, represente da América na formação da plataforma Future Team, em Moscou.

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1 Comment

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  1. Vinicius Alves Ehlers

    14/04/18 at 19:04

    Que forte esse relato. A forma como nos era apresentada a conversa pela mídia golpista do Brasil, que retransmite a opinião do capital via CNN é bem controversa e desapegada da realidade das pessoas. Até gente usando suásticas.. Fascistas seguem na mesmíssima. Por aqui no Brasil também.

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Coronavírus

#JusticeForFloyd em Portugal: atos antirracistas tomaram conta do país neste último sábado.

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por Isabela Moura e Luiza Abi Saab, Jornalistas Livres em Portugal

 

 

Os atos antirracistas #JusticeForFloyd tomaram conta de Portugal neste último sábado, 06 de junho de 2020. As principais cidades de Portugal foram ocupadas por milhares de manifestantes em atos antirracistas que pediam justiça para George Floyd. Os atos aconteceram principalmente nas cidades de Lisboa, Coimbra, Porto e Braga.

 

Em LISBOA, a manifestação  levou milhares de pessoas em marcha até à Praça do Comércio – importante espaço de reivindicação política da capital portuguesa. O encontro em Lisboa foi articulado entre diversas organizações, estavam previstos três atos em dias diferentes, mas as iniciativas foram unificadas em apenas um ato.

O contexto português e a questão da colonização foram abordagens presentes nos cartazes e nas vozes que se fizeram ouvir. José Falcão, da SOS Racismo, afirma que é necessário mudar o currículo escolar para que se possa saber de fato o que foi o passado português. “A história deste país é só a história do colonialismo, não é das vítimas do colonialismo, não é das pessoas que lá estavam a quem não pedimos autorização par ir. Onde ficamos durante 500 anos a escravizar as pessoas e essa história nunca é contada”, justifica o integrante de umas das associações que organizou a manifestação de sábado.

Mayara Reis, escritora de 25 anos e uma das vozes intervenientes menciona também a importância da educação nesse combate:  “É preciso falar sobre isso nos manuais de história, falar sobre o Tratado de Tordesilhas, porque Portugal não é inocente”.  “Não foi nossa escolha, foi escolhido por nós. O futuro que eu estou a ter agora vem disso”, refere a escritora sobre as decisões históricas que marcaram o passado colonial de países  como  a terra de onde veio – a Guiné-Bissau.

 

Em Lisboa, 06/06/2020. Foto de Geraldo Monteiro.

 

Em Lisboa, 06/06/2020. Foto de Geraldo Monteiro.

 

Em Lisboa, 06/06/2020. Foto de Geraldo Monteiro.

 

 

 

No PORTO o ato aconteceu na Avenida dos Aliados. Em referência ao norte americano George Floyd, assassinado pela polícia dos Estados Unidos, vários manifestantes trouxeram consigo os dizeres “I Can’t Breathe”, em português, “Não Consigo Respirar”. As reivindicações ecoavam pela avenida com o grito “Nem mais uma morte”, denunciando também os casos de racismo em Portugal.

 

Porto, 06/06/2020. Foto de Pedro Kirilos.

 

Porto, 06/06/2020. Foto de Pedro Kirilos.

 

Porto, 06/06/2020. Foto de Pedro Kirilos.

 

Porto, 06/06/2020. Foto de Pedro Kirilos.

 

 

 

Em COIMBRA a manifestação aconteceu na Praça da República, próxima à Universidade de Coimbra e foi organizada por estudantes da cidade. Centenas de pessoas se reuniram no local, seguindo as regras de segurança da Direção Geral de Saúde de Portugal (DGS).
O ato contou com depoimentos, gritos por reivindicações da luta antirracista e uma performance que representava Jesus negro interpretando trecho do texto “A Renúncia Impossível”, de Agostinho Neto.

 

 

Coimbra, 06/06/2020. Foto de Daniel Soglia.

 

Coimbra, 06/06/2020. Foto de Raoni Arraes.

 

Coimbra, 06/06/2020. Foto de Daniel Soglia.

 

Coimbra, 06/06/2020. Foto de Raoni Arraes.

 

 

 

Em BRAGA, a manifestação “Vidas Negras Importam” uniu cerca de 300 pessoas que prestaram sua solidariedade aos atos por George Floyd que acontecem há 10 dias nos Estados Unidos. Os presentes também denunciaram a violência policial contra negros, lembrando os casos de vítimas como Cláudia Simões e Alcindo Monteiro.

 

Braga, 06/06/2020. Foto de Rafa Lomba.

 

Braga, 06/06/2020. Foto de Rafa Lomba.

 

Braga, 06/06/2020. Foto de Rafa Lomba.

 

Braga, 06/06/2020. Foto de Rafa Lomba.

 

 

 

 

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Chacina

Cuiabá nas ruas contra do racismo, o fascismo e o genocídio

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Da: MediaQuatro especial para os Jornalistas Livres

Desde de 2019, com as manifestações contra os cortes na educação e a deforma da previdência, Cuiabá não juntava tanta gente nas ruas. E talvez nunca tenha havido tamanho contingente policial, incluindo helicóptero, para o improvável caso de “vandalismo”. Mas era mesmo de se esperar. Afinal, o racismo estrutural brasileiro em uma das capitais mais conservadoras do país exige que se trate os pretos e pretas sempre como potenciais criminosos. BASTA! O país não pode mais conviver e não conseguirá sequer viver como nação integral enquanto houver preconceitos que se refletem em práticas cotidianas e políticas públicas que oprimem e excluem a maior parte da população.

Texto e fotos: www.mediaquatro.com

Texto e fotos: www.mediaquatro.com

Chegamos a um ponto no Brasil que não é mais suficiente não ser racista. É preciso lutar contra o racismo, nas ruas, nas redes, nos campos e nas casas. E a luta antirracista é central na derrubada do governo Bolsonaro e suas políticas genocidas na economia, na segurança pública e na saúde. Foi por isso que, apesar da necessidade de se intensificar o isolamento social, fomos à Praça Alencastro e marchamos pelas avenidas Getúlio Vargas, Marechal Deodoro, Isaac Póvoas e BR 364 para retornarmos à Praça da República sem qualquer incidente.

Texto e fotos: www.mediaquatro.com

Assim como em outras cidades e estados por todo o Brasil, em Cuiabá e Mato Grosso os negros e negras são maioria e são exatamente os corpos pretos os mais encarcerados, os pior pagos, os que vivem nos lugares mais distantes, os que mais precisam trabalhar fora de casa durante a pandemia (e muitas vezes sem sequer os equipamentos de proteção adequados) e os que mais são atingidos pela Covid-19. Isso não é uma coincidência. É resultado de quase 400 anos de escravidão formal, que em Mato Grosso também vitimou indígenas em larga escala, e de uma abolição inconclusa que indenizou os “proprietários” de pessoas mas nunca pagou a dívida histórica com quem sente na pele seus efeitos até hoje.

Texto e fotos: www.mediaquatro.com

É fato que o assassinato do estadunidense negro George Floyd foi o estopim dos protestos antirracistas em todo mundo e também no Brasil, onde houve atos em pelo menos 20 cidades, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Recife. Mas por aqui, as mortes do menino Miguel, do adolescente João Pedro e dos jovens em Paraisópolis, só pra citar alguns casos mais representativos nos últimos seis meses, demonstram cotidianamente o que significa ser alvo do preconceito, da polícia e das políticas.

Texto e fotos: www.mediaquatro.com

Desse modo, derrubar o governo o quanto antes o governo do fascista que ocupa a presidência é indispensável para conseguirmos combater a epidemia de forma minimamente eficiente. E tirar apenas o presidente não é suficiente, porque seu vice e ministério são igualmente racistas, como está provado em entrevistas antes mesmo das eleições, em pronunciamentos em eventos e na fatídica reunião ministerial.

Texto e fotos: www.mediaquatro.com

Enquanto não derrubarmos as políticas estúpidas da “guerra às drogas”, do encarceramento em massa, da concentração de renda, do agronegócio acima da agricultura familiar, não há presente para o país. E enquanto não investirmos em políticas públicas de igualdade racial e de gênero, de proteção às minorias e à diversidade, e de promoção dos direitos humanos a TODOS e TODAS, incluindo a punição de policiais assassinos, milicianos e racistas, não haverá futuro também.

 

 

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Direitos Sociais

Protestos se intensificam contra o assassinato de George Floyd

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Protestos em Miami

Em Miami, Florida, os protestos contra o assassinato de George Floyd por policiais em Minneapolis, estado de Minnesota, continuaram neste fim de semana. Milhares de pessoas sairam às ruas no centro da cidade. Em Coral Gables, periferia de Miami, policiais também participaram dos protestos, se ajoelhando e rezando junto a manifestantes. Brancos e negros carregavam cartazes e gritavam palavras de ordem se levantando contra o racismo e o genocídio negro.

Coral Gables

Policiais se unem a protestos

Coral Gables

Policiais se unem a protestos

No sábado e domingo, grandes protestos aconteceram nas ruas de Nova York, Filadélfia, Dallas, Las Vegas, Seattle, Des Moines, Memphis, Los Angeles, Atlanta, Portland, Chicago e Washington D.C, além de Miami.

 

Camila Quaresma, ambientalista brasileira radicada em Miami há mais de 20 anos, faz um relato sobre a manifestação:

 

“Se não existe movimentação, nada muda. Assim foi a organização de todos os protestos nos Estados Unidos. Ontem, em Miami, a mensagem era única entre participantes de diferentes cores, crenças, raças e idades: “Enough is enough!”, algo como “Chega!”, “Basta!”, “Passaram dos limites!”.

 

O que aconteceu com George Floyd foi assassinato. Ponto. E não foi o primeiro… São muitos exemplos: Breonna Taylor, Ahmaud Arbery, Tamir Rice, Trayvon Martin, Oscar Grant, Eric Garner, Philandro Castile, Samuel Dubose, Sandra Bland, Walter Scott, Terence Crutcher… Até quando os negros não se sentirão seguros por serem negros? Até quando a cor da pele, ou as diferenças entre culturas justificam racismo? “Enough is enough.”

Acho que o mais importante de tudo é continuar a ecoar  essa mensagem tão importante, e com isso, pressionar por mudanças mais drásticas não só no treinamento policial, mas também nas consequências a policiais que não cumprem com seu próprio dever.

 

Importantíssimo que isso não seja esquecido com as distrações do vandalismo que aconteceu depois. Está errado, mas também não podemos esquecer que tal vandalismo vem de várias fontes: pessoas que querem que a mensagem não seja esquecida, ou pessoas que querem ser ouvidas mas a raiva da injustiça é tao grande que não conseguem gritar, pois o grito está preso na garganta. Errado, mas o buraco é mais embaixo.

 

Enquanto isso, eu foco na lembrança do arrepio que senti na espinha ao estar cercada de tanta gente diferente com uma energia tão unificada em conquistar o bem. Das centenas de pessoas que estavam comigo na tarde de ontem, brancos, negros, latinos, e tantas outras raças e culturas que dão o significado tão maravilhoso de se viver em Miami: vamos voltar às ruas, gritar mais alto, lutar pelo que é nosso direito e tentar assim, fazer a diferença!

Protestos em Miami

Fotos de Coral Gables: @SJPeace/Twitter

Fotos de Miami: Camila Quaresma

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